sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

A UM POUCO DE HISTÓRIA: O capitão Cardoso em 1970 ajudou a livrar o fascista Alberto de ser mobilizado para o ultramar

Foto abaixo: AJJ vestido com uma camisola da FLAMA (Movimento Separatista que colocava bombas) no ano de 1975 logo após a Revolução do 25 de Abril.

 Antes do 25 de Abril, Alberto João Jardim  quando escrevia no mensário fascista A VOZ DA MADEIRA tecia grandes e rasgados elogios à politica ultramarina de Salazar e Caetano e elogiava o esforço de guerra do Estado Novo na defesa das nossas Colónias. Mas cuidado a guerra era só para os outros porque para ele era muito perigoso.

 A nossa "Ofélia" tinha medo de lá morrer ou regressar estropiado. 

Para evitar que fosse mobilizado para o ultramar correndo o risco de derramar o seu sangue pela Pátria,, Alberto foi salvo desse grave problema, pela influencia do seu tio, evitando correr esse risco da mobilização obrigatória  para o ultramar. 

 A esposa do antigo Secretário da Agricultura  dos primeiros governos de AJJ (Bazenga Marques) era filha do capitão Cardoso, familiar do Dr. Agostinho Cardoso (deputado da União Nacional) partido único na Assembleia Nacional do Estado Novo. 

 Foi este  capitão que salvou JARDIM  de ir para a Guerra. chamava-se: Albano da Conceição Cardoso.

Quando Bazenga Marques presidiu à secretaria da Agricultura tinha como chefe de gabinete a própria esposa. Nessa altura chamava-se assistente do secretário.

.O capitão Cardoso era o chefe da segunda secção do comando militar no Palácio de S. Lourenço nos anos de 1970,71,72 e 73. Nessa altura por cunha do seu tio, dr. Agostinho Cardoso, este capitão lá conseguiu meter o sobrinho dele no serviço de escriturário do Comando militar na cidade do Funchal livrando-o de ser mobilizado para o ultramar.

 Bazenga Marques era empregado  dos serviços médicos do sindicato dos bancários e Jardim escolheu-o anos mais tarde quando foi para o Governo, para seu secretario com a pasta da Agricultura. Por ele ser casado com a filha do tal capitão Albano Cardoso. 

 Foi digamos assim uma retribuição por ter sido salvo de uma perigosa mobilização para o Ultramar português onde poderia morrer ou regressar sem pernas como infelizmente sucedeu a centenas de madeirenses que por lá passaram nas tais famigeradas missões de Soberania em defesa da pátria portuguesa.



Alberto João Jardim, em artigos publicados antes de Abril de 1974 em A Voz da Madeira, defendeu o antigo regime que “serviu o país”, declarou-se apoiante de Salazar e adepto da “evolução na continuidade” de Marcello Caetano.“A Nação não pode imaginar, numa altura grave em que se lhe pede sacrifícios, o triste cisma entre correntes que têm responsáveis e das quais, indistintamente, espera soluções que tornarão melhor o amanhã”, escreveu Jardim em 1973, em apoio dos princípios da governação definidos por Marcello Caetano.“É, pois, esta época decisiva, a menos própria para que aquela conjugação de ideias, com o acesso ao poder do actual chefe do Governo [Marcello Caetano], se venha a cindir ou enfraquecer.”Jardim apontou a realização do congresso de “forças políticas adversas ao Governo”, realizado sob vigilância policial em Aveiro, para “demonstrar” que “não vivemos na tal férrea ditadura que estrangeiros e portugueses por aí propagam”, mas numa “evolução política que, prudentemente, trilhamos, na aproximação dos países com maiores tradições cívicas”, países estes “onde, se também houver, como em Aveiro, manifestações não autorizadas e com distúrbios, as forças policiais intervêm”.


A censura ainda funcionou no dia 25 de Abril na Madeira
Ao comentar uma das Conversas em Família de Caetano na RTP, dedicada às “relações capital-trabalho”, Jardim escreveu a 13 de Fevereiro de 1974, dois meses antes da Revolução, que “por muito chocante que tal maneira de pensar seja para os que se julgam 'progressistas', a greve constitui um mal comunitário. Somos, pois, pela ilegalidade da greve”.Antes de se confessar adepto da “evolução na continuidade” de Caetano, Jardim mostrou ter grande apreço pelo seu antecessor. “Digno sucessor da escola de Sagres que é o prof. dr. Oliveira Salazar, o nosso inteiro apoio e admiração ao que tem feito para bem da Pátria", afirmou a 3 de Maio de 1961, na Liga 28 de Maio, em Lisboa, numa sessão comemorativa do 33.º aniversário da entrada de Salazar para o Governo.Em A Voz da Madeira, nos três anos que antecederam o golpe militar e a sua posterior nomeação pelo bispo Francisco Santana para director do diocesanoJornal da Madeira, Jardim mostrou ter ideias claras sobre o Ultramar. “A ideia portuguesa de Nação pluricontinental não se arreda das concepções democráticas. (...) Negociar com terroristas é impossível (...), seria antidemocrático partilhar o território nacional com bandos terroristas, num inventário ignominioso, após, nas últimas eleições, o próprio eleitorado ultramarino se ter manifestado esmagadoramente pela continuação dos laços da nacionalidade. Isto é que é a autodeterminação, e não as palhaçadas neocoloniais montadas pelas grandes potências”, escreveu na edição de 31 de Janeiro de 1973.Poucos dias antes passara à disponibilidade como oficial miliciano, depois de ter sido poupado à mobilização para África e colocado no Quartel-General da Madeira desde 1970, como especialista em Acção Psicológica.No artigo publicado no dia 28 de Maio de 1973, Jardim assinalava assim a efeméride: “Passaram quarenta e sete anos sobre o golpe de Estado, prefácio do regime instituído pela Constituição de 1933. Pronunciamento militar de nenhum modo ainda o triunfo do Integralismo Lusitano. Fundamentalmente uma reacção viril, sã e coerente de uma consciência viril, sã e coerente que se propunha extirpar a incompetência e a corrupção que maculavam a vida do país. (…) O confronto honesto do positivo e do negativo realizado, embora sempre subjectivo, permite a conclusão de que o regime serviu o País.”É também dessa altura um episódio recordado pelo co-fundador do PPD Magalhães Mota (Vida Mundial, 2/98), a propósito da discussão na Assembleia Nacional entre Miller Guerra e o salazarista Casal Ribeiro. Na sequência da vigília da Capela do Rato, Sá Carneiro — outro dos liberais em ruptura com Marcelo Caetano, criticado por Jardim no artigo “Cisões inoportunas” — intrometeu-se no debate parlamentar sobre a guerra colonial e as bombas.Depois da discussão, conta Magalhães Mota, “surge um editorial num jornal madeirense assinado por um senhor chamado Alberto João Jardim e com o título ‘A ANP ou a bomba’. Escrevia ele que não havia qualquer hipótese de terceira via, que só havia duas escolhas possíveis, ou era a da ANP ou a da bomba, e quem, como Francisco Sá Carneiro, que era directamente designado pelo nome, não queria ser da ANP, era bombista com certeza. O Sá Carneiro ficou muito melindrado com o artigo, mas, entretanto, chegou correspondência da Madeira a explicar-lhe que não ligasse ao escrito porque o rapaz que o assinava era tontinho e que só escrevia nos jornais porque era sobrinho de um senhor deputado local”, assinala Magalhães Mota.Composto e impresso na mesma gráfica do Comércio do Funchal, a tipografia Minerva, o semanário A Voz da Madeira era o órgão oficial da União Nacional dirigido pelo médico Agostinho Cardoso, deputado da UN/Acção Nacional Popular, e tio do actual presidente do governo regional. Este periódico, tal como o Diário de Notícias e o Jornal da Madeira — dirigidos, respectivamente, pelo advogado Alberto Araújo e pelo cónego Agostinho Gonçalves Gomes, igualmente deputados na Assembleia Nacional —, não estava, por isso mesmo, sujeito ao “exame prévio” da censura.

(Textos do jornalista Tolentino Nóbrega publicados no jornal Público) em 2014
Leia mais na nossa edição de 2014 AQUI
Aqui na foto Bazenga Marques está em conversa com Mário de Aguiar, o primeiro deputado do PCP eleito para o Parlamento Regional madeirense. 
Nestas duas fotos dos anos 80 Bazenga Marques participa nas famosas festas do Santo Amaro em Santa Cruz. Na foto com o edil da altura Luís Gabriel Rodrigues. Mais tarde este autarca seria preso por se ter apropriado de verbas da Autarquia. Nessa altura o PSD não tinha o controle da justiça como tem na atualidade.




12 comentários:

  1. A esperança do Jarreta é poder ser comparado a Churchill... Só se for pela obesidade excessiva e pelo charuto. Não tem categoria. A melhor foto deste aborto de estadista foi a das cuecas no Carnaval.
    Falaram do Bazenga, mas o primo chorrica, da Electricidade, também tem histórias interessantes...

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  2. Os comunas ainda deviam agradecer ao AJ , senão a FLAMA tinha limpo o "sarampo" a todos os comunas que estavam na ilha e ainda aos cubanos que vinham para a Madeira "esticar o pescoço"

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    1. A FLAMA queria vender a independência da Madeira aos jesuítas e à nobreza negra espanholas. O AJ é um traidor e basta ver quem, da própria FLAMA, foi "eliminado" por saber deste objectovo último. Para não comprometer AJ. O livro do Calusto, Achas na Autonomia, dá algumas pistas sugestivas. Foi o que lhe deixaram escrever.
      Os 25 de Abril e de Novembro nunca tiveram a ver com ideologia, mas sim. com a luta entre a maçonaria azul e a maçonaria vermelha. Com a vitória da primeira, que controla a CIA.
      Jardim foi um lacaio do Carlucci. Por isso estava à vontade para "bater" na outra maçonaria. Grande "corajoso," assim com as costas quentes.

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    2. A CIA ? está a ver muito filme lol

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  3. Volta, Sem Malícia, que estás perdoado.

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  4. A Madeira continua cheia de cubanos oportunistas. Vejam-se os magotes de professores na educação regional, mais apegados ao regime que muitos madeirenses. São tipos que se não fossem os tachos políticos, tinham de dar aulas ou pior, estariam no desemprego! Abençoada Madeira de vilões que se deslumbra com certos especialistas em graxa e lambebotismo!

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    1. Ó Virgem ofendida, então os teus antepassados não eram cubanos?

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    2. A integridade nada tem que ver com nacionalidade ou local de origem, ou ideologia.
      Mas quem quiser ir por este caminho sempre poderá recordar-se de algo que o fascista Jardim não gostava que se dissesse mas que sempre praticou: o madeirense é o pior inimigo do madeirense.

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  5. O "Calusto" era mais um ressabiado comuna que andava por aqui armado em parvo

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    1. Engraçado que quando o Calisto jogava no "Maritime" ninguém chamava-o comuna.
      Mas sempre foi normal receber o rótulo de comuna quem ousasse afrontar o velho jarreta fascista e traidor da Pátria (via FLAMA).

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    2. Ele nunca traiu a sua Pátria (Madeira)

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    3. Então que peça à Pátria dele para pagar-lhe as 2 reformas chorudas e não ao Centro Nacional (português) de Pensões.
      Ter sido Conselheirocde Estado português também não deixa de ser uma traição à Madeira. Nunca rejeitou essa inerência.
      É um duplo-traidor ao serviço dos Jesuítas espanhóis. Nunca quis a independência da Madeira senão para entregá-la à nobreza negra de Madrid e ser o governador vitalício na ilhota.
      Daí, por exemplo, o Banif ter ido parar às mãos do Santander, depois de comer as poupanças dos emigrantes.
      A única pátria que teve foi a barriga da mãe. Uma marciana, perdão, Marceliana de seu nome. É mesmo uma coisa do outro mundo: como o Alf o boneco, só que com charuto e cuecas de carnaval.

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