No âmbito dos meus estudos sobre a PIDE/DGS, encontro-me neste momento a analisar o
relacionamento da ex-polícia política da ditadura portuguesa com organismos policiais e agências
secretas de países democráticos, devido à pertença de Portugal à NATO, como foram os casos dos
EUA, da França e da Alemanha. As autoridades policiais e de informação destes três países, entre
outros, ajudaram também ao esforço da Guerra Colonial do regime de Salazar e Caetano.
Após a queda deste último, continuaram a estar muito atentas à situação portuguesa decorrente
do 25 de Abril de 1974 e ao Processo Revolucionário em Curso (PREC) que se seguiu até ao 25
de Novembro de 1975. Pensei que, à beira do cinquentenário da data inicial da transição para a
democracia em Portugal, que ocorrerá em 2024, os leitores portugueses se pudessem interessar pela
atitude e postura não neutra que esses serviços secretos tiveram durante esse ano e meio português.
Da mesma forma, tenho verificado que há muitas perguntas sobre o comportamento da polícia
política do regime ditatorial e o seu papel na Guerra Colonial, bem como sobre o facto de
praticamente nada ter feito para impedir a preparação e a eclosão do golpe militar dos oficiais do
Movimento das Forças Armadas (MFA).
Por isso, o texto que aqui apresento é uma análise pessoal de episódios ocorridos entre os anos finais
da ditadura e o 25 de Novembro de 1975, com destaque para o que aconteceu à ex-polícia política e
para a ação dos EUA, França e Alemanha nesse período relativamente a Portugal. Como se verá, não
se trata de qualquer análise exaustiva de todas as questões em torno da implantação da democracia
em Portugal. Também não serão analisadas as movimentações populares, rapidamente controladas
pelos partidos depois de um muito breve período de espontaneidade e autonomia.
A autonomia do campo político é o que se optou por aqui analisar, através do estudo das principais
instituições de poder erguidas durante o processo que se desenvolveu no período entre os dois “25”,
de Abril de 1974 e de Novembro de 1975, quer entre os militares, quer entre os principais partidos
políticos portugueses. Para isso, socorri-me do trabalho crucial de historiadores como José Medeiros
Ferreira, António Reis, César de Oliveira, Maria Inácia Rezola e José Manuel Lopes Cordeiro.
IRENE FLUNSTER PIMENTEL
Sr Coelho: publique o artigo de onde tirou essas fotos. Pelas legendas, parece material interessante e assim não se percebe nada! Assim, o Pravda da Mamadeira já parece os pasquins do Meia-Saca e do Padre das Esmolinhas!
ResponderEliminarMuito obrigado, Camarada! "O que faz falta é avisar a malta!" Embora os madeirenses prefiram espetada e vinho seco (já se converteram ao "vinho de rolha" alentejano, vá lá...) mas pelo meio arrotam: "Não gosto de ler. Livros não enchem a barriga." E por isso são enganados uma e outra vez. Nem refigir uma reclamação em defesa própria sabem e os caciques agradecem, claro.
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