Mariel Franco e seu motorista Anderson Gomes
Há mais de seis
anos, as perguntas incontornáveis ecoam,
ameaçando cair
no vazio: Quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Gomes, e por quê? Na
manhã de ontem, uma operação da Polícia Federal apresentou respostas. Foram presos, apontados no inquérito
como “autores intelectuais”
do crime, o deputado federal
Chiquinho Brazão (UniãoRJ), seu irmão Domingos
Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do
Rio (TCE), e o delegado Rivaldo Barbosa, que era o chefe de Polícia Civil do Rio à
época dos assassinatos e teria
atuado para protegê-los. Os
três negam a acusação.
No relatório da PF que
embasou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal
Federal (STF), a motivação
para o assassinato de Marielle foi divergência política
em relação à regularização
fundiária de condomínios
na Zona Oeste do Rio, região onde o clã Brazão tem
base política. Moraes reproduziu trecho do relatório que diz que “inexistem
dúvidas em relação ao teor
repugnante da motivação
dos irmãos Brazão na empreitada criminosa” Ao todo, foram cumpridos
12 mandados de busca e
apreensão, determinados, assim como as prisões, por Alexandre de Moraes. Entre os
alvos estão Erika Andrade de
Almeida Araújo, mulher do
delegado Rivaldo — apontada como sócia em empresa
usada para “branqueamento
de capitais” —, e o delegado
Giniton Lages, que chefiava a
Delegacia de Homicídios no
início das investigações, em
março de 2018. Segundo informou a colunista Malu Gaspar, do GLOBO, a denúncia
da Procuradoria-Geral da República (PGR) só será concluída depois que todas as provas
recolhidas na operação deste
domingo forem analisadas.
Política e crime: elo de padrão mexicano
Política e crime: elo de padrão mexicano
Caso Marielle
mostra que lá e aqui,
frequentemente, a
política e o crime se
tornam uma coisa só
Houve um tempo, no
México, em que os cartéis das drogas lidavam
com autoridades políticas, policiais ou judiciais de
acordo com uma receita simples, que os criminosos chamavam de plata o plomo (“prata
ou chumbo”, em espanhol).
Ou seja, políticos e agentes
da lei podiam ser cooptados
por meio do pagamento de
propina (prata) ou intimidados e eliminados com o emprego da violência (chumbo). Há
muitos anos, porém, os elos
entre política e crime organizado no país evoluíram para
um estágio mais complexo,
em que interesses políticos se
misturam com atividades criminosas, tornando impossível distinguir onde começa
um e termina o outro, ou qual
alimenta qual. É a política que
está a serviço do crime ou o
crime que serve à política?
O caso Marielle Franco sugere que o Brasil atingiu o padrão mexicano de elo entre política e crime organizado. Os
suspeitos de ordenar ou encobrir o assassinato da vereadora
do Rio de Janeiro, presos em
operação da Polícia Federal
neste domingo, incluem um
deputado federal, Chiquinho
Brazão, um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), Domingos Brazão, e um ex-chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa.
Os dois primeiros foram
apontados como mandantes
do crime pelo ex-PM e miliciano Ronnie Lessa, que confessou ter matado a vereadora e o
seu motorista, Anderson Gomes, em 2018.
A motivação seria o fato de
Marielle ter se tornado um obstáculo aos interesses de
especulação imobiliária dos
irmãos Brazão em uma área
de influência das milícias na
zona oeste do Rio. Chiquinho
e Domingos têm uma longa
trajetória política no Estado,
que inclui mandatos na Câmara Municipal e na Assembleia
Legislativa (Alerj), onde ainda mantêm influência, e possuem apadrinhados na prefeitura e no governo do Estado.
Já o delegado Rivaldo Barbosa foi preso pela suspeita
de ter participado de uma trama para encobrir os culpados
pelo assassinato. Justo ele,
que chefiava o órgão policial
inicialmente responsável pela investigação.
Guardadas as proporções,
a suspeita sobre Barbosa lembra o caso do ex-chefe de combate ao narcotráfico no México, Genaro García Luna, que
no ano passado foi condenado nos Estados Unidos por fazer exatamente o contrário
do que seu cargo exigia: ele
trabalhava para, não contra,
os grupos criminosos.
Lá e aqui, frequentemente
não é a política que está a serviço do crime ou o crime que
serve à política. Ambos acabam se tornando uma coisa
só.
Na ilha da Madeira as policias da Republica assim como os Tribunais e todo o MP trabalham para o crime organizado local é igualzinho àquilo que acontece no Brasil.
ResponderEliminarÉ verdade Coelhão.
EliminarEste blogue é universal. Só cheira a merda.
EliminarComentário 5.55 parece que o padre das esmolinhas anda enraivecido.
EliminarE na Rússia nem se fala !!!!
EliminarO motorista achou de comer aquele frasco tipo coelha cá do sítio.....fu***-**.
ResponderEliminarPede o NIF ?
EliminarNIF????
EliminarEla nunca pagou impostos