A falsa democracia norte-americana
A democracia norte-americana, pregada pelos EUA como modelo de política e liberdade para o mundo, é na verdade uma falsa democracia. Descobrimos este fato pelo estudo do desenvolvimento econômico norte-americano através do tempo.No século XVII, capitalistas e aristocratas ingleses invadiram e ocuparam a América do Norte para explorá-la lucrativamente. Expulsaram os índios do litoral e nele organizaram várias colônias. Nas colônias do norte e do centro, onde havia clima favorável, os ingleses instalaram a produção mercantilista baseada no trabalho artesanal e no assalariado, financiada pelo capital bancário da metrópole. Nas colônias do sul, o clima quente e tropical favorecia apenas a agricultura de plantation. Então, os ingleses instalaram a produção agrícola exportadora baseada na mão-de-obra escrava.A colonização baseada na propriedade privada dos meios de produção desenvolveu uma sociedade colonial dividida em quatro classes. Duas delas ricas e privilegiadas: a aristocracia agrária, formada pelos senhores de escravos das colônias do sul, e a burguesia mercantilista formada pelos banqueiros, armadores, donos de manufaturas, comerciantes e burocratas do norte e do centro. As duas outras classes eram pobres e exploradas. Eram elas: a dos trabalhadores livres, formada por assalariados, artesãos e pequenos agricultores, e a dos escravos, composta de africanos cativos. A aristocracia enriqueceu explorando os escravos e a burguesia enriqueceu explorando os trabalhadores livres. Tudo era feito em sociedade econômica e política com as altas classes da metrópole (Pacto Colonial).Mais tarde, em 1776, a crise financeira e a industrialização da Inglaterra causaram a separação dos negócios. Os sócios ingleses mudaram arbitrariamente as regras do Pacto Colonial para obrigar as colônias a financiar as dívidas da guerra com a França e para viabilizar o seu novo negócio, a indústria. Criaram pesados impostos sobre pessoas e mercadorias e também monopólios que impediam a liberdade de comércio. Prejudicados em seus negócios, os sócios coloniais (aristocratas e burgueses) desfizeram a sociedade com a Inglaterra, proclamando a independência. Os sócios ingleses responderam com as armas.Na verdade, a independência dos EUA não foi um movimento democrático popular, mas sim a luta da minoria de ricos colonos pela sua própria riqueza e pela liberdade econômica. As massas trabalhadoras, maioria da população colonial, continuaram dependentes ou escravizadas, pobres e excluídas das decisões políticas. As evidências deste fato são apresentadas em História da Riqueza do EUA, de Leo Huberman, que explica como os congressos que decidiram fazer a independência, a guerra para expulsar os ingleses e os empréstimos para financiar tudo, eram formados por delegados da burguesia e da aristocracia coloniais eleitos pelo voto censitário masculino (direito de votar e ser votado apenas para homens com boa renda anual). Colonos de baixa renda, mulheres e escravos foram excluídos.A república aristocrático-burguesaA formação do Estado Nacional norte-americano seguiu o mesmo processo antidemocrático. Cada colônia foi transformada em estado soberano por congressos locais eleitos e unidos pelas classes ricas. Do mesmo modo, foram eleitos os representantes dos 13 estados e reunidos em um congresso aristocrático-burguês, o Congresso de Filadélfia, que em 1777 criou os Estados Unidos da América: uma confederação de 13 estados soberanos representada pelo congresso unicameral.Depois de expulsar os ingleses, as classes ricas passaram a ter sérios problemas. As dívidas da guerra da independência causaram grave crise financeira. O excesso de autonomia política, econômica e monetária produziu uma crise econômica generalizada. Huberman explica que os agiotas aproveitaram-se da situação e a miséria do povo americano cresceu.Arruinados pelas crises e pelos agiotas, os trabalhadores e os pequenos proprietários fizeram levantes armados em vários estados. Um desses levantes, o de Shays (1786), no Estado de Massachusetts, foi particularmente perigoso porque defendeu a idéia da propriedade comum. Alarmadas, as altas classes tentaram controlar a situação, mas a precária confederação mostrou-se incapaz. Então os ricos passaram a clamar por um novo tipo de estado.Em 1787, reuniu-se uma convenção para organizar o novo estado. Huberman denuncia que os 55 delegados dessa convenção eram banqueiros, acionistas, comerciantes, fabricantes e senhores de escravos reunidos em segredo e a portas fechadas.As divergências entre os dois modos de produção dominaram os trabalhos. A burguesia era contra a soberania dos estados porque esta travava a livre circulação de mercadorias, impedindo o funcionamento dos seus negócios. Seu objetivo era acabar com qualquer barreira à livre circulação das mercadorias e integrar os estados para organizar o comércio interno. Por isso os burgueses defendiam a formação de uma federação, que é um tipo de estado formado pela união de estados com limitada autonomia em torno de um poder central, forte, centralizado e soberano. Segundo Delgado de Carvalho, em sua História Geral, essa burguesia organizava-se no Partido Federalista (Partido Republicano de hoje). Eram liderados pelo rico advogado Alexandre Hamilton e pelo general George Washington. Seguiram o liberalismo inglês.A aristocracia agrária não queria a diminuição da autonomia estadual porque perderia o controle político e econômico dos estados do Sul, essencial para manter seus negócios. Sua produção agroexportadora escravista e dependente dos mercados externos dava altos lucros. Exportava algodão e tabaco e importava produtos industrializados ou manufaturados da Europa e escravos das Antilhas. Não precisava de comércio interno nem de integração econômica. Por esse motivo defendia a formação de uma república onde os estados tivessem ampla autonomia. De acordo com Delgado de Carvalho, os aristocratas organizavam-se no Partido Republicano-Democrático (Partido Democrata de hoje), sob a liderança de Thomas Jefferson, seguindo ao mesmo tempo o liberalismo francês e a fisiocracia.O resultado da luta política entre aristocratas e burgueses foi uma constituição de artigos que atendeu aos interesses comuns das duas classes, os quais eram: 1 – A propriedade privada; 2 – a liberdade individual formal; 3 – a liberdade econômica (liberalismo); 4 – moeda única para todos os estados; 5 – um exército permanente para esmagar os levantes das massas trabalhadoras e rebeliões dos escravos, lutar contra nações concorrentes, guardar as fronteiras (terras de especuladoras) e guardar a propriedade privada; e uma Marinha de guerra para auxiliar o Exército e proteger o comércio marítimo. Interesses divergentes, como o tipo de estado, tiveram de ser conciliados. Foi adotada a República Federativa para atender à burguesia, e a República para atender aos aristocratas.O mesmo aconteceu com a organização econômica. Foram estabelecidos os estados livres, em que a base da economia era o trabalho artesanal ou assalariado, e os estados escravistas (no sul), onde a base da economia era o trabalho escravo.Segundo estudos de Huberman, para que as pessoas com pouca ou nenhuma propriedade tivessem pouco poder, burgueses e aristocratas estabeleceram o seguinte esquema: primeiro dividiram o governo em três partes – uma parte legislativa, formada pelo Congresso dos Estados Unidos, dividido em duas câmaras, Senado e Câmara dos Representantes Estaduais; uma parte executiva, formada pela Presidência dos Estados Unidos; e uma parte judiciária, formada pela Suprema Corte dos Estados Unidos.Depois, estabeleceram que o povo elege diretamente apenas a Câmara dos Representantes Estaduais. Cabe aos representantes estaduais eleger os senadores e escolher os eleitores do Colégio Eleitoral. O Colégio Eleitoral elege o presidente dos Estados Unidos, que tem mandato de quatro anos. O presidente escolhe os membros da Suprema Corte, que têm mandato vitalício. A Constituição dos Estados Unidos da América entrou em vigor nacionalmente em 1788, após tumultuada notificação dos 13 estados. Ela é um dos maiores exemplos de falsificação da democracia e da liberdade.Para coroar sua vitória sobre as ameaças à propriedade privada e aos seus negócios, em 1789 as classes ricas unem-se para eleger George Washington (Partido Federalista) o primeiro presidente. Quase meio século depois, o abolicionista William Lloyd Garrison propôs que a Constituição dos EUA fosse queimada porque, segundo ele, ela perpetuava a escravidão.Os senhores do dinheiro contra os senhores dos escravosA luta de classes logo transformou a república aristocrático-burguesa dos EUA em cavalo de batalha das classes proprietárias. A burguesia do Norte tirava a sua riqueza do modo de produção capitalista de mercadorias. Mas essa liberdade era travada pelo modo de produção do Sul, baseado no trabalho escravo e na terra. Então, as duas classes passaram a usar o Estado para lutar uma contra a outra, prejudicando o povo.O primeiro governo de Washington foi tumultuado pela rivalidade entre o secretário de Estado, Thomas Jefferson (Partido Republicano-Democrático), que usava o cargo para os negócios de agroexportação dos aristocratas, e o secretário do Tesouro, Alexander Hamilton (Partido Federalista), que usava o cargo para os negócios da burguesia. Esse tipo de política arruinou a maioria do povo, que se revoltou, mas foi rapidamente derrotado.Nos anos seguintes, o Partido Aristocrático usou o Estado para comprar os territórios da Luisiânia e da Flórida, para onde expandiram a produção agroexportadora escravista. A burguesia respondeu com a expansão dos seus negócios para o Oeste, usando a mão-de-obra barata do proletariado das cidades do norte, invadindo e incentivando a invasão das terras dos índios por garimpeiros, caçadores de peles e agricultores arruinados. Depois, sobre as terras roubadas, construíram estradas de ferro ligando o Oeste ao Norte para fazer circular as mercadorias. Por volta de 1850, já não havia terras para onde expandir, o que agravou o conflito. Reorganizados desde 1836 no Partido Democrata, os aristocratas dividiram o controle do Estado com os burgueses até 1860, quando o novo partido burguês, o Republicano, elegeu Abraham Lincoln e implantou o programa burguês de integração econômica. Aprovou taxas que beneficiavam os negócios da burguesia e prejudicavam a produção agrária e iniciou o projeto de libertação dos escravos.Em minoria, os aristocratas responderam com um golpe. Separaram os estados sulistas dos EUA e com eles formaram seu próprio estado (os Estados Confederados da América), para manter a produção escravista. O resultado foi a explosão de uma guerra civil. A burguesia mobilizou os estados do norte e do oeste (a União), os abolicionistas e o proletariado para destruir a Confederação. Durante cinco anos, os confederados lutaram encarniçadamente, porém como eram dependentes da importação de armas e munições foram bloqueados pela Marinha de Guerra construída pelos estaleiros burgueses e destruídos pelas armas fabricadas pela indústria burguesa.A vitória do capitalismo industrial na Guerra Civil Americana destronou a aristocracia sulista e transformou os EUA numa república burguesa. Tal vitória custou ao povo americano 617 mil mortos, 8 bilhões de dólares em despesas de guerra, destruição da economia do Sul e milhares de desempregados e desabrigados (principalmente escravos “libertados”).Onde está a democracia dos EUA?Segundo os estudos de Lênin para o livro Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo, a economia norte-americana desenvolveu monopólios que são minorias de grandes empresas organizadas em trustes e cartéis para controlaram sozinhas toda a matéria-prima e para impor suas mercadorias e seus preços. Os donos dos monopólios são um pequeníssimo número de burgueses.A tirania econômica monopolista desenvolveu a tirania política imperialista. Os donos dos monopólios norte-americanos organizam-se em partidos burgueses, como o Republicano, para controlarem o Estado. Com isso, passam a dominar a economia e a nação para sugar suas riquezas. Depois, usam o estado para dominar outras nações e extrair matérias-primas e demais riquezas. Para isso, endividam essas nações, compram seus políticos e seus governos fantoches.De 1870 a 1980, os EUA derrubaram dezenas de governos eleitos e instalaram ditaduras em todos os países das Américas do Sul e Central. Onde houve resistência ou concorrentes imperialistas, os EUA fizeram guerras devastadoras como a II Guerra Mundial e a Guerra do Vietnã.Internamente, a política dos EUA passou a ser monopolizada pelos partidos da minoria rica, o Partido Republicano (burguesia proprietária dos monopólios) e o Partido Democrata (restante da burguesia e pequena-burguesia). A participação do povo continua resumida à eleição dos representantes estaduais, mesmo depois de ter conquistado com muita luta o direito de votar e ser votado através do voto universal.As análises da ciência econômica marxista demonstram que não existe democracia em sociedades baseadas na propriedade privada dos meios de produção. Neste tipo de sociedade, uma minoria de ricos proprietários explora e domina a maioria do povo (trabalhadores). Nesse esquema, a democracia é apenas um slogan usado pela minoria rica para atingir seus objetivos.Paulo Marcelo Rodrigues (fonte)
O JOSÉ
O José era um politico
Com um nariz engraçado
Que por ordem de um Juiz
Acabou engavetado
O José tinha um amigo
A quem correu bem a vida
Comprava-lhe apartamentos
Livros, carros e comida
Vivia modestamente
Com os frutos do seu labor
Vestia discretamente,
Prada, Chanel e Dior
Quis fazer um aeroporto
Em terras da fundação
Do seu amigo Soares,
O que o foi ver à prisão
A gerir o orçamento
Teve o máximo cuidado,
O aeroporto de Beja
É o mais movimentado
Fez escolas em Portugal,
Até deu computadores,
Era pois fundamental
Avaliar professores
Fez estradas, túneis, pontes,
Só faltou o TGV,
Criou amigos aos montes
À conta das PPP
E em todos os concursos,
Coincidência feliz,
Nada sobrava pro ursos,
Só MotaEngil e a do Liz
Convocou uma cimeira
Para unir todos os povos,
E mostrar a todo o mundo
Que temos amigos novos
Grandes líderes mundiais
Todos vieram aqui:
Apoios incondicionais,
Do Chavez e do Kadafii
Comprou milhões de vacinas
Foi um líder prevenido
Arranjaram-lhe um emprego;
Agora foi despedido.
Seguindo desta maneira
E se não mudar a sorte,
Vai para a Cova da Beira
Ou consultor, no Freeport.
Contrariou com lisura
Tudo o que praí se diz
Da sua Licenciatura,
E foi estudar para Paris
Regressou pois doutorado
Como um cidadão comum
E foi logo convidado
Para ir à RTP 1.
Foi comentador escolhido
Pela sua eloquência
Agora foi despedido,
Subiu logo a audiência.
De ruim e vil maneira
O juiz, esse vilão:
Mandou prendê-lo, o Teixeira,
Saindo do avião
Mas a saga continua
Por cá toda a gente aposta
Que o José só vem cá pra rua
Quando elegerem o Costa
No fim achamos por bem
E em nome da decência
Que este José nos lembra alguém??
Ou É pura coincidência?
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