Esqueçam a Grécia, Portugal "é uma bomba-relógio", diz-se nos EUA
Especialista vê recuperação aparente, que esconde problemas difíceis de resolver. Economia portuguesa é vista como “bomba-relógio” que pode explodir após as legislativas.
A situação grega pode estar em via de ser solucionada, mas a preocupação em torno da Zona Euro não deverá acabar tão cedo. Um dos analistas financeiros de maior destaque nos Estados Unidos defende que Portugal deve ser alvo de maiores cuidados, uma vez que o contexto económico e financeiro faz prever “uma segunda crise portuguesa”.
Mathew Lynn, que escreveu o livro ‘Bust: Greece, The Euro and The Sovereign Debt Crisis, defendeu na sua coluna semanal no site Market Watch que a economia portuguesa tem “níveis de dívida insustentáveis”, que “não permitem uma recuperação estável da economia.
O jornalista económico identifica vários sinais de risco, e fala de um país que “à superfície parece estar bem melhor do que há três anos atrás”, mas que “poderá afinal não estar salvo”. Mathew Lynn refere os números do endividamento que mostram uma realidade “preocupante”: quando se junta a dívida do Estado à das famílias e empresas, Portugal é o país com saldo mais negativo da Zona Euro, à frente até da Grécia.
Para aumentar as preocupações, a aproximação das eleições legislativas está a levantar muitas dúvidas. A possível vitória do PS é vista com um “travão à austeridade”, que poderá levar à bancarrota “até ao Natal”.
“Portugal é uma bomba-relógio prestes a explodir”, afirma Mathew Lynn, antes de concluir: “A maior parte das pessoas acham que o centro da crise da Zona Euro está em Atenas, mas a verdade é que poderá estar também em Lisboa”. (fonte)
Comentário de um leitor:
Para além das mentiras tranquilizadoras dos nossos governantes, os economistas credenciados que não estão ao serviço desse senhores, têm revelado que o "miolo" -o fundo da questão- da situação portuguesa não é melhor que há 4 anos. As melhorias propaladas para indígena desprevenido acreditar são dados de "superfície" que denotam pequenas melhorias em sectores que não são os realmente decisivos. Tudo porque, como é sabido, a correcção das nossas contas foi feita pelo enorme aumento de impostos, não pelas reformas do sistema produtivo e reforma do Estado, e também muito ajudadas pelas políticas mais recentes do B.C.E., as quais não podem prosseguir indefinidamente. Os problemas essenciais continuam iguais ou ainda piores como é o caso a dívida pública superior a 130 %.. A continuação desta situação vai inexoravelmente obrigar a mais cortes (já anunciados, de resto), os quais irão por efeito de dominó incidir negativamente na economia. É um círculo vicioso negativo que só pode ser quebrado por crescimento, politica de emprego activa, etc.
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