domingo, 15 de maio de 2016

Elefantes na Madeira

Elefantes na Madeira

Das 3 espécies de elefante existentes no mundo apenas uma ocorre na Madeira, o elefante branco. Ao contrário do africano e do asiático, o elefante branco não está minimamente ameaçado e na Madeira proliferou abundantemente nas últimas décadas. A expressão elefante branco surgiu por analogia aos elefantes albinos no sudeste asiático que, por serem considerados sagrados e estando protegidos do trabalho, eram vistos pelos europeus como um bem sem utilidade que apenas dava despesa. Por isso, hoje, apelida-se de elefante branco qualquer obra pública que, apesar dos seus custos, não tenha, ou esteja sem, utilidade.

A Madeira possui muitos destes elefantes brancos, não é novidade nenhuma, mas há 3 destes exemplares que representam o colapso da política de gestão de resíduos na Madeira depois de largas dezenas de milhões de euros investidos desde o fim do século passado. Um desses elefantes brancos é a Instalação de Incineração de Resíduos Hospitalares e de Matadouro existente na Meia-Serra, infraestrutura esta que, inaugurada em 2004, nunca chegou a funcionar. Como consequência, a Madeira continua a suportar avultadas despesas para acondicionar, transportar e tratar os resíduos hospitalares perigosos em instalações fora da Região. Outro espécime deste tipo de elefante é a Estação de Transferência de Resíduos Sólidos Urbanos da Zona Oeste, localizada na Meia Légua, na Ribeira Brava, infraestrutura que funcionou por vários anos mas, há algum tempo, foi fechada sem qualquer explicação. A função deste Estação, à semelhança da Estação de Transferência de Resíduos Sólidos Urbanos da Zona Leste, localizada no Porto Novo, em Santa Cruz, era a de tornar mais eficiente e mais barato o transporte de resíduos para a Meia Serra, compactando-os e acondicionando-os em camiões de maior capacidade. Como consequência desde encerramento, Porto Moniz, São Vicente, Ribeira Brava, Ponta do Sol e Calheta obrigam-se a ter de percorrer maiores distâncias com os veículos de recolha para entregar os seus resíduos na Meia Serra.O terceiro elefante branco de que vos quero falar é a Instalação de Compostagem de Resíduos Sólidos Urbanos, uma infraestrutura localizada na Meia Serra e concebida para transformar em composto (terra vegetal) os resíduos orgânicos. Esta Estação funcionou por alguns anos mas há vários que também está inoperacional. Tendo em conta que os Resíduos Sólidos Urbanos produzidos na Madeira são em cerca de 45% constituídos por materiais orgânicos (putrescíveis), e que a compostagem é uma alternativa mais barata e mais amiga do ambiente do que o sistema de incineração que está atualmente em uso, não se percebe a falta de vontade para reativar a compostagem. Reciclar, através da compostagem, parte dos orgânicos que produzimos seria a forma mais imediata de melhorar a sustentabilidade na gestão dos resíduos que produzimos, reduzindo a poluição e os custos associados.(diário)

Comentário interessante de um leitor do DN

Para mim, a questão dos elefantes brancos na Madeira é muito simples de explicar, chama-se: arrogância e prepotência. Na essência, o madeirense tem grandes complexos de inferioridade e uma necessidade permanente de ser melhor que os outros, não no aspeto competitivo, mais para ele próprio sentir-se superior. A política de direita é perfeita para esta autovalorização exagerada, que leva à ruína económica. Primeiro por falta de planeamento, segundo porque o objetivo final é tão fútil. O AJJ era a representação perfeita dessa arrogância e prepotência. Fazendo uma analogia simples, a estupidez na construção de muitos desses elefantes brancos, é o equivalente a um pobre desempregado, conseguir livre financiamento para comprar um meio de transporte para o seu agregado familiar de 5 pessoas. Sem saber nada de manutenção automóvel e contra todos os conselhos de escolher um carro familiar, económico e de baixa manutenção, opta por comprar um Ferrari. Após a compra, faz questão de mostrar a toda a gente e impressionar os amigos, depois, mete-o numa garagem até arranjar alguém capaz de o conduzir e mante-lo com o seu subsídio de desemprego. Quando percebe o erro, nunca admite que fez uma asneira. Continua sem um meio de transporte para a família e uma dívida gigantesca para pagar. Agora, fazer esta asneira um vez admite-se, mas 30 a 40 vezes????

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