Candidato do PTP diz que esta Câmara do Porto Santo “não fez nada”
Alcino Gomes não fala do Partido Trabalhista Português como um pequeno partido. É grande “na dimensão democrática, na luta pelo povo, na procura pelo bem estar das pessoas”. Essa coisa de partido pequeno já lá vai, hoje “há uma evolução que se nota e os responsáveis são pessoas de bem que estão a merecer a confiança das populações”. Defende que “se as pessoas apostarem nos ditos pequenos, mas que são grandes na dedicação, terão uma surpresa muito agradável”.
O candidato do PTP à Câmara Municipal do Porto Santo, de 38 anos de idade, vendedor de loja, natural do Funchal mas vivendo na ilha dourada há 22 anos, acredita que o eleitorado “está consciente do trabalho que o partido tem vindo a fazer e sabe que quando falamos só o fazemos relativamente ao que podemos cumprir. Não podemos prometer coisas que não conseguimos fazer. As pessoas sabem disso”.
As pessoas estão fartas das discussões Câmara/Assembleia
Nos contactos que tem mantido durante a ação de pré campanha, apercebe-se que “as pessoas estão descontentes com a forma como os orgãos autárquicos têm sido governados, tanto na Câmara Municipal como na Assembleia Municipal, que estão permanentemente de costas voltas, sempre com discussões partidárias. Digo-lhe que a nossa deputada municipal, Paula Serra, desempenhou mesmo, em algumas ocasiões, o papel de moderadora, uma vez que as divergências eram de tal ordem que não havia qualquer estabilidade. E as pessoas do Porto Santo apercebem-se disso, estão cansadas dessa forma de governar a autarquia e dizem-me isso muitas vezes”.
Futuro do Porto Santo não se constrói com guerras
Alcino Gomes diz que o futuro do Porto Santo “não se constrói com guerras partidárias” e aponta uma consequência imediata dessa realidade que tem assolado a política da ilha: não se faz nada e não conseguimos a evolução que poderia ter acontecido. Os problemas partidários são resolvidos nos partidos, os problemas que dizem respeito às populações devem estar acima disso e devem merecer uma solução consensual. Os partido têm que entender isso se quiserem ganhar a confiança das pessoas”.
Reforço do Centro de Saúde precisa-se
O candidato do PTP defende que o caderno de encargos para o “ferry” Madeira-Continente deveria contemplar uma paragem em Porto Santo. Foto Rui Marote
Olhando para o futuro, para aquilo que o Porto Santo mais precisa, o candidato não tem dúvidas na reação que deixa “escapar” sobre o passado: “Esta Câmara não fez nada, isto para ser sincero. Talvez por falta de dinheiro, embora o dinheiro não justifique tudo”. Agora, assenta o discurso direcionado a esse futuro quando diz que, se for eleito presidente da Câmara Municipal do Porto Santo, vai “estabelecer entendimentos no sentido de dotar o Centro de Saúde de mais meios, técnicos e humanos”. Se for eleito vereador, mesmo estando na oposição, a luta será igual, promete bater-se “por melhores condições ao nível da Saúde”. Os bombeiros, que hoje são voluntários, se o PTP mandasse “seriam municipais, com remunerações diferentes e melhores condições”.
Melhor limpeza da praia
Num outro patamar está a praia, que no fundo representa o polo principal de atração e o motivo pelo qual o Porto Santo tem este verão em cheio. O espaço de areia branca é atrativo mas também preocupação, segundo o PTP, devido à inexistência de um maior cuidado com a limpeza. Alcino Gomes considera que “as operações de limpeza da praia deveriam ocorrer com outra estratégia, muito mais incisiva e muito mais eficaz do que aquela que tem sido desenvolvida. É preciso ter em conta os milhares de turistas que passam pela ilha, uns estando mais tempo que outros, mas em qualquer dos casos, todos têm a praia como referência. A limpeza é, por isso, fundamental como preservação da imagem de um destino turístico”.
Contrato do “ferry” devia contemplar passagem no Porto Santo
Naquilo que se prende com áreas tão fundamentais para uma ilha que sofre de dupla insularidade, como sejam os transportes, o PTP não foge muito ao que defendem os outros partidos. Também considera que o Porto Santo “está mal servido” por via aérea. Pela via marítima, lembra que o Lobo Marinho, no inverno, além da paragem em janeiro, está dias que não vem ao Porto Santo por causa do mau tempo, talvez porque, em alguns momentos, não é rentável transportar 100 ou 200 passageiros. Mas quando os aviões são desviados já pode fazer todas as viagens extra. É uma situação que deveria ser resolvida de uma vez por todas”.
Ainda no transporte marítimo, Alcino Gomes defende que o caderno de encargos para a concessão da linha marítima Madeira-Continente deveria contemplar uma passagem pelo Porto Santo. “Acho que era essencial para o desenvolvimento da ilha, quem sabe se não seria um ponto de partida para que o Porto Santo despertasse a atenção das pessoas para potenciais investimentos”.
Desespero com o amianto na escola
A Escola e o amianto é outra realidade que faz alunos e pais desesperarem. O anúncio do início das obras não deixa o candidato do PTP mais tranquilo, diz que “as nossas crianças, os nossos professores e os nossos alunos, convivem diariamente com amianto e oxalá que seja desta vez que o governo promete e cumpre, o que não aconteceu noutros momentos”.
O fim da sazonalidade é algo que o Porto Santo “persegue” desde há muito tempo. Os anos foram passando, o destino foi sofrendo uma procura cada vez mais elevada sem que tenha acompanhado, ao nível da prestação dos serviços, o grande volume de pessoas que ali vão no mês de agosto. Alcino Gomes diz que “toda a gente afirma que não é possível acabar com a sazonalidade. Só que eu acho que esse objetivo não deve ser esquecido, antes pelo contrário, devemos tê-lo sempre no horizonte como forma de cumprir com aquilo que o povo do Porto Santo quer, uma ilha com a economia a funcionar todo o ano”.
Falta formação e as pessoas ficam esgotadas
Considera ser preciso “promover bem o destino, garantir acessibilidades exteriores, dar mais informação sobre a ilha e também prestar um bom serviço com mais formação aos funcionários para que eles possam dar resposta adequada. O número de pessoas é tal que os trabalhadores dos hotéis, dos restaurantes, dos bares, estão esgotados e falham na capacidade de resposta. Claro que quem nos visita fica descontente com isso. É uma situação que deveria merecer outra atenção e outra atitude das entidades”.
PTP tenta convencer jovens que “estão fartos”
No que se prende com a juventude, Alcino Gomes já constatou o desagrado que essa faixa importante da população tem. Diz que “os jovens estão fartos, como os pais também. Fartos porque os objetivos de vida não são cumpridos, porque os filhos não conseguem emprego, porque têm que sair da ilha e porque a terra onde nasceram não lhes garante oportunidades. Os jovens ouvem os pais falarem das situações e juntamente com o conhecimento que têm, ficam desiludidos. Depois, no momento do voto acham que não vale a pena e aí cometem um erro. Vale sempre a pena votar, porque com isso participam e podem contribuir para as mudanças, dar confiança a outras forças políticas porque a mudança é sempre benéfica. Se continuarem em casa, não mudam nada”. É por isso que a estratégia do PTP vai passar, também, pela “sensibilização junto do eleitorado jovem, no sentido de captar votos nessa faixa da população”. (funchal-notícias)
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