segunda-feira, 10 de junho de 2019

A pior coisa que aconteceu após o 25 de Abril, foi se acabar com a “mobilidade” dos juízes.

 Gil Canha


Em inícios de 2017, acusei Paulo Cafofo de desviar milhares de euros dos cofres da Câmara Municipal do Funchal para o Diário de Notícias de Mr. Blandy/Sousa, por meio de maroscas indescritíveis. O cavalheiro, ofendido com a minha alegada “difamação”, meteu-me um processo judicial, mas para não pagar o advogado nem as custas judiciais, disse que a “Câmara” tinha sido ofendida, e lá foi buscar milhares de euros aos cofres do município para contratar o habitual advogado, Rui Candelária Bettencourt, o tal causídico muito chegado ao gabinete jurídico da família de Andreia Caetano (adjunta do executivo camarário) e que tem “papado” por ajuste direto da administração cafofiana acordos milionários do além. 
Eu já sabia por experiência própria que Cafofo é um ser egocêntrico, maquiavélico, um “poucochinho” narcisista, e que lida muito mal com a verdade, aliás, nunca conheci na minha vida (atenção que sou muito ressabiado) uma pessoa tão pouco solidária, tão mal-agradecida, e com um ADN tão próximo aos raposinhos da taiga siberiana. (Veja-se o caso do artista Márcio Amaro, que foi a peça fundamental da chegada dele à Câmara, e que nunca foi convidado para atuar no “Fica na Cidade”) 
A propósito do célebre caso da “queda da árvore do Monte”, e depois de se saber que Cafofo nas vésperas de sair da Câmara entregara mais 76 mil euros a Rui Candelária, pensei que parte desse dinheiro era para pagar honorários pela defesa da desgraçada da vereadora Idalina Perestrelo e dos outros técnicos da autarquia, arguidos neste processo. Afinal, viemos a descobrir que cada um dos arguidos, no caso da árvore do Monte, está a pagar as custas judiciais e os advogados do seu próprio bolso, e, inclusivamente, queixam-se da falta de solidariedade e de apoio do ex-Presidente. 
E o maior espanto é que enquanto no processo judicial contra o Gil Canha foi a Câmara a abrir os cordões à bolsa, no caso da “Árvore do Monte” cada um foi deixado à sua sorte! Isto só por si demonstra que tanto Cafôfo como a Andreia Caetano são vinagre da mesma pipa (isto nada tem a ver com o néctar borbulhante do Seixal) e que, para eles, a palavra solidariedade é uma coisa vã. 
E pior ainda, como o sr. Cafofo perdeu o processo judicial contra mim, devia ser ele a pagar as custas judiciais e os honorários do seu habilidoso advogado, e não a autarquia. (Onde anda o TC e o MP?) 
A Justiça na terreola 
A pior coisa que aconteceu após o 25 de Abril, foi se acabar com a “mobilidade” dos juízes. O que se passa na Madeira é uma vergonha, onde certos magistrados não se dão ao respeito, dão excessiva familiaridade aos caciques e aos membros do poder regional, não cultivam o recato e a equidistância necessária para exercer a justiça em nome do povo, de uma forma imparcial e justa, e criam entre os cidadãos um sentimento de desconfiança e descrédito pelas suas atitudes e sentenças. 
Lembro-me dos tempos do velho jornal “Garajau”, em que as decisões estapafúrdias de algumas juízas (no caso da Madeira, as senhoras são mais permeáveis que os homens a estas manigâncias) levaram ao fecho do jornal, e a coisa não foi mais longe, porque felizmente o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem acabou com esse clima persecutório embandeirado por certa magistratura alinhada com o regime. Por estas razões, não estranhei nada ao ler no DN que há uma juíza que pediu escusa dum processo contra Jardim porque vive numa casa dele, nem que a juíza que a vai substituir vive com um empresário do regime, que é unha e carne com o próprio Jardim. 
Já tinha saudades dum aroma assim tão intenso no nosso putrefacto pântano regional. [fénix]

Anónimo disse...

«Eu já aqui afirmei várias vezes, que a justiça na mamadeira é o pior cancro da nossa democracia! Os senhores magistrados e juízes fazem uma declaração de honra que vão fazer justiça em nome do povo. Mas o que fazem é justiça em nome dos corruptos e tubarões do dinheiro. E o mais grave é que perseguem quem denuncia a corrupção. Veja-se o caso de José Manuel Coelho e outros activistas políticos que combatem a corrupção e a máfia no bom sentido! O caso das facturas falsas e a corrupção no porto do Funchal, são dois exemplos como os corruptos se safam sempre!»

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