quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Carmo Afonso critica esquerdismo alinhado com as posições da burguesia por parte de esquerdóide Rui Tavares

 Tavares, uma cantiga de amiga sem escárnio ou maldizer

 No artigo “A esquerda condena os ataques MAS não porque lho exigem”, falei ao de leve de Rui Tavares, deixando implícita uma crítica às suas declarações sobre os últimos acontecimentos no Médio Oriente. Para facilitar, transcrevo o que então escrevi: “O processo é tão perverso que quando alguém, à esquerda, assume uma posição divergente da posição maioritária, à esquerda, passa à categoria de ‘pessoa decente’. Aconteceu esta semana com Rui Tavares. Milhares de aplausos para Rui Tavares porque disse coisas parecidas com as que a direita diz.” Rui Tavares respondeu-me através de uma “Carta ao Diretor” publicada neste jornal. Espero que a tenham lido. Enquanto escrevi aquele parágrafo, tive presente a relação de amizade que tenho com o Rui. Tentarei, também agora, dizer o que tenho a dizer protegendo essa amizade e mantendo esse cuidado. Refere Rui Tavares, na sua carta, que “se se quer condenar, condena-se com palavras que se entendam”. Ora, nem mais. Vamos começar por aí: onde está a condenação de Rui Tavares — com palavras que se entendam — à atuação de Israel na Faixa de Gaza? Estamos a falar de uma matança e uma matança que já supera 3 mil baixas entre civis palestinianos, onde se incluem aproximada mente mil crianças. Vi Rui Tavares, e bem, condenar veementemente os ataques terroristas do Hamas, mas não vi nada de aproximado para o massacre israelita de palestinianos e para o cometimento de sucessivos crimes de guerra por parte do Estado de Israel. No artigo que escreveu para o Expresso no último fim de semana, é especialmente evidente: decorridos vários dias de massacre na Faixa de Gaza, Rui Tavares dedicou a maior parte do seu artigo aos ataques do Hamas, às vítimas desses ataques e ao já esgotado tema do “mas” a seguir a uma afirmação condenatória. Sobre os crimes de guerra de Israel fez constar umas benignas considerações: que deve respeitar o direito internacional e que deve ter o objetivo primordial de proteger civis. Atenção que isto foi escrito quando já se sabia das muitas centenas de crianças que Israel matou na Faixa de Gaza. Ainda referiu que Israel deve ser condenado e denunciado quando ultrapassa os limites. Mas Rui Tavares ainda não entendeu que esse momento chegou. Talvez agora com 500 mortos num hospital. Rui Tavares afirma e repete que tem uma posição de esquerda sobre o conflito. A sua carta é uma tentativa de o demonstrar. Para isso, usa as iniciativas do Livre na Assembleia da República e na Câmara Municipal de Lisboa. Somos sempre nós quando agimos em representação de um coletivo ou quando agimos em nome próprio, mas não devemos confundir as duas coisas. E já agora: ao Rui Tavares é dado bastante espaço, público e mediático, para se exprimir: vai à televisão, tem uma coluna num jornal e uma página na rede social X com dezenas de milhares de seguidores. É mesmo preciso ir buscar os votos de condenação do Livre para fazer prova das suas posições? Trazer excertos desses textos apenas reforça uma ideia desagradável: nas declarações pessoais, Rui Tavares cedeu à fraqueza de dizer aquilo que a maioria das pessoas (não confundir com a maioria da esquerda) quer ouvir. Preferiu seguir uma cartilha que está consensualizada. A pressão deste consenso é enorme. Pode falar disso quem já o afrontou. E eu prefiro essa interpretação à outra possível: que as suas declarações correspondem rigorosamente à sua visão política do conflito. Não é preciso ter uma perspectiva política de esquerda desta guerra para se ser afirme a condenar a atuação do Estado de Israel — antes e depois dos ataques — e para darmos voz àquelas pessoas condenadas à miséria desde que nasceram, mas que agora são a corporização da palavra “vítima”. Basta ter uma perspectiva humanitária. Os palestinianos são impotentes até ao limite do absurdo. A imagem de um adolescente a atirar pedras a um tanque de guerra israelita, que vi há anos, continua atual. A necessidade que estas pessoas têm de ser apoiadas e defendidas por todos aqueles que, de alguma forma, estejam próximos de quem toma decisões é infinita. A direita aplaudiu muito. É um facto. Não estou aqui a lamentar-me a propósito de uma picardia entre esquerda e direita. Deem-me esse benefício da dúvida. Lamento, sim, uma coisa grave: é que as declarações de Rui Tavares serviram para validar as posições de quem deu carta branca ao genocídio. Bem sei que, à mistura, houve também aproveitamento político. Mas isto aconteceu. Às vezes o impacto daquilo que dizemos diverge e ultrapassa as nossas intenções. Sei do que falo. Mas Rui parece estar confortável com este retorno. Continuaremos a ser amigos, se ele quiser.

Carmo Afonso advogada

13 comentários:

  1. Porque não se filia Rui Tavares no PS, já que defende posições identicas?
    Aburguesou, pqpariu!

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  2. Este vem de onde? claro do BE que sempre foi a esquerda caviar, este tipo de gente são os mais perigosos da democracia, não tenho duvidas são uns LGBT++++++, no sentido de serem tudo e nada, nunca mais param. dizem tudo e nada estão sempre onde é preciso para arrotar qulaquer porcaria no momento, não trabalham e vivem das tretas e da boa conversa. Olha o Louça, a mamara á grande á custa da boa conversa.

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    1. E o mamada que nunca fez algo na vida. Que cromo

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  3. Carmo Afonso, a oxigenada jornalista mais mentirosa de sempre!...

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  4. Já CALAS-TE essa boca nojenta mira?
    Ou andas a ver o que inventas mais?
    Para a tua própria desgraça?

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  5. A redação do Pravda ilhéu apela á moderação dos detratores de Rafael Macedo a serem mais comedidos nos comentários muito ofensivos a ele dirigidos. Devem evitar palavras vernáculas porque não ficam nada bem aos senhores e senhoras do PSD que não gostam do médico. Moderem-se ! um abraço para todos!

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    1. O melhor que se consegue dizer, senhora redação, é que o mira Macedo infestou este blogue como uma praga de gafanhotos. Isto já transcende partidos. É simplesmente uma praga, chata como a potassa. Tenham dó dos leitores

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  6. Olha mais um rabeta do Pravda a sair do armário

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  7. Se fosses cavar fazias melhor

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