terça-feira, 26 de novembro de 2024

Reflexões de Carlos Rodrigues onde lamenta a situação incómoda do seu PSD/Madeira

 Desalentados com a hipótese de perderem os seus tachinhos e lugar ao sol. Albuquerque passou de santo a diabo, acabou a ser visto como um activo tóxico pelos seus pares que desesperam por uma solução para continuar com a maminha do poder.


«Parece, mesmo, que não há volta a dar.
Se me perguntarem, hoje e agora, se vale a pena continuar a militar num partido político, neste caso, o PSD Madeira, quase que diria que não.
Mas, arrefecendo a "caldeira" e refletindo com consciência, a resposta só pode ser sim.
Não entrei neste partido de ânimo leve, como se estivesse a me inscrever nos escuteiros ou num qualquer clube de futebol. Fi-lo porque comungava dos seus ideais, da sua forma de abordar a gestão da coisa pública, das políticas que defendia, dos princípios que regiam a sua atuação e, sem dúvida, pela aura e exemplo do seu fundador e líder incontornável, Francisco Sá Carneiro.
Acrescia a tudo isto, a defesa acérrima e convicta das causas da Autonomia.
Ideais, princípios, identidade, causas e carisma.
Acredito, daí não imaginar sair, que tudo isto permanece no âmago do meu partido. Ainda que desvanecido, ainda que maquilhado, ainda que esquecido, ainda que esmorecido, ainda que, de certa maneira, adulterado.
Chegámos a um ponto muito baixo, dizê-lo é defender o partido, afirmá-lo é querer impedir que ele se torne irrelevante, apontá-lo é não desistir, realçá-lo é querer contribuir para a solução. Qualquer indivíduo que me acuse do contrário não passará de um sátrapa engajado e conformado, de um acomodado que estará, porventura, cego, surdo e mudo.
Um liderança esgotada, uma alternativa que não o é, pelo menos no meu ponto de vista, hipóteses demasiado calculistas que insistem em permanecer nas filas do fundo, à espera que sejam levados em braços, sem coragem para avançar, sem ter as certezas todas e mais algumas, sem ter as garantias plenas e absolutas.
Porque não avanças, dirão alguns (suspeito que poucos mas enfim...). Reconheço as minhas capacidades, estou certo delas mas, estou mais certo das minhas fragilidades. Esta não é uma terra de oportunidades, aqui sobressaem mais as pequenas invejas e a mesquinhez dos ínvios que as reais qualidades das pessoas. O palco está inclinado, não interessam as ideias mas sim o invólucro, a forma reina enquanto a substância é esquecida.
Aquilo que sei é que a Madeira teima em estagnar e andar para trás. Uma maioria parlamentar sustentada em partidos que não são de confiança, uma oposição débil e incompetente, que baseia a sua ação não na construção mas na destruição, mais preocupada em apontar o dedo do que em indicar o caminho, mais interessada em caçar bruxas do que em encontrar a poção mágica, mais virada para a perseguição em vez de se concentrar na atração e na mobilização.
No meio de tudo isto, perdem-se quadros, perdem-se valores, perdem-se oportunidades, perdem-se pessoas, perdem-se projetos, perde-se um tempo que não será recuperável.
A continuar como estamos perderemos mais um ano em debates estéreis, em disputas ocas, em eleições inconclusivas, em interpretações rebuscadas, em caminhos sem retorno que desembocam em paredes. Andaremos às voltas e o mundo, à nossa volta, vai acontecendo. Estamos, de tal forma, ensimesmados que perdemos a noção da realidade o que me leva a concluir que, se calhar, somos, de facto, o centro do mundo.»


1 comentário:

  1. Está tão desanimado este advogado Carlos Pereira.
    Psd está na iminência de um grande naufrágio. Só o Albuquerque ainda acredita que tem capital político. Quase todos os seus colegas do partido querem que o Albuquerque vá dar uma volta ao bilhar grande como se costuma dizer na gíria.

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