Viagens: “Sapatos da morte”, testemunhos silenciosos da História
Rui Marote
Para quem visita Budapeste, há dois pontos importantes a não perder: um, o impressionante edifício do Parlamento Húngaro; outro, a poucos passos do primeiro, o memorial criado pelo escultor húngaro Gyula Pauer e pelo cineasta Can Togay, inaugurado em 2005 homenageando os judeus mortos por milicianos da organização fascista húngara da Cruz Flechada.
As esculturas representam os sapatos deixados para trás na margem do rio por judeus que, no curso da Segunda Guerra Mundial, foram obrigados a descalçar os sapatos antes de serem mortos, para que as milícias da Cruz Flechada pudessem vendê-los.
Muitas fábricas tinham encerrado devido à Segunda Guerra Mundial, e os sapatos eram então considerados artigos de luxo. Os judeus eram fuzilados pelas costas à beira do Danúbio, caindo na água e flutuando para longe, acção que chegou a desgostar os próprios oficiais alemães.
A disposição dos sapatos à beira rio na escultura evoca, nestes acessórios, as pessoas que desapareceram no Danúbio, curiosamente celebrado por uma valsa de Strauss, e na realidade um dos pontos mais belos de Budapeste.
Ver o monumento na chuva fria do Inverno desafia a memória as imaginar as águas do Rio Danúbio nesses dias tristes. As águas amanheciam vermelhas com o sangue de vidas destruídas. Muitos são os turistas que vão ver esta curiosa escultura.
Alguns visitantes deixam flores e recados dentro dos sapatos à beira do Danúbio, em memória desses acontecimentos.
Rui Marote o cagão ?????
ResponderEliminarRui está cagando pra ti
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