segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Blogue mais visto da Madeira foi suspenso (escreve o consagrado jornalista do DN Miguel Fernandes Luís)

O Pravda Ilhéu, o blogue mais consultado e polémico da Madeira, foi suspenso na passada quinta-feira. Na sua página na Internet surge agora um aviso a alertar que “foi suspenso” e a remeter para um endereço de correio electrónico quem queira obter “mais informações”.
O DIÁRIO contactou os serviços do Sapo, servidor onde se encontrava alojado o Pravda, bem como a PT. Ambos nada adiantaram sobre os motivos da suspensão de um blogue que teve 2,6 milhões de visitantes desde o lançamento, em Janeiro de 2007.
A sua popularidade estava relacionada com os seus textos controversos, editados por autor(es) anónimo(s). O Pravda Ilhéu tinha conteúdo político, próximo da linha de actuação de José Manuel Coelho e do PTP e fazia a denúncia de casos de corrupção, abuso de poder, promiscuidade, favorecimento ou tráfico de influência. Contudo, muitas vezes os seus textos pecavam pela falta de provas e alguns invadiam esfera da vida íntima dos visados. Alguns comentários ultrapassavam a linha do insulto.
Por isso, foram vários os processos judiciais interpostos contra os seus supostos autores. Ainda no ano passado Rui Nóbrega Gonçalves, administrador do Jornal da Madeira, foi autor de um processo contra José Manuel Coelho por escritos publicados no blogue (ver notícia anexa).
Também a solicitadora Maria João Marques recorreu ao tribunal para exigir a retirada de conteúdos. A suspensão do Pravda deve ser o resultado da reclamação de uma das suas ‘vítimas’.
É de sublinhar que a decisão do Sapo teve curto efeito. Apenas um dia depois de ter sido retirado do ar, o Pravda foi ‘ressuscitado’ noutro servidor com o endereço http://pravdailheu.blogspot.pt/ . O primeiro texto dá uma explicação para o sucedido: “Queremos informar a todos os leitores do Blog Pravda_ilhéu da Sapo que o mesmo foi apagado pelos censores dos tribunais fascistas aliados ao regime jardinista que mantém a Madeira e os madeirenses no maior obscurantismo político”.
Gestor do JM perde recurso contra José Manuel Coelho
O Tribunal da Relação de Lisboa não deu razão a um recurso do administrador do Jornal da Madeira (JM), Rui Nóbrega Gonçalves, relativamente a uma sentença do Tribunal Judicial do Funchal que absolveu José Manuel Coelho da prática de cinco crimes de difamação agravada através de textos publicados no blogue Pravda Ilhéu nos anos de 2009 e 2010. Também confirmou a improcedência dos pedidos de indemnização feitos contra o líder do PTP e a sua esposa. Pelo contrário, quem terá uma conta para pagar será Rui Nóbrega Gonçalves: 408 euros de taxa de justiça.
Os juízes desembargadores recusaram todos os argumentos apresentados pelo gestor do JM, como o de erro notório na apreciação da prova na primeira instância. A este respeito, foi reconhecido que a esposa de José Manuel Coelho é a titular do denominado “posto chamador” de onde foram feitas as publicações no citado blogue. Porém, os juízes consideram que “daqui não se segue como decorrência lógica e inelutável que o autor das referidas publicações no aludido blogue tenha sido o arguido Coelho”, pois “existia um ‘username’ e uma ‘password’ amplamente divulgados por indeterminado número de pessoas que lhes permitia conectar-se e (…) efectuar publicações no blogue”. (Dn/assinantes)

Coelho denuncia “jogada” com o edifício da Praça do Mar
Uma “jogada” para entregar, sem concurso ou fiscalização, o edifício da Praça do Mar ao grupo hoteleiro Pestana, é como José Manuel Coelho classifica a alteração da propriedade do imóvel, aprovada na Assembleia Legislativa da Madeira. O prédio passou da Sociedade Metropolitana de Desenvolvimento para a Administração dos Portos da Madeira (APRAM) e passou a ter estatuto de direito privado.
“A Assembleia não funciona para defender os interesses colectivos dos madeirenses e porto-santenses, funciona para enriquecer, cada vez mais, os ladrões do regime”, acusa o deputado do Partido Trabalhista Português que acusa a ALM de ser uma instituição que pratica o “roubo legal”.
A secretária regional da Cultura, Turismo e Transportes, Conceição Estudante, defendeu o diploma na Assembleia sobre o edifício da praça do Mar, que foi construído recentemente e é um “dos grandes berbicachos do jardinismo” e que custou 22 milhões.
“Com aquela jogada do direito privado, impede o concurso público e impede a fiscalização pelo Tribunal de Contas”, denuncia o deputado do PTP.
José Manuel Coelho alerta para o facto de que “os outros hoteleiros da concorrência ficam impedidos de concorrer à alienação do imóvel”.
O PTP, que esta manhã esteve na praça do Mar, conclui que um “edifício que custou uma pipa de massa aos madeirenses, 22 milhões de euros, é cedido a um grupo económico do regime, o grupo Pestana, sem concurso, sem transparência e se fiscalização do Tribunal de Contas”. (dn/assinantes)

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