Depois de tanta propaganda, tantas operações de mentira e manipulação para ocultar a intrínseca natureza
agressiva do imperialismo, eis que os EUA – com o cúmplice silêncio dos seus subordinados – voltam a deixar cair
a sua hipócrita máscara de defensores dos princípios do
direito internacional, com o apregoar de ditames neocoloninais e a prática da política da canhoeira, incluindo com
a ameaça de agressão militar, contra a República Bolivariana da Venezuela.
A acção de ingerência e agressão por parte dos EUA, agora
com a ameaça do recurso à força militar, contra o povo
venezuelano e tendo em vista a apropriação dos seus imensos recursos é longa e teve um novo e significativo recrudescimento com o início da Revolução Bolivariana, há cerca
de 25 anos. Operações de desestabilização e de desinforma ção, tentativas de golpe de Estado,
instigação da acção violenta terrorista, sabotagem, bloqueio económico e financeiro, roubo de
activos venezuelanos no estrangeiro, sanções e tentativa de isolamento político – o imperialismo
tudo tentou para derrotar o processo bolivariano, com o que este representa de avanços e conquistas para o povo venezuelano e de solidariedade anti-imperialista, e pelo exemplo que constitui de resistência para os povos do mundo.
Por isso, enganam-se, e levam ao engano, todos aqueles que julgam ou veiculam a ideia de que o alvo é apenas
a Venezuela bolivariana ou outros países que, tal como
a Venezuela, defendem os seus direitos e soberania. Se
preconceitos persistem, bastará atentar na denominada
“Estratégia de Segurança Nacional” dos EUA para os dissipar. Determina a dita que os EUA «reafirmarão e aplicarão
a Doutrina Monroe para restaurar a preeminência americana no Hemisfério Ocidental», ou seja, para assegurar
que a América Latina e as Caraíbas sejam a sua “coutada”,
impondo a sua dependência e o domínio económico, político e militar do imperialismo norte-americano. Para tal,
os EUA apontam ser necessário «um reajustamento» da
sua «presença militar global, a fim de lidar com ameaças
urgentes», nomeadamente na América Latina.
Deste modo, a agressão dos EUA à Venezuela integra-se,
obviamente, num projecto muito mais vasto, não representando apenas um ataque aos direitos, à soberania, à
paz e à segurança do povo venezuelano, mas também aos
direitos, à soberania, à paz e à segurança dos outros povos
latino-americanos e caribenhos, assim como do mundo.
Consequentemente, é vergonhoso o silêncio do Governo
português perante as abertas acções e ameaças belicistas dos EUA e as suas proclamações de domínio neocolonial sobre o petróleo, a terra e outros recursos do povo
venezuelano. Tão célere e enfático a proclamar a defesa do
direito internacional noutras situações, não tem uma palavra de distanciamento, preocupação, denúncia ou condenação perante a chantagem, as acções e as ameaças dos EUA
contra a Venezuela, que constituem uma flagrante violação
dos princípios da Carta da ONU e do direito internacional.
Uma situação tanto mais inaceitável, quando na Venezuela
vivem centenas de milhares de portugueses que, recorde-se, tal como o povo venezuelano, são profundamente
afectados por uma criminosa acção e bloqueio impostos
pelos EUA, que premeditadamente visam atingir e degradar a economia e as condições de vida na Venezuela.
-(Pedro Guerreiro)
Desde há 10 dias que os EUA assaltaram dois navios
petroleiros no Mar das Caraíbas, que transportavam
petróleo venezuelano, ameaçando continuarem estes
actos de pirataria e imporem um bloqueio naval à
República Bolivariana da Venezuela até que este país lhe
entregue a exploração dos recursos petrolíferos.

%20Avante!-21.jpg)
Sem comentários:
Enviar um comentário