Primeiro que tudo que fique bem claro que este artigo não é de modo algum falacioso tipo “argumentum ad hominem” em que se procura a crítica gratuita sem explicar os conteúdos.
Primeiro que tudo que fique bem claro que este artigo não é de modo algum falacioso tipo “argumentum ad hominem” em que se procura a crítica gratuita sem explicar os conteúdos, neste caso, factos, que levam à seguinte afirmação: não se pode confiar no presidente da Câmara Municipal do Funchal.
Em segundo lugar, que também fique bem claro que a minha “cruzada”, iniciada após as autárquicas de 2017, não se deve a ressabiamento, por ter saído, pela porta do cavalo, de adjunto gabinete da presidência, em Fevereiro de 2016. Tanto assim é que, nesse ano, tive várias oportunidades, na RTP-M, no Primeira Página, de criticar ou mostrar ambiguidade em relação à governação municipal e não o fiz. Pelo contrário, sempre a defendi, com peso, conta e medida, desmontando os argumentos contrários.
Aliás, neste aspecto, bem como em relação às movimentações, desconsiderações, e manifesta falta de solidariedade de muitos dos autarcas socialistas para com as iniciativas e combate político da direcção do PS-M de que fiz parte, nunca foi feita a devida justiça a Carlos Pereira que, publicamente, sempre soube passar a imagem da unidade, de um partido credível, mais o empenho pessoal que implementou nas diversas acções de campanha, por toda a ilha, daí os resultados eleitorais terem sido o que foram, muito bons, já que se manteve o mesmo número de autarquias e aumentou-se, substancialmente, as Juntas de Freguesia e a votação.
Ainda sobre este assunto e para quem não sabe que fique agora a saber, aquando da crise de Maio de 2014 e que durou todo um mês e em que a queda do projecto esteve mesmo para acontecer, meti, desde logo e sem psicodramas, o meu lugar à disposição, tendo não só informado o presidente da autarquia, como o do PS-M e outras personagens maiores que andavam a mexer para trás e para a frente no tabuleiro.
Posto isto, vamos ao que interessa, às razões que me levam a reafirmar, preto no branco, que os madeirenses e porto-santenses não podem confiar no candidato do PS-M à presidência do Governo Regional. O parto do projecto lançado pelo PS-M foi assaz difícil. Conseguir o acordo de seis partidos para tirar a Câmara Municipal do Funchal, ao PSD, aproveitando a pior fase política de sempre dos social-democratas e de Alberto João Jardim, não foi nada fácil e teve o contributo de muita gente mesmo, não houve nenhum “Messias”, bem pelo contrário, nem sequer vale a pena relembrar que foi a quarta escolha e que pouca gente socialista o queria e muito menos o queriam os restantes partidos e com toda a razão, conforme se tem visto.
Passados poucos meses da tomada de posse (Outubro de 2013), a ambição e megalomania, aquilo a que chamo a “maldição da cadeira” (do poder), quando as partes se julgam mais importantes que o todo e cedo se esquecem que conseguiram o que conseguiram pela união, nunca antes vista, de um colectivo que passara a vida a defender um outro paradigma de governação, tinham já se manifestado e bastante mesmo. Em resumo: três vereadores, incluindo a vice-presidente, e a presidente da Assembleia Municipal, entraram em guerra aberta com o deslumbrado. E foi o que se viu, uma confusão sem fim, em que só o PS-M (em especial os recém-eleitos autarcas do Funchal) e o PAN, dos seis partidos, o apoiaram. Ou seja: não é um agregador mas um desestabilizador, incapaz de congregar vontades e respeitar os partidos.
Safou-se, o projecto, por uma unha negra, tendo, na altura, admito-o, sem qualquer problema, ter dado o meu contributo para que isso acontecesse, por que, para mim, em causa, acima de tudo, estava a manutenção, na oposição, do Funchal, afinal, tinham sido muitos anos de espera, bem como não destruir as possibilidades de já, em 2015, se tirar, nas Regionais, a maioria absoluta ao PSD. Mas, igualmente grave e revelador do que o que, realmente, estava em causa, não era, como pensava eu, no meu perpétuo idealismo, a implementação de um novo modelo de governação e da ruptura com o passado, mudando, para bem melhor, a cidade, mas sim a Quinta Vigia a toda a velocidade, como o revelaram, posteriormente, as decisões de continuar a proteger e a manter o “status quo” dos lobbies – Savoy e a Cidade da Criança. E o primeiro mandato ainda ia a meio.
Aliás, viu-se bem o frete que foram os poucos aparecimentos de Paulo Cafôfo, na campanha para as Regionais de 2015, facto que levou a que o anterior presidente do PS-M, o tal que tem no CV o pior resultado de sempre numas eleições, a dizer, no seu “inner circle”, mas não só, que tinha sido atraiçoado. Ao que parece, agora são amigos… isto da política tem muito que se diga, bandido, hoje, amigo, amanhã, pelo menos para aqueles que sofrem de hipermobilidade (excesso de flexibilidade nas articulações, tendões e músculos), mas que, na verdade, se chama, falta de coluna vertebral.
Depois disso e por último para não alongar o artigo, que já vai longo e muito mais se podia e ainda se há-de dizer, temos as últimas eleições autárquicas. Foi criada uma coligação com o nome “Confiança”, novamente com vários partidos, com o pressuposto de cumprir, na íntegra, um segundo mandato, o que foi publicamente e várias vezes reiterado, quando, como se viu, era tudo mentira. Como, pergunto, podem os madeirenses e porto-santenses confiar a governação da Região a quem mente descaradamente e se julga acima de tudo e de todos movido por pura ambição e em que não há a mínima competência nem conhecimento político sustentado?! Basta ver o que escreve em artigos de opinião, aquilo até dá dó de ler…
PS – Desta vez nem perdi muito tempo com o plágio… que, na verdade, bem me irrita, porque sempre respeitei a propriedade intelectual privada…(Económico Madeira)
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