terça-feira, 21 de agosto de 2018

Cerimónia de celebração do dia da cidade do Funchal

Raquel Coelho deputada municipal do PTP

Discurso do PTP no dia da Cidade do Funchal 2018

Senhor Presidente da Câmara Municipal do Funchal,
Senhor Presidente da Assembleia Municipal,
Senhor Representante da República para a Região Autónoma da Madeira,
Senhor Presidente da Assembleia Legislativa Regional,
Senhor Vice-Presidente do Governo Regional,
Senhor Bispo do Funchal, Excelência Reverendíssima,
Senhores Vereadores e Membros da Assembleia Municipal,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Ao comemorarmos a criação da cidade do Funchal nos seus 510 anos, é importante que esta efeméride seja frutuosa para os munícipes. De nada servem palavras bonitas e discursos pomposos se não somos consequentes no nosso trabalho e fiéis aquilo que nos propusemos a fazer pela população, na qualidade de autarcas eleitos.
Fazer a mudança política na cidade do Funchal, não foi tarefa fácil. Conseguir o acordo de seis partidos para retirar a hegemonia do PSD, na Câmara Municipal, só foi possível com o labor de muita gente. Não foi fruto do trabalho de UM HOMEM SÓ, muito pelo contrário, deveu-se ao esforço de um conjunto de democratas e autonomistas, que durante anos lutaram, com muitas derrotas pelo meio!
Mas finalmente em 2013, fomos bem-sucedidos na nossa missão: conseguimos alterar a correlação de forças, graças ao espírito de unidade dos democratas de vários matizes.
O problema é que pouco tempo depois a ambição desmedida do Partido Socialista deitou tudo a perder, os recém-eleitos depressa se esqueceram que a vitória foi fruto de um trabalho coletivo e usurparam para si próprios, o projeto Mudança. Afastando sem qualquer pudor, alguns dos seus ideólogos que estiveram na sua génese. Infelizmente, a história repete-se sempre: em todas as revoluções há contra-revoluções. Como bem ilustrou em 1945, o jornalista, George Orwell, no seu, livro o Triunfo dos Porcos. Uma sátira intemporal, que relata a derrota dos idealismos e a transformação progressiva dos revolucionários “libertadores” nos novos privilegiados e opressores.
George Orwell, conta a História, dos animais de uma quinta que se rebelaram contra o homem que os oprimia. E graças aos comandos dos animais mais inteligentes da quinta, nomeadamente, o porco Bola de Neve e o porco Napoleão, conseguiram uma vitória revolucionária.
Os porcos, líderes da revolta, transformaram-se rapidamente na nova elite dirigente. 
O problema é que a meio da história, o porco Napoleão afastou o rival Bola de Neve e acumulou para si todo o poder. Surgiram então novas máximas: “Longa vida ao camarada Napoleão” e “o camarada Napoleão tem sempre razão”. 
No final, para moral da história, os animais constatam que permanecem tão explorados como antes e que o domínio dos porcos é em tudo semelhante ao dos homens. Nada os distinguia.
Ora, assim, encontramos um paralelismo na história da Coligação Mudança, hoje rebatizada de Coligação Confiança. Conseguimos uma vitória revolucionária, mas os seus dirigentes foram incapazes de congregar as vontades e respeitar os partidos do projeto inicial, a governação pouco diverge da do PSD e é propagada como o projeto revolucionário de um homem só. 
Sendo que os principais ideólogos da coligação foram defenestrados, tal e qual, como aconteceu com o porco Bola de Neve, da nossa história.
A grande obra do regime era, no “Triunfo dos Porcos” original, um moinho. Na Quinta Cafofiana, a célebre Loja do Munícipe, que prometia modernizar os serviços camarários e acabar com toda a burocracia. Mas contradição das contradições: um cidadão que remeta algum processo na Câmara não o consegue agilizar em menos de um ano. Digamos que montanha pariu um rato!
Com isto não quero dizer que a minha narrativa dramática, seja em resultado das divergências que existiram, mas porque no final de contas, não prevaleceu aquilo que deveria unir os poderes públicos democráticos - o supremo interesse das populações que representam. 
Quando o PTP e outros partidos se uniram em torno da Coligação Mudança não pretendíamos só derrotar o PSD, mas sobretudo, pôr termo às políticas que levaram à ruina financeira e económica do nosso município.
Com a união das várias forças políticas da então, Oposição, aspirávamos iniciar um ciclo de mudança na Região. Encetando medidas de combate ao despesismo, à corrupção, ao compadrio e às políticas eleitoralistas que sempre caracterizam a governação do PSD. 
Todavia, mesmo com alteração da correlação de forças na Câmara do Funchal, esse sonho de transformação da sociedade, pouco avançou. Os vícios do passado subsistem a olhos vistos. É alianças com os grupos económicos que dominam e subjugam a Madeira, é o controlo da imprensa, é negociatas e nomeações para pagar favores e apoios políticos. 
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
A Coligação Confiança governa ao sabor das circunstâncias, faz tal e qual como os fenícios na antiguidade, que apenas se aventuravam no mar com a costa à vista, receando perderem-se no desconhecido.
Assim é a Coligação Confiança, organiza a cidade do Funchal, mas sem arriscar grandes transformações, tendo o cuidado de não colidir com os interesses instalados. Passando entre os pingos da chuva sem se molhar, permitam-me a expressão popular.
No final de contas, a cidade que temos no presente não é substancialmente diferente daquela que herdamos em 2013. Ficamos muito aquém dos objetivos pretendidos. O executivo camarário só foi praticamente bem-sucedido na vertente da propaganda.
Não houve qualquer estratégia e visão de futuro clara para a nossa cidade, muito distante, por exemplo, do legado histórico que nos deixou o Dr. Fernão de Ornelas. Um homem audaz e adiantado aos do seu tempo, um visionário que juntamente com o arquiteto Ventura Terra aproximaram o Funchal, urbanisticamente, aos padrões das grandes cidades europeias. Se temos hoje as icónicas: Avenida do Mar, Avenida do Infante, Avenida Arriaga, Rua Fernão de Ornelas e o Mercado dos Lavradores devemos à tenacidade deste grande autarca. Que colocou os interesses da cidade à frente dos lobbies e dos senhores da época.
Muito diferente do atual presidente da Câmara, o Sr. professor Paulo Cafôfo, que não só não conseguiu arrumar a casa, como não fez a diferença na Cidade. E não é porque lhe foi dada a maioria absoluta nas últimas eleições, que esta governação é um exemplo a seguir. Foi mais ou menos, uma vitória à moda do Robert Mugabe, à base da demagogia e do caciquismo. 
E para terminar não posso deixar, de homenagear a luta dos verdadeiros democratas. Saudar, todos aqueles que de uma forma abnegada e corajosa, intervêm pela transformação da governação do nosso Município. Que mesmo tendo a espada de Dâmocles sobre as suas cabeças, com a ameaça das botas cardadas ao serviço dos chamados Órgãos de Soberania, não eleitos, que tudo fazem para condicionar as liberdades democráticas na nossa Região Autónoma, em especial, a liberdade de imprensa e de expressão, àqueles que não baixando os braços, lutam pela organização científica da nossa sociedade. 
Contudo, não temos que estar condenados a tão fatídico percurso. Queremos e podemos ter uma autarquia democrática e fiel aos ideais de Abril.
Viva à nobre e leal cidade do Funchal!
Muito obrigada!

Herlanda Amado, a célebre staline de saias, aqui ao lado da deputada Raquel Coelho


O presidente Paulo Cafôfo discursa no palanque

O presidente da Assembleia Municipal do Funchal discursa no dia da cidade

A deputada municipal Raquel Coelho, faz a sua intervenção


Raquel Coelho, durante a sua intervenção





Michael Blandy dono do Diário de Notícias do Funchal recebe um galardão da mão do presidente Paulo Cafôfo

 Violante Matos proíbe José Manuel Coelho de lhe tirar fotografias. Coelho responde à bióloga que ela está demasiado velha para que alguém se interesse em fotografá-la. O marido da senhora o engº Danilo Matos ameaçou dar uma bofetada em Coelho.

Este retorquiu-lhe: « O esquerdismo, é a doença infantil do comunismo!»--citando o camarada Álvaro Cunhal




Pedro Calado vice presidente do Governo regional faz o  seu discurso










Rui Carita homenageado!

Rodrigo Trancoso e a sua jovem esposa!





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