Gil Canha
Não há nada pior no Mundo que a injustiça. Goethe defendia que “ceder à injustiça é animar os outros a praticá-la”, e é neste espírito que venho aqui solidarizar-me com os funcionários da fiscalização municipal da nossa cidade, vítimas recentes da calúnia institucional.
Tem corrido nas redes sociais que uma das justificações cafofianas para a criação de uma Polícia Municipal é que o atual corpo da fiscalização municipal é corrupto e indolente. Mas, com tanto lixo a passar debaixo das pontes da internet, ninguém levaria essa maledicência eletrónica a sério, mesmo quando alguns desses detratores têm a mania que são figuras públicas. (Um deles até é conhecido no setor da fermentação de bebidas e na destilação de aguarrás e outras zurrapas indescritíveis)
Indesculpável, isso sim, é se saber que existe um vereador frangote, conhecido na comunicação social por “Pica-pau”, que vomita estas torpes insinuações por tudo o que é canto. O que já é mais grave! (Não digo o nome deste cavalheiro porque ainda está em observação… embora esteja prestes a cair no saco negro dos ácidos hilariantes, onde normalmente mergulho a minha pena)
Aceitamos que o tal vereador “Pica-pau” tenha pouca experiência, inclusivamente, até lhe desculpamos a sua falta de ronha e perspicácia para lidar com esta divisão que, sabemos, ser trabalhosa e delicada. Não podemos é perdoar-lhe a sua amnésia e o seu esquecimento deliberado de um corpo de fiscalização que nos últimos cinco anos, tem sido continuadamente DESAUTORIZADO, DESRESPEITADO E ACHINCALHADO pela incompetência e irresponsabilidade da governação cafofiana.
- Sabe senhor João X, você tem mais cinco mesas na esplanada que a sua licença lhe permite, tem de retirá-las!
- Vou tirar o tanas! – Responde o sr. João X – Já vou telefonar ao Cafôfo, e isto pela tarde já está resolvido… mas quem és tu para me dares ordens?!
- Senhor Manuel Y, recebemos uma queixa do seu vizinho por causa do cavalete do menu que está em frente à porta dele, o senhor anda de cadeira-de-rodas e tem dificuldade em sair de casa. – Adverte o fiscal. – Este gajo quer dar cabo do meu negócio… - adianta zangado o sr. Manuel Y – por volta do almoço vou à Câmara falar com o Cafôfo, e nem penses mais em me azucrinar os ouvidos. Vocês têm de ser facilitistas, eu dou trabalho a muita gente e pago os meus impostos. Até pago o teu ordenado! Ouviste?!
- Sim… está lá? (ao telefone) É o senhor Presidente da Junta? Olhe é o Gaspar K … eu preciso dum grande favor. Anda p´ra aqui um fiscal da Câmara que não me deixa-da-mão, o gajo diz que tenho um letreiro que não cumpre os regulamentos e que as minhas cadeiras não deixam as pessoas passar no tratuário, qualquer dia irrito-me com o cabrão. Fale lá com o senhor Presidente e diga que sou dos vossos. Ok?
- Bom dia senhor Rui Z, estamos aqui porque recebemos uma denúncia que o senhor espetou ferros na via-pública e que montou as condutas do exaustor da sua cozinha pelo prédio acima, tem de desmontar isso tudo porque as pessoas não conseguem dormir com o ruído… olhe que tenho que lhe abrir um processo de contraordenação. – Vais abrir o quê?! Põe-te andar daqui para fora. Sabes com quem estás a falar? Sabes?! Olha, também havia um vereador muito espertinho e nós fizemos queixa ao Cafofo, e o gajo levou uns patins… tem juízo se não queres perder o emprego, seu bandalho!
E ficaria aqui um mês a escrever determinadas ocorrências que foram reportadas pelos fiscais e que a presidência simplesmente ignorou e negligenciou. Mas isto não ocorreu durante um, ou dois meses…, são anos que é assim, onde a autarquia, paulatinamente e metodicamente vem perdendo a sua AUTORIDADE e a sua EFICÁCIA administrativa, a favor dum FACILITISMO institucional, fomentador da descriminação e da injustiça entre munícipes.
Kemal Atatürk, o pai da Turquia Moderna, dizia que o “Estado tem de ser forte para não ser violento” (Salazar também seguiu sagazmente esta regra), mas o sr. Prof. Paulo Cafôfo, como sofre duma incompetência feroz que raia a ignorância, ao ver o seu “barco perdido e desgovernado” por falta de comando e mão-firme, tenta agora pela FORÇA restabelecer uma autoridade perdida - daí avançar com esta ideia milionária e estapafúrdia da Polícia Municipal.
Embora reconheça discutível esta decisão do recurso à “Gestapo municipal” pelo bando de Cafofo, não posso é aceitar de maneira nenhuma que se justifique esta decisão aloucada com o argumento generalista que “os fiscais são corruptos” e que “não fazem nenhum”, quando nestes últimos cinco anos foram o bumbo da festa e sujeitos às mais ignóbeis e indecorosas humilhações.
Eles não mereciam isto! (fenix do atlantico)
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