O fundador e líder espiritual do Hamas, Ahmed Yassin, em 2002
A Irmandade Muçulmana nasceu no Cairo em 1928. O Hamas é o galho palestino da árvore egípcia. A organização assumiu o controle incontestável da Faixa de Gaza em 2007, transformando-a aos poucos em fortaleza militar. A ditadura do Hamas no território reprime qualquer dissidência política. Diferentemente, porém, dos regimes de força comuns, é uma ditadura ideológica assentada sobre a interpretação fundamentalista da sharia(lei islâmica). Hassan al-Banna, um modesto mestre-escola, criou a Irmandade Muçulmana para reunir as associações religiosas numa organização devotada a superar a cisão entre religião e política e a instaurar um governo islâmico no Egito. Seu discípulo Ahmed Yassin, um filho de refugiados palestinos do Nakba (a “catástrofe” da guerra árabe-israelense de 1948) que se tornou tetraplégico acidentalmente aos 12 anos, fundou na Faixa de Gaza, em 1973, o Mujama al-Islamiya (Centro Islâmico). Da costela da associação religiosa beneficente surgiria, em 1987, o Hamas (Movimento de Resistência Islâmica). Acarta de fundação do Hamas explicita o objetivo de destruir Israel por meio de uma jihad, a fim de implantar um Estado Palestino baseado na sharia em toda a região que se estende do Mediterrâneo ao Rio Jordão.
Os atentados terroristas iniciais da organização pontuaram a
“primeira intifada”, uma revolta civil desarmada nos territórios palestinos ocupados. O Hamas denunciou o reconhecimento de Israel pela Organização para a Libertação da Palestina
(OLP) e os Acordos de Paz de Oslo de 1993 como “traição” da causa palestina.
Nas eleições autônomas realizadas em Gaza,
em 2006, o Hamas derrotou o Fatah, maior corrente da OLP e espinha dorsal da Autoridade
Palestina (AP). A popularidade da organização
decorria tanto de sua extensa rede de entidades
beneficentes quanto da percepção de ineficiência e corrupção que cercava a AP.
No ano seguinte, os combatentes do Hamas
atacaram os representantes da AP e os expulsaram de Gaza. De lá para cá, ao longo de confrontos limitados com Israel, o governo do território
desviou fundos de agências internacionais e de
países árabes para erguer uma infraestrutura
militar que abrange arsenais de foguetes e uma labiríntica rede de túneis.
Um relato, colhido por uma ONG de direitos
humanos, sobre o interrogatório de um prisioneiro do Fatah por agentes do Hamas ilustra
trágicos paradoxos. No ápice da sessão de tortura, o interrogador começa a gritar ameaças histéricas — mas em hebraico, não em árabe. É que
o agente havia sido, ele mesmo, supliciado anos
antes numa prisão israelense.
“Palestina livre, do rio até o mar” e “Glória
aos nossos Mártires” — estudantes da Universidade George Washington, na capital dos
Estados Unidos, projetaram sobre a fachada
da biblioteca os slogans preferidos pelo Hamas. Há uma triste ironia no entusiasmo provocado pela organização entre parcelas da esquerda universitária ocidental.
A ditadura do
Hamas prende e sevicia gays, além de praticar sistemática discriminação de gênero. Segundo a carta do Hamas, o papel principal das
mulheres é “manufaturar os homens”. A participação feminina na força de trabalho em
Gaza situa-se ao redor de 22%, uma das menores do mundo.
Ditaduras comuns usam a repressão para colher o silêncio. Ditaduras ideológicas buscam
outra coisa: adesão. O Hamas nunca deixou de
cultivar seus traços de origem, inspirados em
iniciativas da Irmandade Muçulmana. Sua rede de serviços beneficentes organiza-se em torno da tríade mesquita/escola/clínicas médicas.
O pessoal que trabalha na rede — imãs (guias
espirituais), professores, médicos, enfermeiros
—é selecionado entre adeptos ou simpatizantes da organização. Muitos deles recebem bolsas de estudos para períodos em universidades
da Arábia Saudita geridas pela seita fundamentalista puritana Wahab, que mantém uma tensa
aliança com a monarquia saudita.
As alas militar e social do Hamas não estão separadas. Ambas obedecem ao comando da direção política. Israel acusa o Hamas de usar hospitais e escolas como anteparos para centros
militares, fábricas de foguetes e depósitos de armas. Nem todas essas acusações são propaganda de guerra. (o GLOBO)
Judeus ortodoxos
...conceito das guerras eternas. Quem e por que as mantém? Vamos analisar os papéis das grandes potências principais nesse processo geopolítico complicado."
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=qpX_rovrf_o
O Brasil está sendo chantageado e pressionado a mudar sua posição sobre o que acontece na Faixa de Gaza.
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=XzagufLPUqc
Falou o Jair Bolsonaro Venezuelano
ResponderEliminarTrabalhar? Cuidado em falar em trabalho a esse vadio, pode lhe dar um ataque cardíaco.
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