Lai, um “exemplo” para abafar a oposição
Jimmy Lai está a ser julgado
desde segunda-feira.
O magnata dos media
de Hong Kong arrisca
pena de prisão perpétua
Meghan Tobin
O magnata dos media de Hong Kong,
Jimmy Lai, está desde segunda-feira
em tribunal para o julgamento há
muito aguardado que é emblemático
dos esforços de Pequim para silenciar
os críticos após os protestos pró-democracia de 2019.
Lai, o antigo editor de 76 anos do
jornal Apple Daily, outrora popular
mas agora fechado, está preso há mais
de três anos. O seu julgamento será
realizado ao abrigo da vasta lei de
segurança nacional que Pequim
impôs em 2020 e que criminaliza
efectivamente a dissidência na cidade. A China tem usado a ameaça de
punição ao abrigo de uma lei draconiana para cimentar ainda mais o seu
controlo sobre Hong Kong, incluindo
através do amordaçamento de meios
de comunicação social por crimes
vagamente definidos, como “incitar
à subversão” e “conluio”.
A história deste homem pobre que ficou rico é uma lenda em Hong Kong:
chegou da China como criança clandestina num barco de pesca chinês,
trabalhou numa fábrica e depois tornou-se um homem de negócios multimilionário. Fez a sua fortuna durante os anos em que Hong Kong serviu
de ponte crucial entre a economia
chinesa em crescimento e o resto do
mundo. Após a repressão de Pequim
contra os manifestantes pró-democracia na Praça Tiananmen, em 1989,
Lai voltou-se para os meios de comunicação social e fundou a Next Digital,
que publicou o jornal Apple Daily durante quase três décadas.
O Apple Daily distinguiu-se entre
outros meios de comunicação de língua chinesa pelo seu apoio ao movimento pró-democracia de Hong
Kong, incluindo os protestos conhecidos como o “movimento guarda chuva” que varreu a cidade em
2014.
Pequim impôs a lei de segurança
nacional depois de milhões de habitantes de Hong Kong terem saído às
ruas para uma onda de protestos
entre 2019 e 2020, colocando La o seu historial de críticas ao Partido Comunista Chinês, directamente
na sua mira.
Lai foi uma das primeiras pessoas
a serem detidas ao abrigo da nova lei.
A polícia levou-o algemado para a
redacção do Apple Daily. No espaço
de um ano, com os seus activos congelados e os seus principais editores
detidos, a publicação foi encerrada. Outros meios de comunicação independentes de Hong Kong, como o
Stand News, também foram rapidamente visados.
“O que estão a fazer ao meu pai e a
todos os outros jornalistas é uma forma deliberada de dizer a todas as
pessoas em Hong Kong: ‘Não vos diremos onde está o limite, mas, se se
aproximarem dele, acontecer-vos-á o
mesmo’”, disse Sebastien Lai, de 29
anos e filho de Jimmy Lai.
Victoria Tin-bor Hui, professora de
Ciências Políticas na Universidade de
Notre Dame (EUA), concorda que as
autoridades estão a fazer de Lai um exemplo. “Não seria um exagero dizer
que a Lei de Segurança Nacional foi
feita para Jimmy”, disse ela.
Lai foi acusado, ao abrigo da Lei de
Segurança Nacional, de conluio com
forças estrangeiras, o que implica
uma pena máxima de prisão perpétua. Ao abrigo de uma lei remanescente do período em que Hong Kong
era uma colónia britânica, que as
autoridades utilizaram nos últimos
anos para silenciar a dissidência, Lai
enfrenta também acusações de sedição.
Entretanto, foi condenado por
várias outras acusações, incluindo
por alegadamente ter desrespeitado
os termos do contrato de arrendamento do escritório do Apple Daily e
por ter comemorado publicamente
os protestos da Praça Tiananmen.. (Público)
Parece a corja comuna do pravda
ResponderEliminarAceite. Liberte-se.
EliminarApesar do anonimato, vais cair.
EliminarTambém tu ó escroto
EliminarO mira já caiu, só vai se afundar muito mais, cadeia para este animal, é uma questão de tempo.
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