GUERRA JURÍDICA
Esta face do autoritarismo fascizante é a
mais recente e está em contradição com
a tentativa oposta de governos conservadores de limitar a independência dos
tribunais (Polónia, Hungria, Israel). A partir da década de 1970 ocorreram duas
mudanças na teoria democrática que,
em geral, visaram eliminar a capacidade de a soberania popular pôr limites à
acumulação capitalista. Esta debilitação
da democracia pode parecer estranha,
uma vez que foi nessa década e na década
seguinte que muitos países puseram fim a
ditaduras e adoptaram regimes democráticos (Portugal, Espanha, Grécia, Brasil,
Argentina, Chile).
A verdade é que todos eles tiveram
que enfrentar duas mudanças em curso.
A primeira consistiu em eliminar a ideia
de que a democracia pressupõe condições económico-sociais para funcionar
eficazmente. Em vez disso, a democracia,
entendida na versão liberal menos densa
(direitos cívico-políticos), passou a ser a
condição para o desenvolvimento sócio-
-económico. A segunda consistiu numa
manipulação complexa e insidiosa dos órgãos de soberania no sentido de libertar a
governação do controle democrático efetivo. Ocorreu em duas fases. A primeira
consistiu em transferir poder político real
do parlamento para o poder executivo,
considerado menos vulnerável à pressão
cidadã popular.
A segunda, consiste em
transferir o poder real do executivo para
o poder judicial, o órgão de poder mais
imune ao controle e pressão democrática.
Esta mudança atingiu sobretudo a forma de “golpes brandos”, assim chamados
por aparentemente ocorrerem dentro dos
marcos constitucionais, para afastar do
governo, por via judicial, forças políticas
potencialmente mais hostis ao neoliberalismo (luta seletiva contra a corrupção).
Esta mudança tornou-se patente nos golpes nas Honduras em 2009, no Paraguai
em 2012, no Brasil em 2016, seguido pela
Operação Lava-Jato. A guerra jurídica,
um termo de origem militar, consiste na
ativação agressiva do sistema judicial, não
para se fazer justiça, mas para neutralizar
inimigos políticos. Envolve normalmente violações do direito processual criminal e usa como arma principal a comunicação social hostil ao governo. Trata-se de
uma forma de fascismo gota a gota.
Um violador até prova o contrário.
ResponderEliminarVocê mira gatuno é que uma besta de um violador.
ResponderEliminarSim. Claro. Apresente queixa.
EliminarEstá no seu verdadeiro cadastro sua besta
EliminarO javardo do Boaventura apregoava-se um defensor das mulheres até que umas quantas se queixaram.
ResponderEliminarO Papa Woke só engana quem queria ser enganado. Cancelava gente até ser cancelado de volta. Agora está a passar pelo processo de reabilitação da esquerdalhada… através do jornal “O Público”.
Não era este chavalo que supostamente andava a ir ao cu às alunas?
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