Não estava preparada para o terramoto político que atingiu a Madeira. Foram muitas as emoções para gerir, em tão pouco tempo. Parecia uma criança no dia de Natal, sem saber qual presente abrir primeiro.
Depois de passar tanto tempo a lutar, sem sucesso, para que se fizesse justiça e para que a corrupção fosse desmascarada na Madeira é inevitável que a fé se vá dissipando. Desculpem-me a minha descrença, mas pensei que ia ganhar cabelos brancos, sem assistir a tamanho desfecho. Sempre pensei que o PSD/Madeira a cair, seria por implosão interna, por via das eleições, já tinha perdido a esperança. Muito menos, contei com a hipótese de uma operação judicial. Vi muitas denúncias serem feitas, sem ver qualquer efeito prático das mesmas. A única consequência foi ser alvo de uma carrada de processos por difamação, sobretudo, o meu pai, que deu corpo às balas, sem qualquer tipo de reconhecimento eleitoral e correndo o risco de ir preso. Ainda hoje paga a fatura, a reforma é penhorada todos os meses, fora as custas judiciais, os honorários dos advogados e o enxovalho mediático que os órgãos de comunicação social não se coibiram de fazer. Alguns destes processos ainda estão a ser contestados no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, por violação da liberdade de expressão. O aparelho de justiça na Madeira trucidou-nos, mas no final de contas, tínhamos razão.
Por isso, assistir certos partidos em bicos de pés como o Chega e o PS a tentar surfar onda e a colher os louros de todos aqueles que verdadeiramente combateram a corrupção tem sido penoso. Repentinamente, Paulo Cafôfo, tornou-se numa espécie de “justiceiro” e guardião imaculado da moral da política madeirense. Mas não nos esquecemos que foi o PS, que revalidou a licença do Hotel Savoy e que viabilizou o Dubai na Madeira. Mal chegaram ao poder caíram na teia dos empresários donos da Madeira.
Já o PAN, rapidamente, percebeu que era preciso rolar uma cabeça para evitar ser trucidado pela opinião pública. Puxaram o tapete a Albuquerque, numa tentativa desesperada de sobreviver. A autopreservação falou mais alto do que a presunção da inocência que tanto tinham invocado e ainda conseguiram puxar pela cartada do feminismo, falando na possibilidade de uma mulher para liderar o novo governo. A desfaçatez destas personagens, em usarem as causas que dizem defender, para fugirem com o rabo à seringa é impressionante.
Albuquerque ainda deixou um legado positivo de democratização da política regional. Outros roubaram, saíram impunes e ainda deixaram um rasto de perseguição à oposição. Temo que acabe como o bode expiatório, para calar o descontentamento público, para que os demais possam continuar os seus negócios e delapidar o orçamento regional. A resistência de Marcelo em anunciar a dissolução do parlamento madeirense, mesmo que seja daqui a dois meses, não é bom prenúncio.
As hostes do poder regional foram brutalmente atingidas e ao contrário do que muitos julgam não foi só a classe política e o poder económico atingido, mas também todos os seus alicerces desde a comunicação social, ao aparelho de justiça regional e à própria igreja. A fraude foi gigante. Todos estes poderes uniram-se e foram coniventes durante décadas e constituem a razão pela qual o regime e os seus protagonistas se julgaram intocáveis e impunes. Como dizia Lord Acton: “o poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente, de modo que os grandes homens são quase sempre homens maus”.
https://www.jm-madeira.pt/opiniao_cronicas/o-poder-absoluto-corrompe-absolutamente-OO15398350
Este está melhor
ResponderEliminarhttps://renovadinhos.blogspot.com/2024/01/era-bom-que-aqueles-que-desencadearam.html?m=1
Viva Raquel Coelho bela mulher denunciadora de bandidagem na RAM.
ResponderEliminarBela? Na horizontal....mas tinha de estar calada !!!!
EliminarCom aquela voz rafeira o dito cujo teria dificuldade em ativar...
EliminarEsta Raquel corrompe-me absolutamente. Sou fã!
ResponderEliminarBoa opinião, bem dito. Tem mais juízo que o pai, aprendeu com os erros deste. Lamento discordar que tenha dado o corpo às balas, pôs-se muito a jeito desrespeitou e insultou o pouco povo que o tinha em estima, quando se pôs com megafones bandeiras nazis etc perdeu razão, passou por velho tonto. Vilhão com boas intensões mas vilhão.
ResponderEliminarNão podes falar muito. Vais para lá mamar porque a tua formação (cunha) não permite ter os luxos que auferes. É preciso investigar. Poderias estar a apanhar couber na fazenda do teu paizinho.
ResponderEliminar