quinta-feira, 15 de maio de 2014

Eduardo Welsh gostou das declarações de José Manuel Coelho no jornal PÚBLICO

PSD e CDS devem sair do poder se não ultrapassarem 20% nas europeias, diz Vasco Lourenço

Associação 25 de Abril organizou almoço-debate com candidatos ao Parlamento Europeu de partidos sem representação na Assembleia da República.
O presidente da Associação 25 de Abril (A25A), Vasco Lourenço, defendeu nesta quarta-feira que a coligação PSD/CDS deve sair do Governo, se obtiver uma votação que não ultrapasse os 20% nas eleições de dia 25. O capitão de Abril fez estas declarações num almoço-debate que a A25A organizou com cabeças de lista ao Parlamento Europeu de forças sem representação na Assembleia da República.
Perante os cinco cabeças de lista que compareceram na sessão da A25A, Vasco Lourenço convidou o eleitorado a mostrar um "cartão vermelho aos partidos que neste momento estão em exercício no poder", referindo-se a estes como um "bando de mentirosos". "Um cartão vermelho para nos ajudar a correr com esses fulanos do poder", reiterou Vasco Lourenço, lamentando que, muitas vezes, os eleitores mantenham uma fidelidadede clubística e acrítica aos clubes nos quais se habituaram a votar: "Mesmo que desça de divisão as pessoas não mudam de clube".
Do lado dos candidatos do Partido Trabalhista Português (PTP), do Partido Democrático do Atlântico (PDA), PCTP/MRPP, Partido da Nova Democracia (PND) e Partido Operário de Unidade Socialista (POUS), as posições mais radicais que se ouviram, por comparação com a dos partidos do chamado arco governativo, disseram sobretudo respeito ao euro e ao federalismo.
Leopoldo Mesquita, do PCTP/MRPP, defendeu a saída de Portugal do euro que, advertiu, só prolongará a crise e o "massacre" do povo. E apelou ao "urgente derrube do Governo de traição nacional", que acusou de ter "vendido o país ao estrangeiro". "Somos praticamente um sub-colónia da Alemanha", afirmou ainda o candidato, que preconiza a adopção de um "novo escudo", com valor cambial idêntico ao euro, para com essa  "moeda mais fraca em cerca de 30%" promover as exportações e estimular a recuperação da indústria e pescas nacionais. “O euro absorve toda a riqueza e canaliza-a para a dívida”, disse.
Antes, já Eduardo Welsh, do PND, defendera que é preciso estudar os custos do abandono da moeda única por parte de Portugal. “Se o euro não rebentar com Portugal, Portugal rebenta com o euro”, previu o candidato do PND, que se assumiu contra o federalismo europeu e ressalvou que este posicionamento nada tem de extremismo. “Extremistas os partidos que não põem em referendo os tratados”, atirou o candidato, para quem a integração europeia devia ser submetida a consulta popular.
Carmelinda Pereira, do POUS, propõs em alternativa à actual União Europeia, que vê como um mero "empilhamento de tratados" e organizada em instâncias promotoras da "ditadura do capital financeiro", "uma união livre das nações e dos povos fraternos" da Europa.
No lado oposto desta discussão, Paulo Casaca, o antigo deputado do PS que agora concorre pelo PDA, lamentou foi o recuo no projecto federalista da Europa, que em seu entender a põe em causa como entidade política. Sustentou que o Tratado de Lisboa veio formalizar o erro de trocar o federalismo por uma aposta no "intergovernamentalismo que deu o poder aos mais poderosos". E assumiu que foi esta divergência com o PS que o levou a deixar este partido.
Para José Manuel Coelho, do PTP, as prioridades são "sanear a Justiça" e derrotar os "partidos burgueses". O que não significa que se identifique com os esquerdistas, que considerou  "bem intencionados" mas com uma obcessão contraproducente com a revolução. Quanto à extrema-direita, o cabeça de lista do PTP disse que "não sobe em Portugal, porque já está no poder". (Público)

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