quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Faleceu a irmã de Alvaro Cunhal:Eugénia Cunhal!




Morreu Maria Eugénia Cunhal


Irmã de Álvaro Cunhal, militante do PCP, jornalista e escritora tinha 88 anos.
Morreu Maria Eugénia Cunhal, irmã mais nova do antigo líder comunista Álvaro Cunhal.
Eugénia Cunhal, de 88 anos, era militante do PCP, jornalista e escritora. A morte foi revelada nesta quinta-feira pelo secretariado do comité central do partido.
O corpo de Maria Eugénia Cunhal estará em câmara ardente na sociedade Voz do Operário, em Lisboa, a partir das 11h de sexta-feira. A cerimónia fúnebre, que culmina no cemitério do Alto de S. João, começará pelas 11h de sábado, até à cremação, prevista para as 12h.
Os dirigentes comunistas expressam "profunda mágoa e tristeza" pelo falecimento de Eugénia Cunhal, pessoa com "uma vida dedicada à luta contra o fascismo, pela liberdade, contra a exploração capitalista, pela democracia, pela paz, o socialismo e o comunismo", dirigindo "aos seus filhos, neta e restante família as suas sentidas condolências".
Maria Eugénia Cunhal, 14 anos mais nova que o histórico secretário-geral comunista, falecido em 2005, pertencia ao sector intelectual (artes e letras) da Organização Regional de Lisboa do PCP, foi detida pela polícia política do Estado Novo aos 18 anos, sendo ainda presa para interrogatórios noutras ocasiões, enquanto Álvaro Cunhal se encontrava na clandestinidade.
Professora, tradutora, jornalista e escritora foram as suas ocupações profissionais, tendo publicado as obras O Silêncio do Vidro (1962), História de Um Condenado à Morte (1983), As Mãos e o Gesto (2000), Relva Verde para Cláudio (2003) e Escrita de Esferográfica (2008), além da primeira tradução para português dos contos de Tchekov, Os Tzibukine (1963).
Irmã mais nova do líder histórico do PCP morreu esta quinta-feira em Lisboa. Tinha 88 anos e era militante comunista. A última vez que surgiu em público foi no lançamento da candidatura de Edgar Silva à Presidência da República
QUANDO VIERES
Encontrarás tudo como quando partiste.
A mãe bordará a um canto da sala...
Apenas os cabelos mais brancos
E o olhar mais cansado.
O pai fumará o cigarro depois do jantar
E lerá o jornal.
Quando vieres
Só não encontrarás aquela menina de saias curtas
E cabelos entrançados
Que deixaste um dia.
Mas os meus filhos brincarão nos teus joelhos
Como se te tivessem sempre conhecido.
Quando vieres
nenhum de nós dirá nada
mas a mãe largará o bordado
o pai largará o jornal
as crianças os brinquedos
e abriremos para ti os nossos corações.
Pois quando tu vieres
Não és só tu que vens
É todo um mundo novo que despontará lá fora
Quando vieres.
In «Silêncio de Vidro»
Editorial Escritor

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