Gil Canha "defende adaptação dos túneis para receber os nossos idosos"!

COISAS DO ARCO DA VELHA

Gil Canha

Há dias, no parlamento, durante a discussão sobre o Novo Hospital, falei do problema dos nossos idosos, que na minha opinião, é de mais urgente resolução que propriamente a construção do Novo Hospital no poio de Bananeiras, em Santa Rita.

E com ironia, perguntei ao sr. Presidente do Governo se não seria possível adaptar tecnicamente os túneis da nova via-expresso Fajã da Ovelha/Ponta de Pargo para receberem os nossos idosos lá dentro, como fizeram os londrinos, quando se refugiaram nos tuneis do metro para se abrigarem dos bombardeamentos alemãs.

Isto é, utilizei uma linguagem metafórica, carregada de sarcasmo, para denunciar e criticar as prioridades e opções do G.R., que em vez de construir lares para a terceira idade estão a investir milhões de euros em obras que muito bem podiam aguardar por melhores tempos.

E sabem a melhor?! Então não é que certos srs. Deputados levaram a coisa à letra… e acreditaram piamente que eu queria abrigar idosos dentro de furados! Isto não é lindo?! E o mais hilariante, é que escutei hoje um programa de rádio, e um ouvi um comentador zangadíssimo, a dizer que o deputado Canha queria internar velhinhos dentro de túneis.

Mas, meus senhores! Que culpa tenho eu que existam por aí cabeçorras cheias de farelo e linhaça que não têm o discernimento suficiente para abalizarem quando é que uma pessoa está a utilizar uma linguagem figurativa? Quando alguém diz, por exemplo, “histórias do arco-da-velha”, está a querer dizer que anda mesmo uma velha encavalitada em cima dum arco-de-pipa; ou quando os ingleses usam a expressão “raining cats and dogs” em alturas de chuva copiosa, para essas cabeças de camarão quer dizer que estão a cair cães e gatos do céu?

Puxa! Nem o meu gato Bonifácio aceita isto!?

Já começo a acreditar num meu amigo, que diz que a Madeira é visitada frequentemente por extraterrestres, que secretamente roubam os cérebros de certas pessoas, que depois andam por aí a deambular com as cremalheiras vazias… (Mas porra! Não são cremalheiras de automóveis! São crânios vazios e ocos! Entenderam?!) (fénix do atlântico)