terça-feira, 2 de agosto de 2022

Exigimos libertação imediata para Julian Assange

A divulgação deste apelo (que odiario.info subscreve) insere-se no movimento internacional de solidariedade para com Julian Assange. A monstruosa perseguição política de que é objecto não o tem apenas a ele como alvo: é ainda a liberdade de informar que está em causa. Para o imperialismo EUA a questão não são os crimes de guerra que comete, a questão é que estes crimes sejam divulgados e denunciados. Julian Assange deve não só ser libertado, deve ser reconhecido como um grande defensor do direito à informação livre, sem o qual o jornalismo deixa de ser digno desse nome.



Julian Assange é um jornalista australiano na prisão. Na prisão por ter cumprido a sua missão de jornalista.

Julian Assange fundou o WikiLeaks em 2006 para permitir que divulgadores de alerta difundissem documentos de interesse público. Assim, em 2010, graças ao divulgador Chelsea Manning, o WikiLeaks fez trabalho de jornalismo, nomeadamente fornecendo provas de crimes de guerra cometidos por tropas dos EUA no Iraque e no Afeganistão.

Os media do mundo inteiro utilizaram essa informação. Alguns associaram-se mesmo ao WikiLeaks.

Os jornalistas franceses e as suas hierarquias são aqui desafiados, uma vez que demasiados grandes meios de comunicação dão sinal de um silêncio face ao destino de Julian Assange.

Ele é perseguido pelos Estados Unidos desde há doze anos, com a ajuda do seu aliado britânico. Perseguido, assediado, difamado na sua honra, já está há mais de onze anos privado de liberdade no Reino Unido (um ano em prisão domiciliar com pulseira eletrónica, sete anos refugiado político nas apertadas instalações da Embaixada do Equador em Londres e desde há três anos na prisão de máxima segurança de Belmarsh).

Julian Assange corre o risco de ser extraditado para os Estados Unidos, que o estão a processar por “espionagem”. Ali, pode incorrer em até 175 anos de prisão!

Durante anos, a Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) com seus 190 filiados representando cerca de 600.000 aderentes dos media em 150 países e os sindicatos nacionais têm defendido incansavelmente a sua causa.
Desde há anos, colectivos, organizações, meios de comunicação, personalidades vêm alertando sobre a perseguição de que Julian Assange é vítima e exigindo sua libertação.

Foram feitos diversos apelos. Recentemente, o Apelo de Geneva* reuniu jornalistas, redactores em chefe e directores, editores e media (Swiss Press Club, 22 de Junho de 2022).

Em 3 de Julho, no seguimento de um comício na Place de la République em Paris, apoiado por cerca de vinte organizações e meios de comunicação – por ocasião do 51º aniversário de Julian Assange – foi criado um comité de francês apoio e um novo apelo é lançado.

Este apelo de Paris reclama:
- que Julian Assange seja libertado, protegido, reabilitado, restituído em todos os seus direitos pessoais e profissionais e indemnizado;
- que o governo francês lhe conceda asilo político.

Julian Assange é nomeado** em 2022 para o Prémio Václav Havel de Direitos Humanos do Conselho da Europa que, todos os anos, recompensa uma pessoa, organização não governamental ou instituição que trabalhe na defesa dos direitos humanos. É já um reconhecimento essencial para este preso político vítima da razão de Estado de Washington.

Se ele fosse extraditado para os Estados Unidos, que pessoa no mundo (jornalista, divulgador, etc.) ousaria ainda informar sobre arquivos embaraçosos para a administração norte-americana? (diario info)

JULLIAN ASSANGE DEVE SER LIBERTADO.

A FRANÇA DEVE CONCEDER-LHE ASILO.



Paris, 18 de Julho de 2022

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