O processo em que está envolvida Patrícia Dantas tem 120 arguidos, que respondem por uma fraude de 10 milhões de euros. A ex-deputada é suspeita de ter simulado a assinatura de um contrato com uma das empresas da Associação Industrial do Minho para convencer as autoridades europeias a financiar um projeto que nunca conheceu a luz do dia. Ao todo, a ex-secretária regional da Madeira garantiu um financiamento de meio milhão de euros.
Patrícia Dantas está a ser
julgada no megaprocesso
da Associação Industrial do
Minho. Sentença só deverá
ser conhecida em 2025
No mega julgamento desta roubalheira estão arroladas 500 testemunhas
Nomeada para adjunta do ministro
das Finanças, a ex-deputada socialdemocrata Patrícia Dantas desistiu
de assumir o cargo, depois de ter sido
noticiado que responde em tribunal
pelo crime de fraude na obtenção de
subsídio.
Na sequência de um artigo ontem
publicado no Correio da Manhã, o
ministério liderado por Miranda Sarmento emitiu uma nota de imprensa
em que explica que, apesar de manter a presunção de inocência, Patrícia
Dantas comunicou à tutela “que decidiu não assumir as funções de adjunta do Ministério das Finanças”.
Em causa está o megaprocesso da
já extinta Associação Industrial do
Minho (AIMinho), uma fraude de cerca de 10 milhões de euros que abrange 89 arguidos (incluindo empresas).
Além da fraude na obtenção de subsídio, estão em causa outros delitos
neste caso, como associação criminosa, falsificação, fraude fiscal qualificada, burla qualificada e branqueamento de capitais. Os factos remontam ao período entre 2008 e 2013.
Nesse período, Patrícia Dantas dirigia a Startup Madeira, entidade detida pelo Governo Regional da Madeira que serve como incubadora de
empresas na região, tendo mais tarde, quando já havia sido pronunciada
para ir a julgamento pelo juiz Carlos
Alexandre, continuado a ocupar o
lugar de directora regional adjunta
na vice-presidência do executivo
madeirense, cargo que manteve até
Agosto de 2021.
O principal arguido do processo é
o antigo presidente da AIMinho António Marques. A associação foi encerrada em Setembro de 2018, na
sequência de uma dívida superior a
12 milhões de euros. Na investigação,
foi analisada mais de uma centena de
operações co-financiadas pelos orçamentos do Estado e por fundos europeus, tendo-se concluído que os
suspeitos haviam obtido uma vantagem ilícita de pelo menos 9,7
milhões.
Na acusação, o Ministério Público
afirma que a associação e as entidades e empresas envolvidas no processo foram usadas para “obter subsídios de forma fraudulenta”, aparecendo como fornecedores de bens e serviços que, na verdade, nunca
foram prestados, ou candidatando-se
com projectos que acabaram por
nunca se concretizar.
“Ficou igualmente indiciado que
os arguidos agiam de forma organizada e recorriam, designadamente,
à emissão de facturas falsas, através
de acordos estabelecidos entre as
várias entidades deste universo, conseguindo também diminuir artiÆcialmente a matéria colectável e pagar
menos impostos”, descreve também
a acusação.
Já depois de lhe ter sido levantada
a imunidade parlamentar e de começar a ser julgada, Patrícia Dantas integrou, em Maio de 2023, a comissão
de inquérito à gestão da TAP por indicação da bancada do PSD. O PÚBLICO tentou falar com o seu advogado,
até agora sem sucesso.
Em 2018, e na sequência da acusação, a então dirigente regional da
Madeira negava qualquer envolvimento na megafraude e explicava
desta forma o sucedido: “O que está
em causa é a prestação de um serviço
[pela Startup Madeira] a uma entidade, a Oficina da Inovação, que por
sua vez terá tido relacionamento com
a Associação Industrial do Minho.
Trata-se da elaboração de dois relatórios no valor de cinco mil euros
mais IVA cada, logo, uma prestação
de serviço de dez mil euros mais IVA,
num processo da AIMinho que ascende, na totalidade, aos dez milhões.”
E assegurou nunca ter existido qualquer envolvimento pessoal nem profissional, quer seu, quer do Centro de
Empresas e Inovação da Madeira,
com a associação do Minho.
Acrescentou ainda que o seu alegado envolvimento se prendia com o
facto de os investigadores considera rem que os referidos relatórios não
tinham sido elaborados. “Na realidade aconteceu o contrário, como o
comprovam as cópias apresentadas
ao Ministério Público”, referiu a
arguida na altura, negando as contas
que surgem na acusação, segundo as
quais ela e outros implicados no
esquema terão obtido, “através do
seu comprometimento com a prática
dos crimes que se lhe imputaram,
uma vantagem patrimonial” superior
a 484 mil euros.
Apesar de estar na fase final, o julgamento não deverá ter um veredicto senão no ano que vem, dada a
dimensão do processo, que conta
com mais de 500 testemunhas. (público)
Até mete medo ao susto, a pobre.
ResponderEliminarCompleta vergonha
ResponderEliminarCenário Danta(esco)! Get it? 😉
ResponderEliminarDá-me "gozo" finalmente apanharem essa Dantas. Andou numa chacota aos militantes armada em fina. Quase puxou os cabelos da Sara Madruga tirando-lhe os louros quando estava na assembleia da república. Agora,meu senhores, a lady provando do próprio veneno.
ResponderEliminarAchas que vai ser apanhada? Vai, vai... por outro belo tacho daqui por uns tempos. Mas a culpa não é dela. É nossa. Vota povo enganado.
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