quarta-feira, 21 de maio de 2014

Gil Canha parte a louça toda e desmascara os corruptos do PS na Câmara Municipal do Funchal

Victor Freitas rebentou a coligação

Entrevista com Gil Canha
Victor Freitas está feito com os Sousas dos Portos. Quem diria?
Que balanço faz aos 7 meses em que esteve no executivo da CMF? O verdadeiro balanço não me cabe a mim fazer, mas sim aos munícipes. No entanto, dentro das minhas capacidades, dei o melhor que sabia e podia para a cidade, e até com grande espírito voluntarioso, já que grande parte do meu ordenado estava penhorado, à conta de um processo judicial movido pelo dr. Cunha e Silva. Também foi uma oportunidade para trabalhar com duas pessoas extremamente competentes e sérias, a vice-presidente Filipa Jardim Fernandes e o vereador Edgar Silva.
Há quem considere que esta coligação estava condenada à partida, pois apoiava-se em seis partidos. Esse foi o grande problema? Não, isso é uma falácia de meia dúzia de idiotas que vão atrás da propaganda do PSD. Na nossa coligação nunca houve interferência dos partidos ditos pequenos nem quaisquer questões ideológicas a inquinar o nosso relacionamento. Quem nos rebentou por dentro foram os grandes interesses económicos do jardinismo que se aliaram ao PS, do senhor Victor Freitas, e que nos desgastaram e corroeram.
Pode explicar melhor que grandes interesses são esses? Veja o seguinte, os grandes ‘tubarões’ que enriqueceram com o regime jardinista já perceberam que têm que apostar em outros ‘cavalos’ para continuarem o saque ao povo madeirense, pois o PSD já não é um porto seguro. Assim a estratégia deles é aproximarem-se do CDS de José Manuel Rodrigues e do PS de Victor Freitas para continuarem a boiar em águas sujas.
Isso parece uma teoria da conspiração... Não, isto é a realidade! Por exemplo, sou o primeiro a reconhecer que o PS-Madeira tem gente capaz, honesta e com muito mérito, mas essas pessoas foram afastadas pelo actual líder, Victor Freitas, e pela sua corte de carreiristas. Quase todos eles sempre viveram à sombra dos tachos do partido desde a juventude, e foi essa gente que rebentou com os ideais da coligação ‘Mudança’, pois ao ganharmos a Câmara começaram logo a fazer pressão para se meterem lá dentro, apesar da nossa resistência. Somente o presidente é que lhes fez a vontade e meteu no seu gabinete o Miguel Iglésias, o [Emanuel] Bento, e a Andreia Caldeira, tudo gente do PS. A partir daí o presidente Paulo Cafôfo tornou-se uma fiel marioneta, um fantoche na mão deles.

Quando é que começaram as suas divergências com o presidente da CMF? Foi quando o presidente Paulo Cafôfo pediu para suspender as funções de vereador durante a manifestação de trabalhadores da Quinta do Lorde/Grupo Sousa? As primeiras divergências começaram quando nos apercebemos que o PS do senhor Victor Freitas queria controlar a Câmara, fomentando os mesmos vícios que existiam no tempo de Miguel Albuquerque. Depois, começámos a ver que o presidente não fazia equipa com a vereação, mas apenas com o pessoal do seu gabinete. Mas o golpe mais profundo foi quando o Grupo Sousa cercou a Câmara e o presidente, em vez de ser solidário com um membro da sua equipa, a primeira coisa que fez foi pedir que eu suspendesse os meus pelouros. Foi nessa altura que a senhora vice-presidente interveio e disse que era uma loucura e uma falta de ética propor uma coisa dessas, e a coisa ficou por aí... Mas percebi logo que o poder económico não ia largar a autarquia e que o presidente não era pessoa de confiança. O pior foi quando a equipa da vereação descobriu que, duas semanas antes de ele retirar os pelouros a mim e à dr.ª Filipa Jardim Fernandes, andara em negociações secretas com o CDS, para me substituir na equipa.

O que tem a fiscalização municipal de tão importante para que o presidente Cafôfo tivesse sido tão intransigente na retirada a si desse pelouro?
Isso foi um álibi, uma história que inventaram para camuflar o ‘golpe palaciano’ do Victor Freitas/Grupo Sousa. A estratégia era irem ‘depenando-me’ aos poucos. No dia que ele me quis retirar a Fiscalização, também queria que eu ficasse sem os Mercados. E porquê? Porque no 25 de Abril o Partido Socialista organizou um jantar no Mercado dos Lavradores e o Miguel Iglésias irritadíssimo queria que eu desse um jeito ao PS para pagar a factura a 30 dias. Eu disse que não, que o aluguer tinha que ser pago a pronto, como mandam os regulamentos. Ele ficou furibundo, e com um pretexto idiota, disse que os regulamentos não tinham valor pois tinham sido feitos pelo dr. Pedro Calado. Nesse mesmo dia veio um deputado municipal do PS, um sujeito indescritível, dizer no meio de ameaças veladas, que o director dos Mercados [Duarte Sena] deveria ser demitido. Percebi logo o sinal e assim está explicada a razão que levou o presidente a me retirar os Mercados e a dar início ao golpe.

Quais os objectivos desse golpe? O objectivo era isolar-me e deitar-me abaixo, só que nunca esperaram que os outros vereadores fossem solidários comigo. As queixas não eram dos comerciantes, eram sim dos grandes grupos económicos, que viam os seus interesses ameaçados. Acha que o Grupo Sousa ficou contente com a nossa actuação na questão do Gás Natural, na Ribeira dos Socorridos? Ou se ficou satisfeito quando abrimos uma rua [Travessa dos Varadouros] que eles tinham fechado há anos? Que tínhamos descoberto que uma empresa deles, a Norvia, estava a fazer a revisão do PDM? Que não deixámos a sócia deles, a drª. Cristina Pedra, fazer da Avenida Arriaga uma feira de Carcavelos? Saber que o Edifício Minas Gerais estava a ser acompanhado por causa duns ‘galinheiros’ na cobertura? Que o Carlos Pereira do Marítimo fora notificado a pagar acima de um milhão de euros por causa do Estádio dos Barreiros? Que os Henriques iam perder os parquímetros? Que a Tecnovia, imagine-se, ia agora às reuniões públicas, como os demais munícipes? Eles andavam loucos de raiva!

Alguma vez os três vereadores que contestaram as alterações nos pelouros chegaram a exigir a saída do chefe de gabinete e dos assessores do presidente? Os três não, os quatro vereadores executivos pediram ao presidente Cafôfo para afastar o Miguel Iglésias e o Bento, aliás a porta-voz foi a vereadora Idalina Perestrelo.

É verdade que estes elementos tinham atitudes de ingerência nas competências dos vereadores? Sim, eu próprio vim a descobrir que estavam a fazer um Plano de Ordenamento Comercial no Departamento de Planeamento Estratégico (DPE) e eu nem sabia. O próprio Iglésias chegou a admoestar o presidente à nossa frente.
Acha que uma Câmara tem de ser “facilitista” como defende agora o presidente? O presidente Paulo Cafôfo fala bem, tem um bom discurso, mas quanto ao resto, é tudo muito postiço e inconsequente. Ter uma Câmara facilitista é ter uma Câmara igual à de Miguel Albuquerque, onde se davam facilidades e jeitinhos aos amigos e conhecidos. Facilitismo é sinonimo de corrupção e compadrio.
O líder do PTP, José Manuel Coelho, acusou-o a si e aos outros dois vereadores de serem “fracos soldados” por terem decidido renunciar ao mandato na CMF e não se terem mantido como vereadores sem pelouros. O que tem a dizer sobre isso? O senhor José Manuel Coelho está fora, por isso não sente o calor da guerra. O que os “soldados” podiam fazer se o próprio “comandante do quartel” abriu a porta ao “inimigo”? Entre sermos “massacrados” e corrompidos, e escaparmos com vida política e cívica, para podermos mais tarde iniciar outra frente de combate, escolhemos a segunda hipótese.
Houve alguma vez intenção de forçar o presidente Cafôfo a renunciar, eventualmente para que a vice-presidente Filipa Jardim Fernandes assumisse depois a Presidência? Pensam que somos como o senhor Victor Freitas, que passa a vida em constantes maquinações e intrigas e em almoçaradas com o senhor Luís Miguel Sousa, em vez de fazer uma oposição séria ao regime? Se você perguntar na rua quem é o líder do PS, ninguém sabe! Politicamente é um fantasma e fisicamente um aprendiz de Maquiavel.
Nas fotos oficiais da CMF na Internet e no Facebook, o Gil Canha e os outros vereadores da ‘Mudança’ praticamente não aparecem. O ‘palco’ parecia estar reservado apenas para o presidente. Isso foi uma estratégia combinada entre vós ou mero acaso? Nem nos apercebemos disso! Como toda a gente viu éramos muito discretos e reservados. O nosso objectivo era trabalhar em prol da cidade, mas como diz o ditado, “galinheiro prendado tem sempre o seu peru”.
Vai manter a sua intervenção na vida política? Como já lhe disse, perdemos a nossa praça-forte por traição do comandante, mas a luta continua romanticamente na “floresta”, como se fossemos todos uns “Robins dos Bosques”.

Depois desta experiência falhada, a Madeira está condenada a ter governos do PSD?
 Não, o jardinismo já morreu, agora os seus “monstros” continuam bem vivos e poderosos. Numa terra pobre e com partidos grandes cheios de dívidas e vícios, o dinheiro amealhado por esses “monstrengos alaranjados” corrompe tudo e será uma verdadeira ameaça ao nosso futuro.
  • Bloqueio? Gil canha dá exemplos de projectos que acelerou
Acusaram-no de ser uma força de bloqueio. O que diz sobre isso? Mais uma mentira pegada. Pelo contrário, tentei agilizar os processos de licenciamento, para as pessoas não terem de ir de chapéu na mão pedir favores como antigamente. Em termos legais, sempre que entra um processo na Câmara tem de haver um técnico responsável pelo acompanhamento do processo junto do munícipe. E isso foi incrementado. Também acelerei os licenciamentos, nomeadamente os projectos de reabilitação urbana, por exemplo, neste momento irá ser reabilitado o antigo quarteirão dos Zinos, na Rua dos Netos. Vai arrancar na Rua do Castanheiro um hotel, onde conseguimos salvar um edifício da século XVIII, que a antiga vereação tinha condenado. Há também vários projectos de alojamento turístico a nascer na Zona Velha, e estávamos a preparar um plano geral de reabilitação urbana para todo o núcleo histórico. Até os edifícios que foram embargados, fizemos um grande esforço com a colaboração dos promotores, para fazê-los andar. Em termos das obras públicas, abrimos o leque das empresas que concorrem às obras da Câmara e começámos a ordenar o Mercado dos Lavradores, só nos faltando dispor e organizar o espaço das floristas, que está muito mal. Com a grande ajuda dos técnicos iniciámos também a regulamentação da ocupação do espaço público e da publicidade, de acordo com as directrizes do Licenciamento Zero. Seriam necessárias muitas folhas de papel para descrever aquilo que fizemos em sete meses, para dar mais rigor, autoridade, equidade nas decisões camárarias, tudo foi feito com o objectivo de servir a cidade e permitir as mesmas oportunidades a todos os munícipes
http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/448888/politica/448938-victor-freitas-rebentou-a-coligacao (disponivel só para assinantes)
Afinal Coelho não sabia?

Miguel Iglésias e Emanuel Bento, assessores de Paulo Cafôfo e do PS/Madeira

2 comentários:

  1. É obra!!!! Um badameco a rebentar com uma coligação!!!!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Desculpe lá, não chame badameco ao Iglesias. Badameco é o seu avô.

      Eliminar