quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

A propósito da antiga demissão do secretário do Turismo o deputado Élvio de Sousa acusa Albuquerque de ser um manequim dos DDT com o monopolista Sousa e o Avelino Farinha do betão à cabeça.

 

Ex. mo senhor Presidente, sras e srs deputados:


“Confirmo que saio, mas eu não me demiti. Fui dispensado pelo Presidente do Governo” (Miguel Albuquerque); afirmou Eduardo Jesus à imprensa, a 11 de outubro de 2017. E acrescentou ao JM: “ainda se vai saber, qual a verdadeira razão” para a minha saída.

 As razões da saída vieram pelo ex-colega de governo, Sérgio Marques, cinco anos depois, e em recente entrevista ao Diário de Noticias de Lisboa. A teia de interesses, as “obras inventadas”, as pressões dos grupos económicos sobre o poder político, as “peças de jogo de Jardim”, as “obras sem necessidade”, o “investimento louco feitos pelas sociedades de desenvolvimento” e a concentração de titularidade dos meios de comunicação social, são temas que se podem levantar, vindos de um militante ativo do PSD.

 Quem pensou que a ”renovação” do PSD iria trazer uma mudança na vida económica e social madeirense, escravizada durante séculos pelo centralismo, foi redondamente enganado! A renovação trouxe sim a exposição da analogia bíblica proferida por Mateus:” Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores” (Mateus 7:15-20).

 Sérgio Marques, citado pela peça jornalística, aborda a chantagem sobre o poder politico: “O Jardim jogou as suas peças e pôs o Avelino (grupo AFA) e o Sousa (grupo Sousa) em campo. O Sousa consegue afastar o Eduardo, porque o Eduardo Jesus tinha uma agenda para reformular o porto. O Avelino [Farinha] não estava satisfeito com o meu desempenho nas obras públicas, porque eu é que era o secretário das Obras Públicas, e ele sempre se habituou a ter um secretário que o servisse. Comigo isso não acontecia [...], o Avelino depois consegue afastar-me das obras públicas. Ele não queria que eu saísse do governo, ele queria era só afastar-me das obras públicas".

 E acrescenta “o Luís Miguel, com quem eu trabalhei oito anos e o Avelino, acho que foram os mais beneficiados da governação regional“; “muito protegidos”, e “a dada altura começaram a condicionar a governação”, influencia essa que, ainda, citando Marques “viram-se na necessidade de controlar os media regionais”.

 Por seu turno, Miguel Sousa que, em 2017, já havia denunciado um “regime caduco” com “braço corrupto” e de um “capataz politico, financeiro e empresarial” colaborou no festim de denúncias. Falou numa política de esbanjamento de “recursos financeiros que não tínhamos” e que levou à bancarrota, negada vezes sem conta pelo Rei da dívida.

  Prova desse regabofe com o dinheiro do povo é esta frase, demolidora, de Miguel de Sousa: “eles pegam em 15 mil milhões de euros – 15 mil milhões de euros! –, e quase metade foi dívida, e gastam-no em 10 anos! Ninguém fazia contas, toda a gente autorizava tudo, ninguém se opunha a isso.”

  O somatório das declarações proferidas, tanto por Sérgio Marques como por Miguel Sousa demonstram, claramente, um ambiente de pressões, de interesses obscuros, de promiscuidade entre política e negócios e de alegados favorecimentos a grupos económicos que parecem viver à custa do Orçamento Regional.

Sras e srs deputados,

 A julgar pelas graves declarações, que no Continente fariam cair governos, será Miguel Albuquerque uma espécie de “manequim” nas mãos do poder económico monopolista?

Será que Albuquerque foi “comprado”? Será que perdeu a genica e a força para fazer frente aos “lobbies no sector”, utilizando uma expressão sua nesta Casa em março de 2015.

Perguntar-se-á se a Autonomia e o seu Estatuto servirão de carta de privilégios para que meia dúzia de “capitães donatários” do século XXI manterem os seus negócios à custa do suor do trabalho do povo e das empresas que pagam, ainda, o IVA a 22%?

Perguntar-se-á se a Autonomia foi criada para manter um regime de exceção, o único território nacional onde os utentes do serviço de saúde não têm o direito de saber o seu lugar na lista de espera e onde a carta de privilégio permite, ainda, a acumular pensões com vencimentos?

A Autonomia, como aspiração política da luta pela opressão dos povos insulares, serve para proteger a classe política e o bem-estar de meia dúzia a viver em “corte palaciana” ou para servir e proteger os cidadãos? “

Élvio sousa

1 comentário:

  1. Investigue-se as contas bancárias de toda esta corja que, desde 1974, mexeu no dinheiro de todos nós e nos endividou.
    As contas desta canalha e dos seus fanilates directos e colaterais.
    E depois confisque-se todo esse património (incluindo as contas na Suíça dos filhos do jarreta) para liquidar de uma vez por todas a dívida regional.
    Depois, façam eleições em que os candidatos a deputados não tenham de estar obrigatoriamente encarneirados em listas partidárias. Só assim uma assembleia poderá fiscalizar a acção de qualquer governo.
    E não se esqueçam de investigar as obras públicas que, tal como denunciou o falecido João Noronha do PPM, custavam 3 vezes mais que o valor de mercado. Uma das partes era dada aos empreiteiros que perdiam os concursos, de modo a não recorrerem para os tribunais e assim comprometerem a agenda das inaugurações jarretas.

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