Hotel Penina, vila do Alvor, Algarve. Após cinco dias de negociações, a 15 de janeiro
de 1975, há precisamente 48 anos, os três movimentos que lutavam pela independência
de Angola (rivais entre si), MPLA, FNLA e UNITA, assinaram, com o Estado português,
um documento que reconhecia o direito à independência daquele país, que viria
a ser proclamada a 11 de novembro desse ano.
Ao longo de 60 artigos, ficaram definidos os compromissos para a participação
de um governo de transição até à realização de eleições, em outubro.
António de Almeida Santos, à data ministro da Coordenação Inter-Territorial, assim
que viu o documento percebeu que “aquilo não resultaria”. Por várias e complexas razões.
Por um lado, a profunda desconfiança que existia entre os três movimentos angolanos
que tinham lutado entre si durante anos. Por outro, Portugal, a braços com um processo
revolucionário, não tinha meios para garantir o cumprimento do acordo. Por fim,
o envolvimento internacional na luta pelo poder em Angola transformou a ex-colónia
portuguesa em mais um cenário do conflito entre as superpotências mundiais.
Os primeiros combates ocorreram em Luanda, pouco depois da assinatura do
documento. Houve um êxodo de centenas de milhares de pessoas para Portugal.
A guerra civil de Angola só terminou em 2002.
Sem comentários:
Enviar um comentário