quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Da África do Sul para a sopa do Cardoso

 

  SAID lido ao contrário é DIAS. Foi o pseudónimo inventado que o medroso jornalista do FUNCHAL NOTÍCIAS  encontrou para descrever este chocante caso de abandono do nosso emigrante. Trata-se de facto de um rosto com nome: O sr. João Baptista de Gouveia Dias com a idade de 77 anos. Presentemente encontra-se na unidade de cuidados intensivos de AVC no Hospital dr. Nélio Mendonça


Rui Marote
 O Mundo está cheio de promessas e de falsos profetas.
 Conheço a história da emigração madeirense para a África do Sul desde os anos 70 até aos nossos dias, 28 vezes visitei aquele território africano em serviço profissional e lazer. E há histórias desagradáveis.
  Vivi cerca de 10 anos no país vizinho Moçambique e por diversas vezes desloquei-me ali por motivos de trabalho e férias. Fui o primeiro madeirense cabeça de lista a nível nacional a concorrer por aquele círculo migratório (resto do mundo). Não me esqueço das visitas de Alberto João Jardim à África do Sul, que nos seus discursos em casas da Madeira e Associações não se cansava de incentivar os madeirenses a se integrarem, fazerem lobby e concorrerem aos actos eleitorais.
 À Madeira “são todos bem vindos mas não temos lugares para todos vocês, são 300 mil e a Ilha só tem 270 mil”, dizia.
 Infelizmente as minas de ouro não são para todos: uns são empresários de sucesso outros continuaram como serviçais de carrega e descarrega do mercado de Joanesburgo. Chapa ganha, chapa gasta sem segurança social, não pensando no amanhã. Há quem viva hoje na rua à espera das “migalhas dos cachorrinhos” de mão estendida .
 Depois deste “nariz de cera”, vamos narrar uma história real dos nossos dias. Um madeirense que chegou à Madeira repatriado, iludido de falsas promessas.
 Naquele território residia há mais de 55 anos. Trabalhou nos melhores hotéis de Joanesburgo, como barman, e quando os nossos governantes ou delegações da Madeira iam à Feira do Rand Show todos sabiam que no bar principal do hotel havia um conterrâneo que os recebia de abraços abertos e eram obsequiados com um “drink”.
  Este madeirense – vamos tratá-lo pelo pseudónimo “Said” – com a idade de 76 anos vivia num quarto num edifício do governo sul africano com uma pensão de 90 euros mensais.
 O “Said” alimentou um sonho: o de regressar à terra onde nasceu. Recorreu aos serviços consulares, ao conselho das comunidades madeirenses. Nas últimas visitas de Albuquerque e Rui Abreu e de Cafôfo àquele território tudo ficou acertado.
Com as poucas economias o “Said” pagou parte da viagem e o restante foi com auxílio dos amigos madeirenses. Foi-lhe garantido que ia para um apartamento ou um lar.
 No aeroporto do Funchal era aguardado pela segurança social e por uma funcionária da Direcção Regional das Comunidades.
 Do Aeroporto Cristiano Ronaldo foi para a “Sopa do Cardoso”, provisoriamente, enquanto a Segurança Social não arranjasse uma situação definitiva.
Sentiu-se desprezado pelos poucos familiares que ainda aqui tem, os quais, ao saber que estava na “Sopa dos Pobres”, deixaram de lhe falar. O regulamento da “Sopa do Cardoso” não permite pernoita para cidadãos com mais de 75 anos. Portanto a permanência era ilegal.
 O “Said” sentiu-se abandonado e cometeu a “loucura” de tentar cometer suicídio ingerindo pastilhas a mais. Foi transportado para o Hospital Dr. Nélio Mendonça, onde ficou internado, sendo transferido mais tarde para a Casa de São João de Deus, no Trapiche, onde permanece.
  Conheço o “Said ” há muitos anos. Em serviço do Diário ajudou a equipa de reportagem a “desbravar terreno2 e a transportar-nos a diversas localidades nos arredores de Gauteng. Já estive no Trapiche para uma visita ao “Said”: mais conformado, bem tratado e bem alimentado, mas sem qualquer visita da Segurança Social e muito menos das Comunidades e Cooperação Externa.
  Termino esta pequena crónica com uma frase que tem direitos de autor, não para mim mas para o “Said”:-“Ajudei !!! Ajudem-me…”

A triste história do “Said” e os esclarecimentos oficiais…
Foto tirada na casa de saúde S. Joaõ de Deus (vulgo Trapiche)

Rui Marote
  A notícia “Da África do Sul para a Sopa do Cardoso” (https://funchalnoticias.net/2023/12/11/da-africa-do-sul-para-a-sopa-do-cardoso/#) parece ter incomodado a Direcção Regional das Comunidades. O nosso título sugestivo levou a que milhares de seguidores do Funchal Notícias tenham lido a notícia, colocando-a no “top” da mais vista durante três dias. Só ontem aquela Direcção Regional se sentiu incomodada por alegadas imprecisões… mas provavelmente não foi com o conteúdo mas com o título. Se assim não fosse cairia no esquecimento o caso deste desafortunado emigrante retornado à sua terra.
 Enfim, chamemos de esclarecimento o texto enviado à nossa Redacção que se assemelha bastante a “tentar sacudir a água do capote”, como reza a expressão.
O jornalista autor deste artigo postula que nem não se sente não é filho de boa gente. O que hoje é verdade amanhã já é mentira… E sublinha que abraçou este caso de forma mais pessoal por conhecer  o “Said” há dezenas de anos  e ter acompanhado o seu trajecto até à triste situação actual.
 O caso está a ter repercussão também na comunidade madeirense na África do Sul, onde o “Said” era bastante conhecido. Devemos sublinhar que o aconselhámos durante meses a que não fosse em “promessas”, que a situação habitacional na RAM não tem habitações nem as terá nos próximos anos porque na lista de espera há o modesto número de mais de 20.000 pessoas.  Acreditou em “bruxas” e hoje está como está.
 De regresso à Casa de Saúde de São João de Deus, no Trapiche, falámos com o “Said” e demos a conhecer a reportagem do FN. Reacção imediata: “Eles não devem ter gostado desse título”, comentou.
De seguida leu o esclarecimento da Direcção Regional das Comunidades. Confrontámos o “Said ” para que nos esclarecesse :
– 1 “Quando saiu de Joanesburgo sabia que ia para um lar dos pobres na sopa do Cardoso?” – “Não”, respondeu, “disseram-me que iria para um quarto provisoriamente. Quando cheguei ao aeroporto da Madeira aguardavam-me duas pessoas da Direcção das Comunidades. Só tomei conhecimento para onde ia à chegada ao próprio local.
2- “Alguma vez se encontrou com o Dr. Rui Abreu?” – “Na Madeira nunca, só na Africa do Sul”.
3- “Porque recusou  o quarto nas Laranjeiras, em Santo António?” – “Não era um quarto mas sim um sotão… Tinha de andar agachado porque dava com a cabeça na cobertura de telha. Disseram-me que era provisório até que vagasse espaço nos andares inferiores”. Mas não houve desenvolvimentos em tempo útil.
4- “Quando esteve internado no Hospital recebeu visita  dos funcionários da Direcção das Comunidades?”- “De ninguém”.
5- “Foi transferido para a Casa São João de Deus Trapiche onde permanece há 1 mês. Recebeu entretanto visita da Direcção das Comunidades ? – “Até hoje de ninguém”.
Um homem abandonado, que não sabe o seu destino. E que acrescenta, apesar de estar internado no “Trapiche”: “Não estou louco!”
Contam-se pelos dedos de uma mão o número de repatriados que chegam à Madeira vindos da África do Sul.
Os madeirenses que ali residem de uma maneira geral não regressam à Madeira, ou vão para a Austrália, Inglaterra, América ou Canadá, ao contrário dos conterrâneos venezuelanos.
“Said” pensou que iria ter melhores condições na Madeira. Enganou-se. As coisas por cá não estão fáceis, nem mesmo para os madeirenses cá residentes.

15 comentários:

  1. Medroso? Rui Marote, que há dias foi nomeado jornalista do ano pelo Pravda?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Cala-te seu «padre das esmolinhas» tem vergonha, mete-te dendtro da cabana. Não és digno para comentar nada neste Blog

      Eliminar
    2. Até parece que a nomeação desse traste é algo relevante.
      Mais um da longa série da escumalha do pravda que anda a navegar algures no ETAR

      Eliminar
    3. Esse cagão do Marote alguém lhe disse que era "bom" a se estender e logo convenceu-se que era alguém

      Eliminar
  2. Estes insultos só podem estar a ser colocados pelo miramacedo que tomou conta do blog. RIP Pravda

    ResponderEliminar
  3. Já que a Madeira não presta pouco apoio ao Said (que descontou ZERO para o nosso sistema de Segurança Social), o senhor Rui Marote que ajude a pagar a viagem de retorno do emigrante à África do Sul, onde certamente encontrará melhores serviços. Quem não conhece o Marote, que abrace as causas dele...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Esse traste a ajudar alguém.? Esse marote não tem espaço onde cair morto

      Eliminar

    2. Esses labregos andam na boa vida no estrangeiro e depois voltem para a ilha para lhes dar de comer.
      E ainda dizem mal da sopa do Cardoso.
      Vai trabalhar malandro

      Eliminar
  4. A critica é e sempre será saudável, quando discutida, denunciando erros e saudando/apoiando, as melhores imnivações,quando de fato, as há.
    Aqueles que se acomodam, sem ousar soprar, porque o tacho é bom e proveitoso demais, são os mesmos pulhas que contribuem para as desigualdades e apodrecimento do sistema politico nacional. Acordai e façam parar o barco, antes que CHEGUE e se engrossem os diabos, à embarcação que Abril um dia quis trazer.^
    - Que Março saiba florir a esperança, que muitos puklgas tentar apagar, com corrupoções e habilidades constantes.
    Feliz Ano Novo.
    Armando Ribeiro - português Aqui.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Mais um mira que apareceu por aí de paraquedas

      Eliminar
    2. Olha olha o mira macedo mudou de nick. Agora é armando ribeiro.
      O fugitivo sempre em forma

      Eliminar
    3. Os nicks do blogue são todos falsos.
      A redacção do pravda todos frustrados arranjam esses nicks.
      São sempre os mesmos. Ora dizem mal, ora dizem bem.
      É por isso que ainda essa merda existe

      Eliminar
  5. Nunca ninguém fez como o Doctore Rafael Macedo.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Esse mira fez bem em se pirar daqui. É menos um chunga na ilha, pelo contrário mandam para a ilha outros chungas(saids) da vida.


      Eliminar