Ha muitos trabalhadores que empobrecem trabalhando
«Olegário (nome fictício) tem 30 anos.
Vive numa carrinha, em Lisboa, com
a mulher e os dois filhos. Tem o 5.º
ano e esteve desempregado durante
muito tempo. Em 2017 arranjou trabalho
como jardineiro. Ainda assim,
pouco (ou nada) mudou. Continuam
nessa carrinha e pesa-lhe não poder
garantir condições de higiene e estudo
aos filhos, que normalmente tomam
banho em casa de outra família
vizinha. Na verdade, a sua situação
habitacional nunca foi “estável”.
Em 2007, quando Olegário se casou,
mudou-se para casa dos sogros,
uma habitação social no Bairro Marquês
de Abrantes, em Marvila. Os
conflitos familiares frequentes levaram
à sua saída e depois à ocupação
abusiva de uma habitação durante
três anos. Agora, Olegário e a família
encontram abrigo na carrinha emprestada.
Está inscrito para aceder a
uma habitação social há dez anos.»
O paradoxo:
«O estudo fala
mesmo de um “paradoxo” que é
preciso entender: mais pessoas no
mercado de trabalho não se traduziu
em menos pessoas pobres»
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