domingo, 5 de dezembro de 2021

A saga do jornal "o Diário" alvo da sanha persecutória dos tribunais fascistas portugueses nos anos que se seguiram ao 25 de Abril

 

Destruir o diário tem sido um objectivo de sucessivos governos reaccionarios. Sem se aperceberem disso, eles contribuíram, pela própria irracionalidade do ataque, para projectar «o diário» como exemplo de coerência, de fidelidade aos princípios, de firmeza no combate pelas liberdades e pela defesa do regime democrático. «o diário não se submete, não se deixa intimidar.
Notícias, comentários, artigos sobre o recorde mundial de processos imposto a «o diário», têm sido publicados em muitos países. O conjunto coloca no banco dos réus da consciência social o sistema de Poder responsável pela infindável série de julgamentos. A fúria persecutória volta-se contra os seus autores; engrandece o jornal que dela é vítima, em vez de o diminuir.
A nossa posição moral é inatacável. Cada novo processo produz um efeito oposto ao visado: reforça a confiança dos leitores. Os trabalhadores portugueses sabem que a ofensiva contra o seu jornal nos tribunais se insere na exacerbada luta de classes que caracteriza o fluir da Revolução iniciada a 25 de Abril de 1974. A história confirmará que «o diário >> soube cumprir nestes anos difíceis a sua função social, honrando o lema «a verdade a que temos direito».


SOBRE O AUTOR


Miguel Urbano Rodrigues
 (2 de Agosto de 1925 – 27 de Maio de 2017). Redactor do Diário de Notícias de 1949 a 1956. Chefe de Redacção do Diário Ilustrado em 1956 e 1957. Editorialista principal de O Estado de S. Paulo, no Brasil, de 1957 a 1974. Editor Internacional da revista brasileira Visão de 1970 a 1974. Chefe de Redacção do Avante! em 1974 e 75. Director de O Diário de 1976 a 1985. Assistente de História Contemporânea na Faculdade de Letras de Lisboa em 1974 e 1975. Presidente da Assembleia Municipal de Moura em 1977 e 78. Deputado à Assembleia da República de 1990 a 1995 pelo PCP. Deputado às Assembleias Parlamentares do Conselho da Europa e da União da Europa Ocidental, tendo sido membro da Comissão política desta última. Colaborações publicadas em jornais e revistas de duas dezenas de países da América Latina e da Europa. Autor de onze livros publicados em Portugal e no Brasil. (ver fonte)
Os jornais - excepto os órgãos partidários - são feitos para serem isentos, objectivos e informativos. Este é um principio básico do jornalismo. Mas o que se passa em Portugal ( ou genericamente na Europa)? Os jornais são controlados pelos principais grupos económicos, divulgam aquilo que a esses grupos interessa e ocultam vozes incómodas ao sistema. Falta em Portugal, (falta , falta,) um projecto independente de jornalismo humanista e progressista e que traga impresso o país que realmente somos. O país das fábricas que fecham, dos hospitais encerrados, da escola pública destruída, da segurança social pública defendida! Um país que sonha e luta. Um país de gente com ideias e projectos! O país das colectividades, das associações, dos sindicatos. Das empresa, das faculdades. Um projecto que seja a voz dos que constroem a nossa terra. Dia a dia. Uma voz de um país para lá do Bairro Alto, do Lux e do Bica no Sapato. Um país que se chama Portugal. Com vozes novas, irreverentes e incómodas. A verdade a que temos direito! (FONTE)


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