Mania de escrever (II) : José Manuel Coelho
A postura adoptada pelo deputado do PTP, José Manuel Coelho, no último plenário da Assembleia Legislativa - que volta a reunir amanhã e que volta a correr o risco de ter que confrontar-se com nova atitude de protesto do deputado em causa - não surpreende porque ao longo dos anos em que faz parte do parlamento regional, Coelho tem mantido este seu radicalismo de atitudes que aposta sobretudo na mediatização. Reconheço que tem conseguido embora provavelmente sem os ganhos políticos e eleitorais que contaria. Durante alguns anos lidei de muito perto com situações semelhantes. Já não me espanta rigorosamente nada que o deputado do PTP continue a fazer o que sempre fez, apesar de desconfiar que os novos deputados do PSD regional provavelmente julgariam que o slogan da "mudança" significaria a abolição destas situações ou que a oposição toleraria porventura ser medita espécie de colete de forças. Nada disso. Eu não sei se o que Coelho lhe faz dá votos. Penso que não. A realidade política regional mudou alguma coisa. Mas quem afirmar que situações como a ocorrida tiram ou dão votos ao PTP está a inventar porque ninguém tem dados concretos sobre isso. Sei que o PTP é acusado de ter feito uma aposta desastrada ao coligar-se ao PS nas regionais de Março passado. Mas sei também que há quem diga que se concorresse sozinho provavelmente o PTP teria sido varrido do parlamento regional, o que, a ser assim, justificava a opção pela coligação.Lembro-me que quando JMC no passado recente fazia rigorosamente o que fez na semana passada, a cobertura mediática era outra - percebe-se porque era assim! Agora só faltou que levassem o Coelho para um qualquer sítio mais ermo e lhe dessem um arraial de porrada por ter feito o que fez. Será que alguém acredita que JMC vai mudar a sua "praxis" política e parlamentar? Bem ou mal não foi essa a sua "praxis" de sempre? O que de inovador teve este episódio, ao contrário de outros, é que o deputado único (!) do PTP conseguiu desta feita paralisar a Assembleia e impedir a continuidade do plenário. Para JMC fica contudo um aviso, ao que me parece quebrado apenas pelo PND, mas com o qual (aviso) vai ter que lidar: a unanimidade registada na conferência de líderes quer na condenação do que se passou quer no pedido de um parecer à PGR. Um parecer que, diga-se em, abono da verdade, se revelas mesmo antes de elaborado de uma inutilidade. Não acredito que a PGR aceite ser arrastada para a polémica. Apesar da causa do protesto de JMC ter tido a ver com decisões tomadas pelos tribunais, de penhora de salário (ou do IRS, não posso precisar) para pagamento de custas judiciais ou indemnizações a terceiros (também não sei precisar em concreto o que se passou). Estamos a falar de deputados eleitos pelo voto dos cidadãos, legitimados nas urnas. Uma espécie do que se passou recentemente com Marinho e Pinto enquanto deputado do Parlamento Europeu (eleito pelo MPT mas hoje líder de outro partido, uma situação caricata e "sui generis"). As intenções de o "lixaram" bateram contra a parede.E estou totalmente àvontade para escrever o que acabo de escrever. Bastaria que tivesse presente os "mimos" que durante anos JMC me brindou, a injustiça e inverdades tantas vezes usadas, o ataque mesmo de carácter pessoal feito com frequência, etc, para que adoptasse uma outra atitude perante o que se passou e condenasse o que ele fez. Mas não ficaria bem a minha consciência porque não misturo as coisas e o que pretendia transmitir nesta nota de opinião é apenas o que acabo de expressar acima. (Ultraperiferias)
A Amnistia Internacional revela nesta quinta-feira que o Irão executou já 694 pessoas desde o início do ano e até ao dia 15 de Julho. Quer isto dizer que, em média, o país enforcou mais de três pessoas por dia. Caso este ritmo se mantenha, serão executadas mais de mil pessoas no Irão até ao final do ano.
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