sexta-feira, 3 de julho de 2015

Paulo Almeida,processa Gil Canha, Coelho e Eduardo Welsh

Tribunal da Madeira julga dirigentes políticos por difamação de firma de advogados

  O Tribunal Judicial da Comarca da Madeira começou hoje a julgar os dirigentes do PND Gil Canha e Eduardo Welsh e o ex-deputado do PND e atual dirigente do PTP José Manuel Coelho por difamação de uma firma de advogados.Em causa está um artigo publicado a 31 de julho na edição número 129 do mensário satírico Garajau, entretanto extinto, com o título “O preço do Rolls Royce", em que se alude a ligações entre a Paulo de Almeida e Associados - Sociedade de Advogados, a Fundação Social Democrática (FSD), o executivo municipal de Santa Cruz (então liderado pelo PSD), o empresário Ricardo Nóbrega, o administrador da Empresa Jornal da Madeira, Rui Nóbrega (primo do empresário), e um ex-adjunto do Governo Regional de Alberto João Jardim, Carlos Machado, no negócio de venda da propriedade Quinta Escuna, em Santa Cruz.O artigo referia que o empresário Ricardo Nóbrega estava “por detrás do negócio da Quinta Escuna”, propriedade da FSD e, depois, vendida à empresa Tijolo Branco Sociedade Imobiliária S.A., de Ricardo Nóbrega, para um projeto imobiliário em que seriam instalados a Câmara Municipal e diversos serviços públicos, incluindo uma Loja do Cidadão. O empresário era “principescamente beneficiado pelo regime”, indicava o texto.“Além de Machadinho [Carlos Machado], Paulo Almeida & Associados também se agarram ao teto", escrevia, então, o Garajau.O Garajau acrescentava que o "arrendamento de um pequeno prédio da periferia urbana de Santa Cruz para serviços municipais, tribunal e Loja do Cidadão [iria] render, em 30 anos, mais de 45 milhões de euros pagos pela autarquia em rendas mensais de 126 mil euros".Com a venda da Quinta Escuna por 1,2 milhões de euros, a FSD terá obtido, segundo a publicação, um lucro de 800 mil euros, já que o valor escriturado, em 2002, foi de 408 mil euros.O tribunal ouviu hoje os réus e o autor da ação interposta, Paulo Almeida, a secretária e uma técnica administrativa da sociedade de advogados e o empresário Ricardo Nóbrega.Gil Canha e Eduardo Welsh declararam que, na altura da publicação do artigo, já não assumiam funções jornalísticas e diretivas no mensário, pois tinham-no deixado em fevereiro de 2009. José Manuel Coelho confirmou que assumiu na altura o cargo de diretor.Paulo Almeida reconheceu que "o artigo estava escrito de forma inteligente" e que "tirava o chapéu" ao autor, mas negou que se tenha aproveitado do erário público, sublinhando, no entanto, que "para um destinatário normal" a leitura do artigo era a de que se estava na presença de um grupo de pessoas que se estava a aproveitar de dinheiros públicos.As funcionárias da sociedade ouvidas em Tribunal destacaram a "idoneidade" e "competência" de Paulo Almeida.Ricardo Nóbrega afirmou que era administrador da empresa Tijolo Branco Sociedade Imobiliária S.A, inicialmente unipessoal. Quando a quis tornar sociedade anónima, acrescentou, recorreu a quatro advogados da sociedade de Paulo Almeida para cumprir os requisitos legais (cinco acionistas).O tribunal vai ainda ouvir Rui Nóbrega, que não compareceu, e o deputado do PND Dionísio Andrade, que aguarda o levantamento da imunidade para testemunhar no caso."Oportunamente será agendada nova data para inquirição de Rui Nóbrega e Dionísio Andrade", informou o juiz.O advogado autor da ação judicial defendeu o Jornal da Madeira no caso da invasão à redação pelos dirigentes do PND e revelou que tinha a receber 280 mil euros por serviços prestados. (dnoticias.pt)


Foto do dr. Joaquim Vasconcelos de Gouveia

Filho do dr. Joaquim (também já falecido)
Cortesia do "Estadão"

Sem comentários:

Enviar um comentário