segunda-feira, 15 de julho de 2024

No Ruanda as eleições são como na Ilha da Madeira- ganha sempre o mesmo partido. Os Tribunais lá também trabalham para o regime

 

 Os ruandeses vão esta segunda-feira às urnas, com o presidente Paul Kagame praticamente assegurado de estender a sua liderança com punho de ferro e vencer uma corrida que o opõe aos mesmos rivais que derrotou há sete anos. Líder “de facto” do Ruanda desde o genocídio de 1994, Kagame enfrenta as candidaturas de Frank Habineza, líder do Partido Democrático Verde – a única oposição autorizada –, e Philippe Mpayimana, que concorre como independente. Aos 66 anos, o presidente é visto como o responsável pela recuperação económica do Ruanda depois do genocídio, com o PIB a crescer a uma média de 7,2% entre 2012 e 2022. Mas o seu regime é amplamente criticado por sufocar a oposição política a nível interno, enquanto um relatório da ONU acusou as tropas ruandesas de lutarem ao lado da milícia rebelde M23 na vizinha República Democrática do Congo. Kagame venceu três eleições com mais de 93% dos votos, em 2003, 2010 e 2017, e surge agora com quase 99% nas sondagens mais recente. Habineza obteve apenas 0,48% dos votos em 2017, com Mpayimana a ultrapassá-lo com 0,73%. Os tribunais ruandeses rejeitaram os recursos de figuras proeminentes da oposição, como Bernard Ntaganda e Victoire Ingabire, para retirarem condenações anteriores que os impediam de concorrer. A comissão eleitoral também proibiu a famosa crítica de Kagame, Diane Rwigara, alegando problemas com a sua papelada – esta é a segunda vez que ela foi excluída da candidatura. Filha do industrial Assinapol Rwigara, um antigo grande doador da Frente Patriótica Ruandesa (RPF), de Kagame, antes de este se desentender com os seus líderes, Rwigara foi acusada de falsificar documentos e presa em 2017, antes de ser absolvida pelos tribunais um ano depois. Um total de 9,01 milhões de ruandeses estão registados para votar, indo as eleições presidenciais realizar-se ao mesmo tempo que as legislativas, pela primeira vez.

1 comentário:

  1. Quem admira o Putin, é o porco do Mira.
    Até assiste às notícias manipuladas da Rússia!

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