quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Atentados à liberdade de expressão no Reino Unido

 

Reino Unido. Detenções de manifestantes anti-monarquia levantam questões sobre liberdade de expressão

A polícia britânica tem sido alvo de várias críticas por parte de grupos ativistas, depois de terem sido detidas várias pessoas que expressaram oposição à monarquia. Numa altura de luto nacional, muitos são os que questionam a liberdade de expressão no país.

Aconteceu em Edimburgo, aconteceu em Londres. Manifestantes pró-república têm-se mostrado após a proclamação de Carlos III, dois dias depois da morte da Rainha Isabel II, na última quinta-feira. Com um cartaz a dizer “Not My King” (não é o meu rei), uma mulher acabou detida na capital britânica e acusada de “disrupção de paz” na via pública.

Vários casos semelhantes estão a levantar dúvidas no Reino Unido. Muitos questionam a atuação das autoridades e como estão a lidar com a questão da liberdade de expressão numa altura em que a maioria da população participa nas celebrações fúnebres de Isabel II.

Em Oxford, um ativista chamado Symon Hill acabou por ser detido por ter gritado “quem é que o elegeu”, referindo-se a Carlos III e à proclamação deste como novo rei do Reino Unido. De acordo com Hill, as autoridades explicaram que foi detido por ter causado algum tipo de “assédio ou alarme” na via pública. Depois de colocado numa carrinha foi libertado, mas ainda pode vir a ser interrogado pelas autoridades.

“A polícia abusou dos seus poderes ao prender uma pessoa que fez uma oposição moderada ao chefe de Estado que foi proclamado de forma não democrática”, disse Hill.

Com estes episódios a acontecerem durante as celebrações fúnebres da rainha, na internet, na rede social Twitter, a hashtag #NotMyKing começa a ganhar popularidade. Grupos de ativistas não compreendem a atuação das autoridades e prometem manifestações sobre o que dizem ser o reprimir da liberdade de expressão.

O grupo britânico “Republic”, que pede a abolição da monarquia, diz que vai organizar protestos sobre a maneira como a polícia está a lidar com estas pessoas que não concordam com a proclamação de Carlos III.

“A liberdade de expressão é fundamental para qualquer democracia. Numa altura que os meios de comunicação estão saturados de bajulação a um rei que não foi eleito, torna-se ainda mais importante”, disse Graham Smith, porta-voz do grupo.

Estas detenções acontecem no seguimento da aprovação de uma lei que pede aos polícias uma atuação mais dura sobre protestos “disruptivos”, apesar de não se saber se estas detenções já estão a ser realizadas tendo em conta a nova lei.

O porta-voz da nova primeira-ministra britânica lembrou que, apesar de o Reino Unido estar a viver um período de luto nacional, existe também o direito de haver protestos e que esse direito continua a ser um princípio fundamental no Reino Unido.

No entanto, Max Blain disse que cabe à polícia avaliar as situações e saber como deve atuar tendo em conta as circunstâncias.

A polícia metropolitana de Londres lembrou que os protestos são um direito dos cidadãos. “O público tem todo o direito a manifestar-se e temos explicado isso de forma clara aos agentes que estão envolvidos na extraordinária operação que está a ocorrer”, disse Stuart Cundy, da polícia londrina. (RTP)

2 comentários:

  1. O Coelho que diga também o que é que a sua tão amada Rússia faz a quem se manifesta contra a guerra na Ucrânia...

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  2. Coelho defende Putin e a legitimidade do ataque russo à Ucrânia. E a Coelha defende o mesmo.

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