A Velha Rata
Com grande tristeza, li no DN que a pequena casa construída pelo PAN, para abrigar gatos abandonados na Promenade dos Reis Magos, foi tomada pelas ratazanas. E digo tristeza, porque este episódio também já se repetiu na Câmara Municipal do Funchal, mas com outro tipo de ratazanas, uma espécie gigante com rabo pelado cor-de-rosa, muito semelhante à rataria que espalhou a Peste Negra na Europa, no séc. XIV. O que aconteceu nos Reis Magos prova que uma boa e louvável intenção pode ser destruída num ápice, com a completa subversão da ideia original dos seus promotores. E fui buscar este exemplo para responder a um artigo de opinião, assinado pelo sr. Duarte Caldeira, no qual ele defende a tomada de assalto das “ratazanas” do PS, do sr. Vitor Freitas, à maior autarquia da região. Nos Reis Magos, o que provocou a vinda das malditas ratazanas foram as quantidades exageradas de alimentos para os gatos, deixadas na pequena casa pelos turistas, que fizeram atrair a rataria esfomeada. No caso da Coligação Mudança, foi o cheiro a “tachos” e a dinheiro fresco que atraiu a “rataria rosa”. Logo na fase de campanha eleitoral para o Funchal, o PS, por sua própria iniciativa, entregou a campanha a um socialista do Norte do País, por cerca de 40 mil euros(1) (o inicio da rapina), quando foram os comícios baratíssimos do “Manuel Bexiga” que animaram a campanha (Na altura, PND e PTP discordaram do regabofe).
Aquando da constituição das listas autárquicas, as “ratazanas rosas”, disfarçadas e camufladas de “Independentes” pelo Laboratório de Ideias do PS, meteram-se à cabeça de tudo o que cheirava a tacho, e para espanto dos outros partidos da Coligação, ocuparam sub-repticiamente os lugares cimeiros das listas. Ganhas as eleições no Funchal, o Paulo Cafofo convida logo os socialistas Miguel Iglésias e Emanuel Bento para o seu gabinete, e pressionado pelo Vítor Freitas, ainda tenta outra manobra rasteira, de querer nomear todas as secretárias e adjuntos dos Vereadores, sob o pretexto que a nova lei dizia que era uma equipa de apoio à Presidência. Só não conseguiu os seus intentos porque os vereadores Filipa J. Fernandes, Edgar Silva e eu nos opusemos firmemente a tão peregrina ideia, pois iria onerar os cofres da autarquia e transformar a Câmara numa espécie de Vice-presidência do G.R.
Endoidecidas pelo cheiro a “tachos”, as ratazanas cor-de-rosa de Vitor Freitas começaram a rondar e a cercar a Câmara com mais insistência e a minar a coligação por dentro. Aperceberam-se que os grandes grupos económicos “tubarões laranjas” também andavam ressabiados e aliaram-se a eles, todos apostados em derrubar os três vereadores resistentes.
E os munícipes perguntam: porque não denunciaram mais cedo a rataria rosa, aliada aos ratos gordos do dinheiro? É simples, como muitas mulheres suportam a violência doméstica em silêncio, porque pensam nos filhos e na estabilidade familiar, nós também fomos suportando e combatendo silenciosamente a violência crescente da “rataria”, pois não queríamos dar trunfos à oligarquia corrupta jardinista nem amargurar as pessoas que acreditaram em nós.
Só que tudo tem um limite. O jantar de apoio ao candidato socialista Francisco Assis, no Mercado dos Lavradores, foi a gota que fez transbordar o vaso. Eles não queriam pagar a renda do espaço à Câmara e eu meti os pés à parede. Depois de várias ameaças veladas, Cafofo tira-me os pelouros (já andava há semanas em reuniões secretas com o CDS, para me substituir), e os outros vereadores, já fartos de serem roídos vivos, batem também com a porta. Aliás, a determinada altura, as “ratazanas” eram tantas, que humanamente era difícil combatê-las. Fomos então obrigados a entregar a nossa “casa”, como fizeram os gatos no Caniço.
Assim, renunciámos altruisticamente aos nossos cargos e voltámos às nossas vidas profissionais (Não fomos buscar tachos aos governo, como fazem os autarcas desempregados do PSD). E quando estamos na nossa vida “civil”, ainda mal repostos das profundas mordidas da rataria, lemos com espanto no DN, a falsa e manhosa choradeira de uma “velha rata”.
Olhe! Sr. Duarte Caldeira! Se houve alguém que rebentou com uma possível coligação para as próximas eleições, foi o Vitor Freitas e suas ratazanas de estimação, apoiadas logisticamente pelo seu boneco articulado de dentes de morsa. Se houve alguém que destruiu irremediavelmente o sonho de milhares de funchalenses, foram os senhores, que deixaram gente oportunista que nunca combateu o regime jardinista, que sempre viveu no doce remanso burguês do seu reles individualismo e sempre à espreita de uma oportunidade para se lamber e tomar conta disto. Mas eu percebo-o sr. Duarte Caldeira, você tem de defender os tachos do seu filho e da sua nora, agora assalariados rosa da administração autárquica, por isso compreendo perfeitamente seu recente rol de asneiradas.(diário de notícias/assinantes)
(1) nota da redação do Pravda: Gil Canha desconhece que o valor pago pela coligação à empresa de marketing de Luís Pedro Martins foi de 200 mil euros só para a campanha do Funchal. Para Câmara de Lobos custou 40 mil euros. Luís Pedro Martins não se ocupou da logística mas sómente do planeamento auditoria de imagem e organização da campanha.
Ex-vereador Edgar Silva destrói a dupla Cafofinho+Víctor no seu extenso comentário de opinião à carta de Gil Canha:
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