domingo, 11 de janeiro de 2015

Mais um atentado do extremismo Islâmico





Criança armadilhada explode em mercado apinhado da Nigéria


“Explosivos estavam colados à volta do corpo da menina que parecia não ter mais de 10 anos”, disse fonte policial. Morreram pelo menos 20 pessoas.
A Nigéria voltou a viver este sábado um novo dia de horror, com a explosão, num mercado apinhado de gente, de uma criança que ali se deslocou carregada de explosivos à volta do seu corpo. Pelo menos 20 pessoas morreram no “Monday Market” da cidade de Maiduguri. Os suspeitos são os do costume: os radicais islamista do Boko Haram.
“Os explosivos estavam colados à volta do corpo da menina que parecia não ter mais de dez anos”, disse à Reuters uma fonte policial. A explosão deu-se por volta do meio-dia quando muitas pessoas faziam as compras. Dezenas foram hospitalizadas.
Maiduguri, capital do estado do Borno, fica na região da Nigéria onde os sunitas radicais do Boko Haram já proclamaram um Califado Islâmico nas zonas que controlam no nordeste do país.
A cidade já foi palco de vários atentados terroristas e o mesmo mercado foi alvo de duas explosões levadas a cabo por mulheres bombistas suicidas.
Já esta semana, os islamistas terão sido responsáveis por um dos piores massacres da sua sangrenta campanha, podendo ter morto um total de duas mil pessoas na conquista da cidade de Baga, mais a norte. (público)

Blogger saudita que “insultou o Islão” recebeu as primeiras 50 de 1000 chicotadas

Raif Badawi, co-fundador do site Rede Liberal Saudita, foi condenado a dez anos de prisão e 1000 chicotadas. As primeiras foram aplicadas numa praça pública
Centenas de espectadores numa praça pública em Jidá viram, sexta-feira, Raef Badawi a ser chicoteado 50 vezes. Durante 15 minutos, em silêncio e sem chorar, Raef Badawi foi sujeito ao castigo decidido pelas autoridades da Arábia Saudita que incluem, além de dez anos de prisão, mil chicotadas repartidas por 20 semanas por ter insultado o Islão.
Uma testemunha anónima contou à Associated Press que o co-fundador do site Rede Liberal Saudita, e laureado em 2014 com o prémio Repórteres sem Fronteiras, estava algemado mas com a cara descoberta. Foi transportado da prisão para o local, pouco depois de terem terminado as orações do meio-dia numa mesquita próxima. Cumpriu, assim, as primeiras 50 chicotadas por ter criticado o poder dos líderes religiosos na Arábia Saudita, no blogue que fundou com a activista dos direitos das mulheres Suad al-Shammari e onde defendeu o fim da influência da religião na vida pública daquele país.
Outra testemunha disse à Amnistia Internacional que a multidão se juntou em círculo. "Quem passava juntou-se e a multidão cresceu. Mas ninguém sabia porque é que Raif estava a ser castigado. Era um assassino? Um criminoso? Não reza?", perguntavam. Depois, "um polícia aproximou-se por trás e começou a bater-lhe. Raif levantou a cabeça em direcção ao céu, fechou os olhos. Estava em silêncio mas era visível pela expressão do rosto e movimento do corpo que estava a sofrer". O polícia bateu nas pernas e nas costas, contando até 50.
Activistas dos direitos humanos acreditam que as autoridades sauditas estão a utilizar Raef Badawi, pai de três filhos, como exemplo do que pode acontecer a quem ousa criticar o poder instalado. “Castigos físicos não são novidade na Arábia Saudita mas punir publicamente um activista pacífico que apenas manifestou as suas ideias é uma mensagem de intolerância horrível», criticou Sarah Leah Whitson, directora para o Médio Oriente e Norte de África da Human Rights Watch. A organização sedeada em Nova Iorque apelou ainda ao Rei Abdullah para anular a sentença e perdoar “imediatamente” o blogger.
O pedido também foi reforçado pela Repórteres sem Fronteiras (RSF) que classificou a punição de “odiosa”. “Apesar de as autoridades sauditas terem, até aqui, ignorado os pedidos repetidos pelas organizações internacionais, a RSF afirma que vai continuar o seu combate para que este cidadão, que apenas abriu o debate público sobre a evolução da sociedade através do seu blogue, possa ser libertado rapidamente”, disse Lucie Morillon, uma das directoras da organização francesa.
Aliados próximos da Arábia Saudita, os Estados Unidos criticaram a “punição inumana” e pediram a anulação da sentença “brutal”. Apelaram ainda à “reavaliação do dossier de Badawi e da sua condenação”.
A União Europeia (UE) veio, igualmente, lamentar a flagelação, dizendo que as “punições físicas são inaceitáveis e contra a dignidade humana”. Um porta-voz da diplomacia da UE, citado pela AFP, reiterou a “forte oposição” de Bruxelas à sentença e apelou às autoridades sauditas de “suspender todas as punições a Badawi e a colocar um fim à utilização de flagelação”. Riade deve travar estas "sentenças violentas no contexto da reforma judicial" em curso, e que “abre a possibilidade de melhorar a protecção dos direitos individuais”, indica a mesma fonte.
Em 2013, Badwi foi condenado a sete anos de prisão e 600 chicotadas mas depois de um recurso o juiz agravou o castigo. A mulher e os filhos vivem no Canadá, para onde foram viver logo após a detenção.
O co-fundador da Rede Liberal Saudita foi acusado de criticar a política religiosa e já tinha sito acusado de renúncia à fé, crime que pode levar à pena de morte. As autoridades desistiram desta acusação mas detiveram Badwi, em 2012, na altura com 35 anos.
Notícia corrigida às 07h14 de 11 de Janeiro de 2014: Altera número de chicotadas a que Raif Badawi foi condenado, de 600 para 1000. (publico)

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