sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Perseguição judicial atinge mais um activista do Ambiente


O ambientalista Arlindo Consolado Marques, vai ser julgado por difamação a pessoa colectiva ao abrigo do famigerado Código Penal fascista em vigor, art.ºs 180 a 187. Se não dispuser de bom dinheiro para contratar um excelente advogado para o defender lá vai com toda a certeza ser condenado a pagar pelo Tribunal fascista de Santarém ao pagamento de uma indemnização milionária de 250 mil euros à Celtejo, empresa de celulose que anda a poluir o rio Tejo. Atenção meus amigos, em Portugal existe muita liberdade de expressão, sim senhor!
Mas apenas para dizer bem não se esqueçam!

Celtejo quer indemnização de 250 mil euros de ambientalista que tem denunciado poluição no Tejo

Celtejo reclama 250 mil euros a ambientalista que denuncia casos de poluição

O ambientalista disse estar "triste e indignado com este processo", tendo afirmado que o mesmo "pretende silenciar vozes incómodas num caso de autêntico terrorismo psicológico".
A empresa Celtejo instaurou um processo ao ambientalista Arlindo Marques, do movimento proTEJO, por este associar os episódios de poluição no Tejo à empresa, reclamando esta o pagamento de 250 mil euros por danos atentatórios do seu bom nome
Em causa, segundo se pode ler no processo que a Celtejo - Empresa Celulose do Tejo, SA, instalada em Vila Velha de Rodão, Castelo Branco, instaurou a Arlindo Marques, guarda prisional de profissão e conhecido no distrito de Santarém como o "guardião do Tejo", estão "afirmações que têm por objectivo gerar na opinião pública a ideia de que a autora [do processo] é responsável, ou co-responsável, pela alegada poluição do rio Tejo".







O documento, entregue no Tribunal Judicial de Santarém e ao qual a agência Lusa teve acesso, tem a data de 12 de Dezembro de 2017 e reclama do réu 250 mil euros acrescidos de juros de mora até integral pagamento para "compensar a autora pelos danos sofridos por causa da ofensa cometida".
O processo, com 90 páginas, é sustentado com imagens publicadas nas redes sociais e cópias de notícias de vários órgãos de comunicação social com denúncias e entrevistas do ambientalista que a Celtejo considera difamatórias.
"Ao longo dos últimos meses, o réu tem vindo a proferir, de forma reiterada e através de meios e plataformas que facilitam a sua divulgação, afirmações que atentam contra o bom nome, a credibilidade e o prestígio da autora", pode ler-se na acusação.
Tendo por objecto social a produção e comercialização de pastas celulósicas e seus derivados ou afins, a Celtejo afirma "orientar a sua actividade económica por critérios de sustentabilidade e preservação ambiental, bem como pela rigorosa certificação de qualidade".







A Lusa tentou contactar a Celtejo, sem sucesso. Arlindo Marques tem 30 dias para se defender.
Contactado pela Lusa, o ambientalista disse estar "triste e indignado com este processo", tendo afirmado que o mesmo "pretende silenciar vozes incómodas num caso de autêntico terrorismo psicológico".
Segundo Arlindo Marques, "os casos de denúncia de situações de poluição têm aumentado de visibilidade graças ao trabalho de cidadania dos populares e do movimento proTEJO", tendo afirmado que "toda a gente vê, toda a gente sabe, que a poluição vem de lá", referindo-se a Vila Velha de Rodão.
"Para montante de Vila Velha de Rodão já não há aquela poluição, nada disto se passa, pelo que acho que é lamentável virem querer atacar um simples cidadão que está no exercício dos seus deveres e obrigações de cidadania. Não estou arrependido e vou continuar a denunciar estes casos de poluição, enquanto eles existirem", afirmou, tendo manifestado a "esperança de ainda ver o rio correr limpo".
"Vou defender-me, conto com o apoio de muita gente que está revoltada com este processo e acho que esta indemnização que me estão a pedir deviam ser eles a pagar. Não a mim, mas aos pescadores, que ficaram privados do seu ganha-pão, e por todos os prejuízos que têm causado em termos ambientais", concluiu.
Os primeiros apoios a Arlindo Marques chegaram através do porta-voz do Movimento pelo Tejo - proTEJO, tendo Paulo Constantino afirmado que o ambientalista "tem sido a voz e os olhos das populações ribeirinhas" e que a acusação "não tem sentido, sendo antes uma oportunidade para saber quem é quem na poluição do Tejo".

LER MAIS

Também a Assembleia Municipal de Mação, município do distrito de Santarém, já se pronunciou sobre este processo, tendo aprovado por unanimidade uma moção na quarta-feira denominada "Arlindo Marques actuou como porta-voz de Mação" e que visa apoiar financeiramente a defesa judicial do ambientalista.
"Esta Assembleia Municipal solidariza-se com o Arlindo Consolado Marques, verdadeiro guardião do rio Tejo, que tem atuado como legítimo porta-voz da população do concelho de Mação e de todos aqueles que se preocupam com o rio Tejo. Os membros desta Assembleia Municipal consideram que uma acção contra Arlindo Consolado Marques é uma acção contra todos os cidadãos de Mação", lê-se no texto da moção daquele município ribeirinho. [PÚBLICO]

1 comentário:

  1. O ambientalista de bancada, irmão do primeiro damo que vá deitando "as barbas de molho"

    ResponderEliminar