sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Corrupção na alta burguesia!

Afinal, Teresa Caeiro esteve mesmo na Raríssimas

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A deputada do CDS garantiu ao Observador nunca ter feito parte dos órgãos sociais da associação, mas a ata de tomada de posse dos dirigentes para o mandato 2013/2015 prova o contrário.
A deputada do CDS Teresa Caeiro fez parte da assembleia geral da associação Raríssimas entre 2013 e 2015, apesar de ter garantido ao Observador que apenas tinha sido convidada para integrar o Conselho Consultivo de Reflexão Estratégica da instituição e de garantir que nunca assinou qualquer documento. Mas o nome e a assinatura da ex-secretária de Estado da Segurança Social do CDS constam mesmo da ata de 3 de junho de 2013, que oficializa a tomada de posse dos órgãos sociais para os dois anos seguintes. Há outra omissão relevante: no registo de interesses de Caeiro, no site da Assembleia da República, nada consta sobre qualquer relação com a Raríssimas. Caeiro defende-se dizendo que não participou “substantiva e presencialmente” em “qualquer ato ou reunião” daquela instituição.
Teresa Caeiro tomou posse como secretária da assembleia geral da instituição que apoia pessoas com doenças mentais e raras exatamente — e que está envolvida em polémica — no mesmo dia em que o ministro Vieira da Silva assumiu funções como vice-presidentedaquele órgão. Além destes, o advogado e professor universitário Paulo Olavo Cunha assinava a ata e passava, a partir daquele momento, a presidir à assembleia geral. Dos três, é o único que se mantém em funções.É essa a informação que consta do documento a que o Observador teve acesso – a ata de tomada de posse dos órgãos sociais para o período 2013/2015. Com o trevo de quatro folhas usado no logótipo da associação, colocado no canto superior esquerdo, a ata número 17, referente à “tomada de posse”, diz que “aos dias três de junho de dois mil e treze, pelas dez horas, reuniram os órgãos sociais da Raríssimas – associação nacional de deficiências mentais e raras, eleitos em assembleia geral realizada no dia catorze de maio de 2013, a direção, assembleia geral e conselho fiscal na sede da associação”, na Ajuda, Lisboa, “no sentido de ser dada a tomada de posse os corpos sociais eleitos para o mandato” seguinte. À frente dos 11 nomes surgem as respetivas assinaturas.
A deputada do CDS diz não se recordar desse encontro na sede da associação, tal como afirma não guardar memória de alguma vez ter assinado qualquer documento da instituição ou, sequer, de ter sido convocada para quaisquer reuniões.

Ao Observador, a ex-secretária de Estado da Segurança Social do governo de Durão Barroso (2003-2004) mantém a sua posição, mesmo quando confrontada com estes documentos. “Não estive em reunião nenhuma, não assinei ata nenhuma e não participei em nenhuma reunião de tomada de posse”, diz Teresa Caeiro, num contacto telefónico, garantindo que não tomou “qualquer decisão” sobre a associação presidida até há poucos dias por Paula Brito e Costa.
Recusando-se, num primeiro momento, a responder por escrito às questões do Observador, a deputada do CDS foi confrontada com o facto de a sua assinatura constar da ata da reunião de junho de 2013, para a tomada de posse dos órgãos sociais a que garante não ter pertencido. Aí, optou pelo desafio: “Se recebem atas com assinaturas, que me façam prova de que estive nessa reunião.” A deputada do CDS desvaloriza, no entanto, as funções que o documento da associação indica ter-se disponibilizado para desempenhar. “Se acham que é de valor para a nação um cargo de secretária da assembleia geral, façam favor”, diz, antes de rematar: “Há outras coisas que me preocupam.” (leia mais AQUI)

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