As redes de comunicação apoiadas pelo Kremlin foram banidas em toda a União Europeia, tanto na televisão como em aplicativos e plataformas online. O RT perdeu o seu slot Sky TV no Reino Unido, onde a rede está também bloqueada no YouTube. Os difusores de TV australianos SBS e Foxtel deixaram cair o RT, e o governo federal está a pressionar as plataformas sociais de media para bloquearem os media russos na Austrália.
Na Republica Checa, Eslováquia e Letónia, pronunciar-se em apoio à invasão russa da Ucrânia dar-lhe-á anos de prisão.
O Twitter, historicamente a última das principais plataformas online a meter-se em qualquer nova escalada de censura na internet, está agora activamente a minimizar o número de pessoas que veem conteúdos de media russos, dizendo que está “a reduzir a visibilidade do conteúdo” e “a tomar medidas para reduzir significativamente a circulação deste conteúdo no Twitter”. Essa táctica de censura-por-algoritmo é exactamente aquilo que eu especulei que poderia emergir depois de o anterior CEO do Twitter Jack Dorsey se ter demitido em Novembro, devido a comentários anteriores de apoio a essa prática por parte do seu sucessor Parag Agrawal.
O Twitter está também a colocar etiquetas de aviso em todas os media apoiados pela Rússia e a difundir uma mensagem pop-up informando-o que estará a cometer um erro de opção ao tentar partilhar ou até mesmo colocar um “gosto” num post ligando a essas redes na plataforma. Colocou também o rótulo “media russo-filiado” em todos os tweets feitos pelas contas pessoais de funcionários dessas plataformas, dando sem qualquer fundamento a impressão de que as opiniões dissidentes tuitadas por essas contas são conteúdos pagos pelo Kremlin e não simplesmente os seus próprios legítimos pontos de vista. Alguns queixam-se de que esse novo rótulo tem levado ao assédio online no meio da histeria anti-Russa de tipo pós 11 de Setembro que está actualmente a transformar cérebros ocidentais em açorda.
Tudo isto surge em cima de todas as outras drásticas escaladas na censura que avançaram com estrondo no início da guerra na Ucrânia, e eu pessoalmente acho um pouco assustador a rapidez com que tudo isto está a acontecer, como pessoas decentes o aceitam, e quão pior parece provável que venha a ser.
Outros partilham a minha opinião.
“O expurgo da RT e de outros meios de comunicação russos nos EUA e na Europa é 100% censura”, tuitou o jornalista Michael Tracey. “Prossigam e argumentem que é justificado, mas ao menos não sejam cobardes e admitam que estão a defender a censura.”
“O mundo ocidental acredita que tem o monopólio do que constitui ‘verdade política’ e que a sua visão de mundo ideológica é a única correcta, válida e autorizada”, observou o escritor e analista Tom Fowdy. “Pregam a outros países a liberdade de expressão e de imprensa, mas dispensam-se disso a si próprios.”
E não posso deixar de achar estranho que a luta pela liberdade e pela democracia possa exigir tão copiosas quantidades de censura. Pensariam que uma sociedade livre não teria qualquer objecção a pessoas que tentassem tomar conhecimento do outro lado do debate sobre uma guerra que as potências da NATO muito claramente ajudaram a iniciar, em vez de serem forçadas a consumir apenas as narrativas dos meios de comunicação de massa ocidentais que nos dizem que isto está a acontecer exclusivamente porque Vladimir Putin é perverso e hitleriano e odeia a liberdade.
Pensaria que uma sociedade decotada à verdade e à liberdade, o tipo de sociedade que as potências ocidentais pretendem estar a tentar defender na Ucrânia, não exigiria um Ministério da Verdade para nos proteger da “desinformação” sobre um governo há muito visado pelo império centralizado nos EUA, ou de tentar procurar perspectivas alternativas para além do homogéneo manto das autorizadas narrativas dominantes.
Pensaria que a verdade seria mais robusta do que isso. Pensaria que a liberdade se estenderia para além disso. Pensaria que a democracia seria mais tolerante com a dissidência do que isso.
Quase como que nada disto tem a ver com liberdade, ou verdade, ou democracia.
Quase como que nunca tem.
De modo que isto nos faz interrogar-nos se talvez apoiar a ideia de que não há problema em censurar as pessoas para preservar a narrativa do establishment sobre coisas, como Covid-19 e vacinas,« por exemplo, não será em tudo a ladeira escorregadia que todos avisaram que iria ser. Se talvez não tenhamos consentido insensatamente com uma realidade em que as pessoas mais poderosas do mundo controlam a informação que as pessoas consomem para acabar com a dissidência contra um assassino e opressivo império oligárquico de escala mundial.
E isto a modos que nos faz pensar, enquanto assistimos ao mesmo império que acabou de destruir Iraque, Líbia, Síria e Iémen a ser encarregado de navegar cuidadosamente por entre extremamente delicadas escaladas de relojoaria nuclear sem acabar com o mundo, se não poderíamos talvez ficar melhor com muito mais discordância em vez de com muito menos.-Diário info
E expulsar todo o indivíduo que seja russo ou que esteja a falar russo na União Europeia
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