sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Intelectual Orgânico - o Pe. João da Cruz (a FLAMA e o futuro PPDê bem tentaram assassinar o sacerdote humanista)


 «Na Madeira houve várias tentativas para matar o Pe. João da Cruz. Houve gente que ativou a gramática das bombas, entre 1974 e 1976, para assassinar aquele Padre.

João da Cruz Nunes faleceu nesta semana. Natural do Jardim do Mar, no concelho da Calheta, foi ordenado Padre no Funchal (15 de agosto de 1959), licenciou-se em Românicas, em 1966, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Por que razão aquele Padre se tornou uma ameaça nesta terra?

RESERVADO PARA SI

Relatou-nos as suas viagens e as causas da sua perdição: os encontros internacionais com o catolicismo social.

1) Conheceu de perto o compromisso pastoral em torno da injustiça estrutural que mantém a grande maioria da população em estado de aflição por sua pobreza. E fez a descoberta do contexto pastoral de muitos agentes de Igreja, mulheres e homens, missionários, bispos, padres, sensíveis ao sofrimento popular.

2) Compreendeu aquilo a que alguns teóricos classificam como “a prioridade dada aos contextos e o compromisso prático com os contextos”. Ou seja, a tarefa daqueles que interpretam a realidade a partir dos que neste mundo nada são, das vítimas, dos oprimidos pelos sistemas desta terra. É que existem sectores cristãos que são parte de uma memória viva que abraçou o mundo de facto, diante de clamores sociais, num compromisso com as minorias que sofrem, com os sacrifícios do povo em vista da economia que continua a acumular riquezas para poucos.

3) Captou o papel do “intelectual orgânico”, sem precisar sequer, para isso, conhecer A. Gramsci. Optou pela periferia, pelo mundo dos operários, pelas lutas dos trabalhadores, procurando nestes contextos populares a interpelação da fé, interpretando e buscando a vida.

4) Experimentou, através da Ação Católica, um novo círculo interpretativo dos acontecimentos, por via de três mediações: a mediação sócio-analítica para conhecer a realidade; a mediação hermenêutica teológico-bíblica para discernir a realidade de forma cristã; a mediação prática para transformar a realidade.

5) Realizou a aprendizagem dos pobres como lugar teológico. Isto é, os pobres, no sentido amplo desta palavra, constituíram-se em lugar teológico especial. Como lugar teológico são o reverso da história triunfante dos fortes. Eles são o lugar escolhido por Deus na Escritura, sobretudo, em Jesus. Por conseguinte, a preferência pelos pobres tornou-se parte de uma experiência que não se reduz à compaixão e ao socorro. Passou a não apenas ter compaixão dos pobres, mas aprendeu a se deixar interpelar pela fé e pelas relações que os pobres e suas justas causas desencadeiam.

Aquela memória tornou-se demasiado perigosa. Mas, não conseguiram matá-lo, nem àquela memória.»

Edgar Silva (escreveu este texto no DN do seu amigo também padre Ricardo Oliveira) o tal que em  Londres andou de Bentley à custa dos contribuintes:Mas é amigo do Edgar, está bem!


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Texto (abaixo) publicado no JM do "meia-saca"

Faleceu, na madrugada desta segunda-feira, em Oeiras, João da Cruz Nunes.

Natural da freguesia do Jardim do Mar, João da Cruz Nunes foi ordenado padre na Sé do Funchal a 15 de agosto de 1959, pelo então bispo da diocese, David de Sousa.

Depois de uma passagem por Lisboa, onde se licenciou em Românicas, em 1966, na Faculdade de Letras, regressou à Madeira, assumindo o cargo de assistente diocesano dos movimentos operários da Ação Católica.

De acordo com a publicação 7Margens, João da Cruz Nunes foi também um dos principais responsáveis pela criação e dinamização do Centro de Cultura Operária, do Funchal. E seria depois o principal impulsionador do denominado Grupo dos Padres do Pombal, que viviam em comunidade onde se incluíam ainda os padres Rufino da Silva e Lino Cabral, aos quais mais tarde se juntou Sidónio Figueira.

A publicação refere ainda que a casa do Pombal – assim chamada por se situar na rua com o mesmo nome, no Funchal – foi atacada e destruída, no dia 11 de novembro de 1974, com uma bomba-relógio. Por um golpe de sorte, os padres tinham, nessa manhã, saído mais cedo de casa e por isso não houve vítimas. Também o pequeno automóvel do padre Cruz Nunes foi destruído a 14 de janeiro de 1976. Ambos os atentados foram atribuídos à Flama (a autodenominada Frente de Libertação do Arquipélago da Madeira).

Por se sentir desprotegido pela hierarquia, com a Diocese do Funchal nas mãos do novo bispo Francisco Santana, e pelo próprio Estado, João da Cruz Nunes decidiu abandonar o ministério sacerdotal e, já em Lisboa, formalizou a saída, dedicando-se então ao ensino, onde foi professor no Liceu de Oeiras.

As cerimónias fúnebres de João da Cruz Nunes, um dos ‘padres do Pombal’, decorrem nesta sexta-feira, 7 de novembro, na Paróquia de São Julião da Barra, em Oeiras, com o velório a partir das 10h00 e missa às 15h00, a que se seguirá o funeral.

Faleceu o Dr. João da Cruz Nunes

João da Cruz Nunes foi um dos subscritores do famoso documento “Carta a um Governador”.


Henrique Sampaio (Escreveu sobre o padre no Funchal Notícias)

Esta madrugada, no Continente, onde residia há cerca de cinco décadas, faleceu o nosso conterrâneo, dr. João da Cruz Nunes.
Ordenado sacerdote, na Sé Catedral do Funchal, em 15 de Agosto de 1959, pelo bispo da diocese, D. David de Sousa, o dr. Cruz, como era popularmente conhecido entre a juventude de então, licenciar-se-ia em Românicas, em 1966, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com a apresentação de um estudo sobre «Os falares da Calheta, Arco da Calheta, Paul do Mar e Jardim do Mar”.
Regressado ao Funchal, foi nomeado assistente diocesano dos movimentos operários da Acção Católica (juvenis e adultos, e masculinos e femininos), tendo sido um dos principais responsáveis pela criação e dinamização do Centro de Cultura Operária, nesta cidade.
Natural da freguesia do Jardim do Mar, onde nasceu a 24 de Novembro de 1935, João da Cruz Nunes, conjuntamente com os drs. Arnaldo Rufino da Silva e José Manuel Paquete de Oliveira, foi responsável pelo programa «O Homem e a Vida», transmitido em 1967 pela Estação Rádio da Madeira, versando “temas da actualidade enquadrados numa linha de pensamento e orientação conciliares”. Uma orientação que o levaria a subscrever a célebre «Carta a um Governador”, datada de 22 de Abril de 1969.
Principal dinamizador do denominado «Grupo dos Padres do Pombal», com a ordenação em 21 de Abril de 1974 do novo bispo da diocese, D. Francisco Santana, João da Cruz Nunes tornou-se um alvo a abater, ao ponto do recém nomeado director do órgão da diocese o ter erigido como uma espécie de centro de comando da revolução na Madeira.
Com a destruição à bomba da casa onde morava em 11 de Novembro de 1975 e do seu pequeno automóvel em 14 de Janeiro de 1976, o dr. Cruz concluiu que não tinha condições para se manter como sacerdote e, ainda nesse ano, já em Lisboa, solicitou a redução ao estado laical, tendo prosseguido a actividade de professor no Liceu de Oeiras.

José Sócrates aplica um golpe de mestre na juizada fascista que o pretende Julgar

 


José Sócrates arranjou um advogado invisual, para atrasar o julgamento uns 10 anos. Só para poder consultar o processo exigirá uma tradução em braille cujas 40 mil páginas levará muito tempo a traduzir em linguagem para invisuais.

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Mesmo rejeitado, José Manuel Ramos não abandona julgamento: “Por mim, continuo a ser o advogado de Sócrates”

Paulo Morais o senhor anti-corrupção já começa a ser julgado por difamação pela juizada fascista do Órgão de Soberania não eleito

 


Recordando a luta de José Vaz Rodrigues militante anarco-sindicalista torturado e morto pela PIDE de sinistra memória.

 


José Vaz Rodrigues, filho de António Vaz e de Emília Rodrigues, nasceu no Alentejo, em Corte do Pinto, Mértola, a 1 de janeiro de 1907.

Empregado de comércio e serralheiro mecânico, residente em Lisboa, era militante anarquista – ligado à Confederação Geral do Trabalho (CGT) e ao grupo «Propaganda e Estudos Sociais» – e esteve envolvido nas preparações da greve geral insurrecional de 18 de janeiro de 1934.
Foi preso «quando distribuía manifestos contra a situação», seguindo para a Prisão do Aljube a 4 de agosto e a 22 de novembro de 1934 para a Prisão de Peniche. Antes, a 9 de junho de 1934, fora julgado e «condenado à multa de 7.200$00 [que] não sendo paga no prazo legal será convertida em prisão correcional à razão de 20$00 diários [correspondentes a trezentos e sessenta dias] e perda de direitos políticos por 5 anos». A 6 de maio de 1935 é «restituído à liberdade».
José Vaz Rodrigues participou no atentado contra o presidente do Conselho, António de Oliveira Salazar, de 4 de julho de 1937 em Lisboa. Posto à disposição da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE) pela Polícia de Segurança Pública (PSP) a 13 de abril de 1938, terá sido violentamente torturado.
A 15 de janeiro de 1939, foi condenado pelo Tribunal Militar Especial a uma «pena de quatro anos de prisão maior celular, seguida de degredo por 12 [anos] ou, em alternativa, de 23 anos e oito meses de degredo em possessão de 2.ª classe».
Em março de 1939, deu entrada na Penitenciária de Coimbra para cumprir a pena. A violência que se abatera sobre os suspeitos de envolvimento no atentado fora particularmente brutal e José Vaz Rodrigues não resistirá aos maus-tratos e ao longo período de prisão, morrendo a 5 de novembro de 1948, com 41 anos.

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

“ A pobreza é reflexo da distribuição desigual da riqueza”

 


Elogio da loucura !

 A maior das loucuras, disse o grande humanista a dado passo, é querer ser-se sensato num mundo de cegos, loucos e bárbaros.

 Releio uma obra que será sempre de referência para quem aprofunde o saber das Humanidades: o Elogio da Loucura, de Erasmo de Roterdão. Este célebre ensaio de 1509 (editado em Paris, em 1511, com grande sucesso e alargado debate) é uma sátira filosófica, emocionada e lúcida sobre o estado de insânia, vilania e crueza a que pode chegar o género humano. A maior das loucuras, disse o grande humanista a dado passo, é querer ser-se sensato num mundo de cegos, loucos e bárbaros. Uma verdade cristalina que se aplica como uma luva ao nosso presente tempo de cinzas. Tenho visto e lido, com crescente desgosto, debates televisivos e notícias sobre o “estado da Nação”, Çagelado por uma campanha organizada em escala inaudita pela ignomínia anti-humanista e pelo crescendo de desumanização a que chegou a política. É a mais baixa das políticas: xenófoba, odiosa, salazarenta, que já nem esconde ao que vem. Trata-se de uma verdadeira cruzada que estes novos bárbaros apregoam: anti-humanista, antidemocrática, anti-Estado social, antidireitos dos trabalhadores e até mesmo, na sua sanha contra o valor da fraternidade, o mais possível anticristã na sua essência. Todos sabemos que o regime democrático, que tem tantas imperfeições, precisa de aprofundamento social, cultural, ecológico, etc., estabelecendo direitos e deveres e fazendo cumprir escrupulosamente a Constituição. Mas de certeza que não precisa de conspiradores “anti-sistema”, que o minam com impune descaro... A tolerância e partilha que os valores constitucionais ainda asseguram têm de ser um tampão contra a barbárie. A defesa dos grandes valores da ética, da estética, da cultura de partilha, da sustentabilidade ambiental e da mais elementar dignidade humana continuam a assumir-se como o imperativo que une a grande maioria das pessoas contra a barbárie neofascista que avança.Leia-se, pois, o Elogio da Loucura à luz do nosso tempo. Na nossa legítima diversidade de pensar, sejamos loucos lúcidos, e não cúmplices na indiferença — como era Erasmo de Roterdão, que enfrentou as injustiças do seu século — e cerremos fileiras contra estes profetas do ódio à solta, e da intolerância mais abjecta que envergonham o 25 de Abril e a nossa democracia. 

Vítor Serrão

Vânia de Jesus deputada do PPDê quer melhores condições para os tribunais fascistas da Republica funcionarem.

 Melhores condições,  não para aplicar a verdadeira JUSTIÇA, mas sim melhores condições para perseguir e condenar os Democratas. 

 Criminalizando a liberdade de expressão através da famigerada lei da difamação e ofensa ao bom nome. 

 Com democratas deste calibre já vivemos num ditadura judicial democrática. Onde os democratas estão em risco de ir presos ou perderem os seus bens, assim que abram o bico contra alguém a reclamar.  

 Dos Órgãos de Soberania chamados TRIBUNAIS, que a fascistóide Vanda de Jesus defende na AR, os democratas deste país já não têm nada a esperar.


Durante a audição à Ministra da Justiça que se realizou na Assembleia da República, a deputada eleita pelo PSD/M, Vânia Jesus defendeu o reforço e a maior valorização dos quadros judiciais, bem como a melhoria das condições nas infraestruturas judiciais da Região, sublinhando a importância de garantir uma Justiça “mais eficaz, próxima dos cidadãos e dotada de infraestruturas dignas, modernas e adequadas às necessidades de magistrados, funcionários e de todos os que delas dependem”.

Reconhecendo “os avanços concretos” alcançados através do Ministério da Justiça, mencionou as obras de melhoria no edifício judicial do Porto Santo, a reabilitação do edifício da Ponta do Sol e a requalificação do Edifício 2000, no Funchal, que concentra vários juízos da Comarca.

Quanto ao Tribunal de Santa Cruz, lembrou que o concurso público ficou deserto, mas salientou o esclarecimento da Ministra da Justiça, Ana Júdice, de que “estão em curso as diligências para apurar o novo valor e relançar o procedimento para a concretização do projecto.”

A deputada questionou ainda o Governo sobre a reinstalação do Juízo de Família e Menores do Funchal a funcionar no Palácio da Justiça, defendendo que “é essencial que este serviço seja transferido para um edifício próprio, com todas as valências e condições adequadas às suas funções.”

No que diz respeito aos recursos humanos, Vânia Jesus reconheceu o empenho do Governo “na revisão e valorização da carreira dos oficiais de justiça”, concretizada no início deste ano, mas alertou para a falta de juízes e oficiais na Comarca do Funchal. “Há dezenas de madeirenses à espera de regressar à Madeira e é fundamental reforçar os quadros e abrir vagas específicas para a Região”, afirmou.

Vânia Jesus, na sua intervenção, apelou ainda a que o Ministério da Justiça avalie a melhoria do suplemento de fixação para os profissionais que exercem funções na Madeira, “ajustando-o ao custo de vida e às dificuldades de mobilidade”, como forma de atrair e fixar mais quadros judiciais na Região.

“Também na Madeira queremos uma Justiça que funcione com eficácia, próxima dos cidadãos e dotada de infraestruturas modernas e dignas”, sublinhou.

https://funchalnoticias.net/2025/11/05/vania-jesus-quer-melhoria-de-condicoes-nos-tribunais-da-madeira/