domingo, 19 de outubro de 2025

O partido da Autonomia mais conhecido por PPD está cheio de apoiantes todos eles entachados na função pública

 Muita gente mesmo!

No meio de tantos apoiantes interesseiros não poderia faltar o nosso "meia-saca" director do JM o segundo jornal editado no Funchal apenas para glorificar o regime dos mamadeiras.
  Nesta foto  de família dos sociais demokratas madeirenses,vemos o Cunha e Silva já velho e decadente outrora muito arrogante quando era vice presidente do governo do fascista Jardim. Nessa altura notabilizou-se por ser o grande impulsionador da marina do Lugar de Baixo onde derreteu mais de cem milhões de euros.

«A construção da Marina do Lugar de Baixo teve um custo oficial de cerca de 51,2 milhões de euros, mas os valores estimados pela oposição e em notícias são superiores, atingindo os 100 milhões de euros. Este valor controverso é devido a uma série de fatores, incluindo um projeto hoteleiro inicialmente previsto para o mesmo local. A obra nunca funcionou como previsto, levando à sua desmontagem e renaturalização»
Alberto João Jardim "o Papadas" está cada vez mais caquético!
O conspirador Víctor Freitas anda aqui todo satisfeito no meio dos PêPêDês, já viram?! 

 Por causa das suas manigâncias lá tivemos que engolir o menino Paulo Cafofo que depois do grande brilharete eleitoral da Coligação Mudança acabou por entregar o ouro todo ao bandido consolidando o corrupto Miguel Albuquerque no poder. Toda esta farsa de oposição foi arquitectada pelo conspirador-mor Víctor Freitas. Com estes demokratas de pacopilha deste jaez vamos ter o  PPD por mais cem anos.

sábado, 18 de outubro de 2025

Vivam os camaradas da velhinha UDP na Madeira

 Fizeram grandes lutas no passado pelas bordadeiras e até conseguiram que elas fossem para a reforma mais cedo  aos 60 anos. Mas elas nunca agradeceram e actualmente votam todas no PSD. Sorte macaca têm as pessoas que fazem lutas cívicas nesta terrinha!

Ao centro o camarada Paulo Sousa, irmão do jornalista albuquerquista  Jorge Freitas de Sousa




Os PêPêDês com mau perder já escrevem no MADEIRA OPINA. Deixem o Homem trabalhar para depois falarem !

 Os PêPêDès ressabiados atacam o amigo José Carlos Gonçalves no Madeira opina. Deixem o homem trabalhar e depois avaliem o trabalho dele. Meus amigos para derrubar  os corruptos do regime instalado há 50 anos qualquer partido Serve.

https://www.madeiraopina.com/2025/10/o-grande-circo-salvador-de-sao-vicente_18.html

Mais terrenos roubados a emigrantes pelo método de usucapião

 

Vem hoje no Diário  do «Padre». Daqui a 20 anos se os verdadeiros donos não reclamarem passará para a posse dos novos donos que os roubam sem pagarem um cêntimo. Leis injustas dos cubanos que vigoram na nossa ilha da Madeira.

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Ferreira do Amaral e a Lusoponte: O ROUBO do SÉCULO

 


Há 27 anos, em 1998, inaugurava-se a EXPO 98. Ao mesmo tempo (por causa da EXPO) tinha sido inaugurada a Ponte Vasco da Gama, um dos maiores crimes económicos de sempre da História de Portugal. Foi Ferreira do Amaral que, como ministro, concebeu e contratualizou a construção da ponte. A ponte foi paga maioritariamente com dinheiro vindo da Europa, mas acabou nas mãos da privada Lusoponte. Este foi um dos mais ruinosos negócios para o Estado português desde sempre: os privados que construíram a ponte entraram com apenas um quarto dos 900 milhões de investimento. O restante foi garantido pelo Estado, com dinheiro europeu (Fundo de Coesão e Banco Europeu de Investimento), que assim permitiu aos privados rentabilidades milionárias ao longo de décadas. Mais tarde, o Estado beneficiou ainda o concessionário (Lusoponte) em mais de mil milhões - mais do que o próprio valor da ponte! Para cúmulo, Ferreira do Amaral foi para presidente da Lusoponte (o mesmíssimo Ferreira do Amaral, ministro que a mandou construir), responsável por este negócio calamitoso. A ponte já está hoje mais do que paga, os concessionários continuam a facturar de forma milionária e Ferreira do Amaral recebeu durante anos e anos a sua tença milionária, que se tornou vitalícia. A Ponte deveria chamar-se Ponte... do Gama(nço); e deveria ser nacionalizada JÁ, a custo zero. --Paulo Morais



"Madeira Opina" hoje vem serrando na enfermeira chefe Lília Abreu. Será que a senhora é assim tão má?

 Nota da redacção do Pravda:

 Ás vezes a senhora enfermeira-chefe pode ter razão quando exerce vigilância sobre os serviços à sua tutela: Pois aquilo parece ser uma bandalheira, onde os profissionais pedem baixa por tudo e por nada.   Era bom que a senhora comentasse qualquer coisa na nossa caixa de comentários para a malta saber. Era importante!

«São estes problemas e vícios que vão migrar para o hospital novo?»

Lilia Abreu alvo de ataques do jornal anónimo "Madeira Opina"

As pessoas fazem a casa. 

Trabalhar num hospital é, por natureza, uma missão exigente. No SESARAM, onde cerca de 95% do tempo estamos rodeados
de sofrimento, carência de recursos materiais e escassez de profissionais, o desafio torna-se ainda maior. Exige-se de todos nós, independentemente da classe profissional, um esforço diário, contínuo e muitas vezes invisível, para manter a qualidade da assistência e a dignidade no cuidar.
Há cerca de 35 anos que sou funcionário nesta instituição. Ao longo destas décadas, enfrentei dificuldades, adaptei-me a mudanças, cresci profissional e humanamente. No entanto, nunca antes me deparei com uma situação tão devastadora e desestruturante como aquela que relato a seguir.
Falo de um problema de liderança profundamente perturbador, conhecido há vários anos por diversas instâncias, sem que, até à data, se tenha assistido a qualquer ação concreta ou eficaz.
Refiro-me ao comportamento reiterado de uma enfermeira-chefe cuja conduta tem deixado um rasto de desmotivação, sofrimento psicológico e desagregação de equipas por todos os serviços por onde passa. Trata-se de uma figura
amplamente reconhecida pela sua postura autoritária, arrogante e desrespeitosa, com todas as classes profissionais.
Ao longo do seu percurso profissional, os padrões de conduta mantêm-se constantes:
› Iniciou funções no Lar da Bela Vista, onde era comum afastar-se das tarefas assistenciais para se dedicar ao estudo, revelando desde cedo que o seu foco não era o exercício da enfermagem, mas sim a ascensão hierárquica.
› No serviço de Obstetrícia foi "convidada a sair" devido a conflitos internos.
› Passou por diversos Centros de Saúde na zona oeste, tendo terminado no Centro de Saúde do Campanário, onde a sua intervenção gerava frequentemente tensão e mal-entendidos entre equipas, tentando sobrepor-se à autoridade médica.
› Regressando ao Hospital Central, foi colocada na Consulta Externa (Auto-Silo), onde continuou a propagar um ambiente tóxico, marcado por conflitos, intimidação e sofrimento psicológico. Vários profissionais, em estados de exaustão emocional, acabaram por pedir apoio na Medicina do Trabalho, mais concretamente para apoio psicológico.
› Mais recentemente, assumiu a chefia de dois serviços hospitalares: Banco de Sangue e Imagiologia.
Desde então, o clima laboral nesses serviços deteriorou-se drasticamente. Profissionais com formação específica em imuno-hemoterapia, com percurso consolidado e dedicação reconhecida, viram-se forçados a abandonar os seus postos, vítimas de assédio moral, humilhação e desvalorização. A ingerência sobre funções que não lhe competem tornou-se regra, provocando tensão entre diferentes classes e comprometendo a harmonia e o respeito no local de trabalho.
No serviço de Imagiologia, o ambiente tornou-se particularmente grave, com relatos de atitudes persecutórias dirigidas às Técnicas Auxiliares de Saúde. A sua postura é frequentemente comparada à de uma estrutura repressiva, marcada por autoritarismo, vigilância excessiva e tratamento desumanizador.
Não posso deixar de questionar: será esta a liderança que se pretende para uma instituição de saúde? Será aceitável que uma enfermeira-chefe, cujo papel deveria ser de apoio, orientação e valorização dos profissionais, se torne o principal fator de desgaste psicológico e de
desestruturação das equipas?
Este testemunho é construtivo, e apela a um profundo sentido de justiça e responsabilidade. O que está em causa não é apenas o bem-estar individual de alguns profissionais, mas a saúde mental e emocional de equipas inteiras, cuja missão é cuidar dos outros, e que, por ironia, estão a ser profundamente feridas no seu próprio ambiente de trabalho.
É do conhecimento da Direcção de Enfermagem, da Medicina do Trabalho e do Conselho de Administração que esta situação se arrasta há anos. A inação é, neste contexto, cúmplice.
Apelo a que se olhe com seriedade para este problema. Que se escute quem sofre em silêncio.
Que se valorize quem dá o melhor de si, todos os dias, num contexto tão exigente como o hospitalar.
E, acima de tudo, que se honre o compromisso com a saúde, não apenas a dos utentes, mas também a dos profissionais que lhes prestam cuidados.
Porque o que está em causa são vidas. São pessoas. É a dignidade no trabalho. E é, inevitavelmente, a qualidade dos cuidados prestados à nossa população.

https://www.madeiraopina.com/2025/10/sao-estes-problemas-e-vicios-que-vao.html



José Vieira Coelho, poeta popular

 


coelho, josé vieira

29 Dec 2020 por "Sílvia Gomes"
Literatura

poeta popular madeirense que ficou conhecido pelas suas histórias em verso, impressas em folhetos e vendidas pela Ilha, nos arraiais, nos autocarros e no mercado dos Lavradores. Da sua obra fazem parte, entre outros, os opúsculos “As Modas das Raparigas e a Arte delas Namorar” e “Um Pai Que Matou a Sua Própria Filha”.

Palavras-chave: poesia popularCultura popular; tradições populares

José Vieira Coelho foi, provavelmente, um dos últimos poetas populares madeirenses a declamar e a vender, pela ilha da Madeira, diversas histórias em verso, de sua autoria, impressas em folhetos.

Nasceu na freguesia e concelho de Santa Cruz, no sítio da Levada da Roda, Lombada de São Pedro, a 20 de junho de 1926. Filho de Manuel Vieira Coelho e de Cristina de Gouveia, casou-se na igreja de S.ta Cruz com Isabel da Mata, “ex-freira da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias”, no dia 30 de julho de 1951. “Membro ativo da Igreja Adventista do Sétimo Dia”, José Vieira Coelho é pai de José Manuel da Mata Vieira Coelho, um popular e controverso político da Região, que em 2008 assumiu a função de deputado à Assembleia Legislativa da Madeira e foi o primeiro madeirense a candidatar-se à Presidência da República, no ano de 2011 (NÓBREGA, Público, 14 jan. 2011).

José Vieira Coelho começou a escrever poesia ainda jovem. Aos 17 anos, fez uma viagem ao porto santo e escreveu um poema dedicado à ilha da Madeira. Um ano depois, escrevia para vender. Conforme certifica nas quadras finais de alguns dos seus folhetos, e como se pode ler na história “Um Pai Que Matou a Sua Própria Filha”, era ele próprio quem redigia os seus versos: “Tudo isto que vem escrito // Foi eu que escrevi // Bem empregado tempo // Nos livros que aprendi” (COELHO, “Um Pai Que Matou…”, 7).

Note-se que o poeta só tinha a 4.ª classe (equivalente, na graduação do começo do séc. XXI, ao 4.º ano do 1.º ciclo do ensino básico). No entanto, em 1996, numa entrevista concedida a Rui Camacho (responsável pelo grupo Xarabanda), que serviu de base para a publicação de um texto de Ana Araújo, em 2004, na revista Xarabanda, afirmou que os seus poemas eram fruto da memória e não do estudo. Por vezes, justificava-se e pedia desculpa por algum erro que os seus poemas pudessem ter, como se pode verificar no referido opúsculo: “Para eu escrever estes versos // Eu tive muita maçada // Os senhores que me desculpem // De alguma palavra errada” (Id., Ibid., 7).

José Vieira Coelho imprimia os versos no Funchal, na Tipografia Natividade ou na Minerva, em edições de 2000 a 3000 exemplares. As impressões eram feitas a crédito e o pagamento era regularizado depois de o poeta vender os exemplares, pelo preço de dois escudos e meio ou de cinco escudos, conforme a narrativa. Por vezes, as histórias faziam muito sucesso junto do público, sobretudo quando reportavam faits divers de grande impacto, acontecimentos marcantes e situações dramáticas ou trágicas, como é o caso das narrativas “Cuidado com o Lume em mãos de Crianças”, sobre um incêndio em São Roque, “O Caso do ‘Santa Maria’ e os seus passageiros” e “Um Pai Que Matou a Sua Própria Filha”. Nessas ocasiões, chegava a vender cerca de 4000 exemplares.

Vendia os seus versos, por vezes conjuntamente com o Borda d’Água, pela Ilha, nos arraiais e também nos autocarros. O mercado dos Lavradores era outro local de eleição para venda da sua literatura de cordel, ou, melhor dizendo, dessa “literatura popular escrita tradicionalista”, de acordo com a nomenclatura de João David Pinto-Correia (PINTO-CORREIA, 1985, 391). Deste modo, foi ficando conhecido e ganhando a simpatia dos populares, que o chamavam José Coelho, Coelho ou simplesmente “o poeta”.

Os temas dos seus versos são diversificados. Um dos primeiros poemas a ser publicado foi “Amor de Mãe”, dedicado à mãe, que perdeu ainda jovem. José Vieira Coelho inspirava-se nos acontecimentos do quotidiano, nas vivências do povo e nos casos que faziam notícia nos jornais, principalmente crimes, desastres e tragédias. O trovador popular conta também histórias de amor, dá conselhos, faz homenagens e fala sobre a religião, os costumes e a moral. Por vezes, imprimia um carácter humorístico aos seus poemas, e quase sempre procurava prender a atenção do leitor desde o início da narração, pedindo que prestasse atenção ou que desse ouvidos a uma história verdadeira. Outras vezes, especialmente quando relatava crimes ocorridos, pedia a Deus para lhe dar paciência e uma boa memória para narrar a história. Acerca desta temática, destacam-se alguns dos seus relatos de crimes sucedidos, como o caso de “Um Pai que Matou a Sua Própria Filha” na freguesia de Água de Pena. Nesta história, conta como um pai tirou a vida à filha, de forma violenta, por esta não querer seguir a sua vontade de casar com um determinado pretendente. Conta ainda a tragédia que se deu entre dois irmãos, que resultou na morte do irmão mais novo, por amor a uma mesma rapariga. Esta “história sensacional”, na expressão do poeta – nós diríamos “sensacionalista” –, denominada “A inveja dos Casamentos”, ocorrida na ilha Terceira, Açores, expõe como o sentimento de inveja do rapaz mais velho destruiu o sonho de casamento do seu irmão e da noiva, mas também como essa paixão arruinou a sua própria vida, sendo preso pelo crime que cometeu e passando depois por diversas provações. Com as narrativas em verso, nas quais relatava crimes decorrentes de casos de amor, o poeta pretendia levar o leitor a meditar nos acontecimentos, para que estes servissem de exemplo, quer para os pais, quer para os rapazes solteiros, e evitar que fossem cometidos os mesmos erros.

Na verdade, o poeta popular gostava de aconselhar os seus leitores, procurando apresentar uma nota moralista no final das suas criações literárias, sendo esta uma característica dos seus versos. Terminava as suas composições, quase sempre, com uma quadra em forma de conselho para os seus leitores, que tratava como “amigos”, “caros leitores” ou “senhores”. Vejam-se, e.g., as seguintes quadras: “Eu escrevi estes versos // Que para todos é um espelho // Sabeis quem os versou // Foi José Vieira Coelho” (COELHO, “Um Pai Que Matou…”, 7); “Aqui tendes esta lição // Em versos, como bom conselho // P’ra exemplo de algum coração // Escritos por José Vieira Coelho” (Id., “A inveja…”, 8).

Ainda sobre a temática dos amores e casamentos, recria a “História de um Grande Amor João e Balbina”, sucedida na ilha Terceira, Açores. Dois jovens desejavam casar-se, mas ambos tinham os pais contra aquela união. Contrariados no seu amor, infelizes e apaixonados, adoecem e acabam por morrer no mesmo dia, causando grande consternação na localidade (veja-se uma outra versão dessa narrativa em Historia de João e Balbina. Dois Namorados na Ilha Terceira, Faliecidos Ambos no mesmo Dia, de M. V. C. Figueira). O poeta procura levar o leitor a tirar uma lição desta história, especialmente dirigida aos pais, para meditarem em como não devem intrometer-se nas escolhas dos filhos.

Atento à realidade do seu tempo, José Coelho comentava a conduta dos seus conterrâneos, quer criticando as raparigas solteiras, as “meninas vaidosas”, que só pensavam nas modas e no luxo, quer lançando avisos “aos pais que pensam deixar seus bens em vida”, para que tivessem cuidado com o que poderiam passar, e aconselhava os leitores a terem cautela com as pessoas “maldizentes”, que censuram tudo e todos. Por vezes, terminava os poemas com um pedido de desculpas: “No terminar destes versos // Peço, para me desculpar // Se alguém se ofendeu, peço-vos // Que me queiram perdoar” (COELHO, “As Modas das Raparigas…”, 4).

Nos versos baseados em notícias de jornais, situações trágicas ou crimes, o poeta relata acontecimentos como “O Desastre Horroroso do Fogo no Arco da Calheta”, um acidente, ocorrido a 11 de julho de 1953, que vitimou mortalmente os dois ocupantes de um automóvel. Na origem do acidente terá estado uma explosão de fogo de artifício que era transportado pela viatura onde seguiam os jovens. O rebentamento causou ainda danos no veículo, prejuízos em residências e o pânico da população da localidade. Narra também o “Desastre Marítimo na Fajã do Mar”, ocorrido no dia 7 de fevereiro de 1955, em que morreram seis pessoas devido à forte ondulação que atingiu um barco de transporte de passageiros, e que terá soçobrado no mar. Reporta ainda outros acidentes: em “O Triste Desastre de Automóvel”, sucedido na Ribeira Funda, Estreito da Calheta, em que morreram dois jovens irmãos; em “Cuidado com o Lume em mãos de Crianças”, acerca de um incêndio em São Roque, Funchal, que deixou uma família sem lar e provocou a morte a uma criança; em “O Crime do Beco das Frias”, em que duas irmãs foram assassinadas; e em “O Caso do ‘Santa Maria’ e os Seus Passageiros”.

Revelou-se simpatizante do Estado Novo, a julgar pelos ditos elogiosos que então publicou. Escreveu versos que dão conta da visita à Madeira do Presidente da República Craveiro Lopes, a 30 de maio de 1955, contribuindo assim para o conhecimento daquele momento histórico da vida da Ilha. Descreve alguns pormenores das festividades e as manifestações de regozijo com que o chefe de Estado foi recebido pela população madeirense: as artérias da cidade, enfeitadas de flores, bandeiras e luzes, encheram-se com uma multidão que saiu à rua para o saudar à sua passagem. O poeta aproveita o ensejo para agradecer ao Presidente e enaltecer Salazar, exaltando as obras feitas na Madeira – nomeadamente as estradas, as escolas, as obras do porto, as levadas e a iluminação – graças às políticas do Estado Novo, na sua opinião.

O vate popular deixou alguns versos homenageando os padres António Nicolau Fernandes e José Maurício de Freitas, falecidos em 1954, e também registou a sua moral religiosa em versos como “A Felicidade do Lar Cristão – Versos em recordação do Ano Santo de Nossa Senhora – No Primeiro Centenário da Sua Proclamação por Pio IX – 1854-1954” (s.d.).

Reescreveu também histórias que tiveram por base a literatura oral tradicional, como “João de Calais”, “Genoveva a Princesa da Alemanha” e “O Testamento do Galo”, dando-lhes o seu cunho pessoal, e narrativas curiosas como “O Sapateiro Remendão e Suas Aventuras”, entre tantas outras, algumas nomeadas por si como “história verdadeira”, outras como “história sensacional” e outras ainda como “história versada”.

No final dos opúsculos, apresenta uma listagem das suas histórias publicadas, com a informação de que as mesmas podiam ser solicitadas ao próprio José Vieira Coelho.

Faleceu a 24 de abril de 2011 em Santa Cruz.

Obras de José Vieira Coelho: “Amor de Mãe” (s.d.); “O Caso do ‘Santa Maria’ e os Seus Passageiros” (s.d.); “O Crime do Beco das Frias” (s.d.); “Cuidado com o Lume em Mãos de Crianças” (s.d.); “A Felicidade do Lar Cristão – Versos em recordação do Ano Santo de Nossa Senhora – No Primeiro Centenário da Sua Proclamação por Pio IX – 1854-1954” (s.d.); “Genoveva a Princesa da Alemanha” (s.d.); “História de um Grande Amor João e Balbina” (s.d.); “A inveja dos Casamentos” (s.d.); “João de Calais” (s.d.); “As Modas das Raparigas e a Arte delas Namorar” (s.d.); “Um Pai Que Matou a Sua Própria Filha” (s.d.); “O Sapateiro Remendão e Suas Aventuras” (s.d.); “O Testamento do Galo” (s.d.); “O Desastre Horroroso do Fogo no Arco da Calheta a 11-7-53” (1953); “Desastre Marítimo na Fajã do Mar” (1955); “O Triste Desastre de Automóvel” (1963).

 

Sílvia Gomes

https://aprenderamadeira.net/article/coelho-jose-vieira