Duas centenas de independentes apelam ao voto na CDU contra “ameaça fascista”
Manifesto “Os dias
levantados”, da Iniciativa
dos Comuns, é subscrito
por 201 personalidades
sem filiação partidária
Joana Mesquita
Duas centenas de personalidades
ligadas ao jornalismo, à cultura e à
educação, entre outras áreas, subscrevem o manifesto “Os dias levantados”, em que se defende o voto na
CDU. A acção é da autoria da Iniciativa dos Comuns, que, como já vem
sendo hábito, junta Æguras sem filiação partidária no apelo ao voto na
coligação pré-eleitoral entre o PCP e
o PEV. Ontem, o texto será colocado
à subscrição pública e, a 26 de Abril,
haverá uma sessão de apresentação.
As eleições legislativas antecipadas
de 18 de Maio “exigem um voto naqueles que não desarmam”: que se opõem “à deriva militarista e às guerras”, que “nunca faltaram para a
construção de tudo o que de decente
a democracia fez”, como o Serviço
Nacional de Saúde, a escola pública
ou os direitos das mulheres, e que
“sempre combaterem” o “fascismo
em todas as suas formas”, lê-se no
texto do manifesto “Os dias levantados”, um nome recuperado de uma
ópera sobre o 25 de Abril, com música de António Pinho Vargas e libreto
do poeta Manuel Gusmão.
“Contra a ameaça fascista que o
avanço da extrema-direita representa, votaremos por um antifascismo
com memória e futuro”, assinalam os
signatários do texto, considerando
que “o reforço eleitoral da CDU”
— que tem vindo a perder representação parlamentar, tendo passado de
seis para quatro deputados nas legislativas de 2024 — “convocará o melhor
do antifascismo: a memória” da luta
pela democracia e o “futuro por construir de uma alternativa a um sistema
económico que é hoje chão fértil para
a demagogia da extrema-direita”. O
“combate aos fascistas” faz-se “em
torno de uma firme oposição” ao neoliberalismo. O “crescimento da extrema-direita fascista é o plano B deste
mesmo neoliberalismo”, defendem.
Entre os 201 subscritores do manifesto, incluem-se o professor universitário Manuel Loè, que já foi deputado do PCP, tendo sido eleito como independente, o músico Valete ou o
jornalista João Ramos de Almeida.
Criticando o plano para rearmar a
Europa, dizem não compreender
quem “entenda que o rearmamento
é parte da solução e não do problema” e garantem que diante dos que
querem fazer da economia de guerra
mais um pretexto para fragilizar o
Estado social”, os “deputados da CDU
nunca serão complacentes”.
Fazendo um diagnóstico dos problemas do país — “serviços públicos
depauperados”, milhares de trabalhadores ganham “perto de um salário que nem mínimo é”, “onde falta
Estado social, sobra Estado policial”
—, criticam quem impõe a “cassete de
que a riqueza é criada por unicórnios” e “o emprego uma benesse concedida pelos patrões”. E ecoam “uma
cassete alternativa: a repartição da
riqueza entre o capital e quem a produz é uma questão política decisiva na construção da igualdade.
Dá para eleger algum deputado?
ResponderEliminarO PCP vai desaparecer, e ainda bem, assim já não vamos ter palhaços a atacar a Ucrania.
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