quarta-feira, 26 de março de 2025

Nuno Morna foi saneado do IL pelo fascistóide Camelo, funcionário do grupo Sousa e atreve-se a criticar o Paulo Cafofo

 

Este Nuno Morna calado seria um poeta.

𝗖𝗮𝗳𝗼̂𝗳𝗼, 𝗼 𝗖𝗵𝗲𝗶𝗿𝗼 𝗱𝗲 𝗔𝗹𝗴𝘂𝗲́𝗺 𝗤𝘂𝗲 𝗝𝗮́ 𝗡𝗮̃𝗼 𝗘𝘀𝘁𝗮́

Cafôfo perdeu. Perdeu como se perdesse sempre, como se a derrota fosse um hábito de infância, um tique nervoso herdado da mãe ou de um tio que só aparecia no Natal com um fato de flanela e cheiro a naftalina. Perdeu como quem não sabe fazer outra coisa, com aquela melancolia lenta dos que se habituaram a falhar e já nem se incomodam com o estrondo, com a vergonha, com os silêncios constrangidos dos outros à mesa. E agora, depois de perder, repito perder, em vez de desaparecer como seria digno, como fazem os bons vencidos, os poucos vencidos decentes que ainda restam, aparece a falar de responsabilidade. Responsabilidade. A palavra tem um peso que lhe escorrega da boca como sabonete velho.
Diz que tem de organizar o partido. Organizar. Como se se pudesse organizar um cadáver, como se se pudessem alinhar os ossos de um corpo que ele próprio foi deixando apodrecer aos poucos, entre sorrisos de conferência e cafés mornos com os assessores. Fala das eleições que aí vêm como quem fala do tempo, com uma esperança tola, mecânica, resignada, de que talvez amanhã não chova e alguém ainda o leve a sério. Mas não chove. E ninguém o leva a sério. Nem sequer os que o rodeiam, que já só pensam na herança, nos lugares, nos restos da ceia que ele prometeu mas nunca soube cozinhar.
Promete abrir um processo interno. Depois. Mais tarde. Quando for conveniente. Quando tudo estiver calmo e ele tiver tido tempo de arrumar as gavetas, os telefones, as fidelidades precárias que ainda pensa controlar. Até lá, diz ele, é preciso focar-se nos desafios. Focar-se. Como se ele, alguma vez, tivesse conseguido focar-se em algo mais do que na própria imagem ao espelho, naquele ar de salvador triste que julga ter, naquela pose de messias cansado de carregar cruzes que ele próprio inventou.
A posição dele é clara, diz ele. Clara. Como um vidro embaciado por dentro, como uma lâmpada fundida esquecida numa arrecadação. “Aceitando a derrota, temos de olhar para a frente”, declara, com solenidade de padre novo em missa de aldeia, enquanto o povo boceja e pensa no almoço. Olhar para a frente. Que frente? Que olhos? A derrota não se aceita, atravessa-se. E para se atravessar é preciso sair do caminho, tirar os sapatos, desaparecer. Mas ele não desaparece. Fica. Fica como ficam os cheiros nas casas onde alguém morreu há meses. Fica como uma nódoa seca no casaco da avó, como a tosse surda de uma doença que já ninguém trata.
Fala, fala, e o seu partido afunda-se. Afunda-se devagar, sem escândalo, como um barco sem passageiros, com as cortinas ainda no lugar e o bar a cheirar a nada. E ele, no convés, insiste que está tudo sob controlo. É o capitão de um Titanic e o maestro que rege o naufrágio.
Paulo Cafôfo é um cadáver político, que vai ficar a enjoar o ar até depois das autárquicas.
Março 2025
Nuno Morna

9 comentários:

  1. Melhor RAIO X que o do Gilinho.

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    1. Podes crer. Gil é muito sabichão e especialista a contar fábulas como o la Fontaine mas já não risca nada.
      O Francisco Teixeira da Mota dava um bom cabeça de lista para o Ptp nas próximas Legislativas nacionais.

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  2. PS .....partido só de lebres que estouram sempre longe da meta !!!!

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  3. Nuno Morna perdeu o tacho e a relevância e está raivoso. Com a sua prosa maçuda e pseudo literária que aborrece até os santos, atira-se agora ão Albucocas, ao professor Mentiras, a qualquer que apareça. Haja saco para isto. Só o padre das esmolinhas lhe dará espaço para desbafar as frustrações no seu pasquim. Há dois grandes trolls da opinião de treta nesta terra. Um é este. O outro é o cabeça de bigorna. Quem quiser que os ature

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  4. O Liberal Camelo tem mais palha no rabo que as casas de Santana.

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  5. Nuno Morna não é bom cultivar sentimentos de raiva.

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  6. Quis imitar o Gil Canha, mas não tema piada, nem a ironia e o sarcasmo do Gil.

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    1. O duas sacas tem humor mais seleto. O do fugitivo é mais rafeiro.

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