Na Madeira, há dois tipos de terrenos: os que são vendidos a peso de ouro e os que são gentilmente oferecidos a amigos do regime. A COOHAFAL, presidida pelo inefável Rui "500" Alves, encaixa-se na segunda categoria. Com o álibi da "habitação cooperativa", o 500 está em campo para sacar do Governo Regional e da Câmara do Funchal a cedência gratuita de terrenos públicos. Tudo a bem da habitação social, é claro.
Rui Alves e Miguel Albuquerque já foram grandes amigos, daqueles que trocam favores e elogios como se fossem brindes de uma campanha eleitoral. Depois, brigaram. Agora, reconciliados, voltam a partilhar interesses, e o primeiro sinal desse reencontro amoroso foi a promessa de cedência de terrenos públicos para a cooperativa do 500. Velhos amigos, novos negócios.
Até o CDS, fiel escudeiro de todos os governos que garantam a José Manuel Rodrigues um prato de lentilhas, entrou no esquema. Se a COOHAFAL é uma cooperativa, o CDS é uma cooperativa de cargos, avenças e servicinhos.
E o que ganha o 500 com isto? Para já, terrenos. Depois, quem sabe? Com jeitinho, talvez uns projectos chorudos, umas empreitadas à maneira e, se tudo correr bem, meia dúzia de apartamentos para fazer negócio e outros tantos para distribuir pela plateia de sócios que foi à sua tomada de posse.
No final, sobra a mesma velha conclusão: na Madeira, a roda da fortuna só gira para alguns. A habitação continua impossível para os mortais, mas para os amigos do poder há sempre um novo esquema para ganhar dinheiro.
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