sábado, 22 de março de 2025

Quem é Gil Canha, o homem que fez tremer o PSD na Madeira? Por causa das suas denúncias vamos amanhã ás eleições

 

Quem é Gil Canha, o homem que fez tremer o PSD na Madeira?

Quem é Gil Canha, o homem que fez tremer o PSD na Madeira? (por Margarida Davim)

Foi fundador do jornal O Garajau, vereador, deputado pelo PND, e protagonista de ações políticas insólitas. É o denunciante que espoletou a investigação na Madeira

 Já fez campanhas em carros funerários, distribuiu dinheiro de financiamento partidário por idosos, apareceu com um blindado na Quinta da Vigia (a sede do Governo Regional da Madeira), mas nunca nenhuma ação sua teve tanto impacto como a denúncia que fez em 2018 e que está na origem do processo que levou à constituição de Miguel Albuquerque como arguido e à detenção do presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado.

 Gil Canha anda desde o final dos Anos 80 a lutar contra o que diz ser “a banalização da corrupção” na Madeira e não teme as consequências das denúncias que faz, apesar de ter sido alvo de 43 processos em 31 anos.

 O denunciante da operação que está a investigar a corrupção no Governo Regional da Madeira e na Câmara do Funchal nasceu em 1961 ,no Funchal. O pai tinha feito fortuna na Venezuela, a mãe vinha de uma família de industriais de laticínios, e Gil Canha e os oito irmãos nunca tiveram problemas financeiros, mas foram habituados a trabalhar desde cedo. “Para o meu pai nos dar dinheiro, tínhamos de trabalhar nas propriedades da família”, conta ao DN. Fazia a poda da vinha, tratava das bananeiras, plantava. “Ainda hoje gosto de agricultura.”

 Acabou por estudar História e Ciências Sociais, nos Açores, trabalhando ao mesmo tempo como tenente-miliciano. Quando acabou o curso ainda fez uma pós-graduação nos Estados Unidos, mas em 1988 já estava de volta à Madeira, onde fez um curso de Jornalismo no Cenjor e começou por escrever crónicas para o Jornal da Madeira.

 O dinheiro vinha de administrar as propriedades da família, mas a atração pelo jornalismo e a vontade de se opor ao jardinismo eram cada vez maiores. Tanto que fundou uma associação de defesa do ambiente, a Cosmos. “Havia grandes atentados ambientais em termos de paisagem e de ocupação da orla costeira.”

 A sua prosa era ácida e acabou por ser “convidado a sair” do Jornal da Madeira. Passou-se para o Diário de Notícias da Madeira, enquanto ia abrindo negócios, como o Bar Amazónia (numa quinta que era do pai) ou um ginásio.

 Em 2002, juntou-se a Eduardo Welsh para criar o jornal O Garajau. “O Vicente Jorge Silva foi o nosso mentor.” O estrago para o Governo de Alberto João foi grande. “Pusemos o regime em alvoroço.” Tão grande, que começaram a chover processos judiciais, com pedidos de indemnização que chegavam ao meio milhão de euro. “Houve anos em que pagámos 15 mil euros só de custas, sem contar com os advogados”, recorda Canha, que admite ter gastado “fortunas” com o projeto.

 O peso dos processos judiciais, uns ganhos outros perdidos, determinou o fim do jornal. “Alguns procuradores viam que aquilo era uma perseguição abjeta, mas tivemos o azar de cair em juízas ligadas ao regime. Quem fechou O Garajau foi a Justiça. Era impossível mantê-lo.”

 O fim d’O Garajau não ditou, contudo, o fim da oposição feroz ao PSD na Madeira. “Um grande amigo nosso, o Baltazar Aguiar, teve a ideia de usar o PND [Partido da Nova Democracia, criado pelo ex-líder do CDS Manuel Monteiro] para fazer uma guerra mais eficaz”.

  As ações de campanha do PND na Madeira passaram a ser de autêntica guerrilha. “Fizemos o ataque à Quinta da Vigia com um blindado, pusemos um zepelim a sobrevoar a festa do PSD no Chão da Lagoa”, recorda Canha.

 O estilo ousado compensou e o partido elegeu um deputado. “O Alberto João mexeu os cordelinhos e a oposição passou a ter menos tempo para falar. Com um deputado único, o PND só tinha três minutos para falar.”
Baltazar Aguiar acabaria por sair e Gil Canha chamou José Manuel Coelho para o PND.

“Ele tinha um caráter exuberante e um bocado radical. Fizemos o diabo na Assembleia Regional.” Coelho já tinha estado como diretor d’O Garajau, “porque não tinha bens em seu nome”, durante a fase final do jornal e, mal entrou para o Parlamento Regional, deu que falar. Apresentou-se com um relógio ao pescoço, que representava uma crítica à falta de tempo dada à oposição para intervir.

“Isto agora vai mudar”

“Começámos a ser perseguidos”, assegura Gil Canha, que diz que “Alberto João reuniu uma espécie de tropa de choque” para receber o PND, sempre que o partido organizava um protesto numa das suas inaugurações ou atos públicos. “Começou a haver muita violência física”, queixa-se, explicando que ainda hoje não consegue mover totalmente o indicador da mão esquerda que, num desses ataques, ficou com um tendão cortado por uma garrafa partida.

“Também começaram a atacar o património. Tivemos carros queimados”, diz o madeirense, que viu parte da sua coleção de carros clássicos destruída nessa altura. Um dos agressores, um guarda prisional, acabou detido, “mas nunca disse quem era o mandante”.

 Com este currículo político, Gil Canha foi contactado pelo PS, que preparava uma candidatura à Câmara do Funchal e queria unir a oposição. Organizou-se uma coligação com o PS, PND, BE e PTP. E Canha chegou a vereador do Urbanismo de Paulo Cafôfo.

 Acabaria, contudo, por se demitir (com outros dois vereadores), acusando o PS de usar a Câmara do Funchal para empregar boys. Antes, garante que teve uma pega com Cafôfo por não querer revalidar a licença do Hotel Savoy (hoje alvo da investigação). “Senti a pressão”, diz, recordando que Cafôfo também é alvo de um inquérito (no qual nunca foi sequer ouvido), mas nega ser o autor dessa denúncia.

Depois disso ainda foi eleito deputado na Assembleia Regional por um mandato. Entretanto, o PND foi extinto por não apresentar contas ao Tribunal Constitucional por três anos seguidos. E Gil Canha perdeu protagonismo... até à semana passada se perceber que era o autor das denúncias que abalaram o PSD-Madeira. “Isto agora vai mudar porque houve detenção de pessoas”, acredita.

https://www.dn.pt/politica/quem-e-gil-canha-o-homem-que-fez-tremer-o-psd-na-madeira



15 comentários:

  1. O que REALMENTE esta acontecer na Africa do Sul
    https://www.youtube.com/watch?v=pGSWb18r5LE

    ResponderEliminar
  2. O Coelho, o Baltasar, o Canha e o Welsh eram apelidados pela imprensa do Continente, dos quatro cavaleiros do apocalipse, tal era o terror que metiam ao jardinismo.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Quadrilha de gangsters com o AL Capone padrinho Gilinho

      Eliminar
    2. Coelho não tem medo do Mijinhas. Muitas vezes o humilhou na assembleia

      Eliminar
  3. Albuquerque e Jardim ainda hoje se mijam de terror

    ResponderEliminar
  4. A Ofélia papuda nem dormia de noite a pensar o que iam fazer nas inaugurações os malucos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. E muito indignada até se queixava que a Polícia não os atacava nem prendia! Até os policias foram alvo da furia do velho ditador de aldeia

      Eliminar
  5. O Gil sempre foi um protegido do AJJ. Coitado, o AJJ teve pena dele...

    ResponderEliminar
  6. O Gil Canga quer fazer-se de grande mas é um cobarde vencido.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não se fez grande, ele é mesmo grande, deitou abaixo a Ofélia e tem lixado o Cafofo o fantoche dos Sousas.

      Eliminar
  7. Nem no submundo venezuelano era grande. Armou-se em carapau de corridas e acabou por bater com os calcanhares no rabo e pirou-se para a Madeira.. E sabia que tinha o amparo de AJJ

    ResponderEliminar
  8. A atual geração foi criada com papas Ceralác, já não há combatentes como o Baltasar, o Dionisio, o Canha, quando estavam no ativo, as laranjas azedas nem dormiam só a pensar neles! Até agravaram a demência do Papadas que nunca mais recuperou

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Até o "Enxofre" e o "Diabo à solta" nem queriam sujar as mãos a dar cabo dessa seita de salteadores

      Eliminar
  9. O Gil Capôt é bem tonto.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Rafael tenta fazer um tratamento gratuito para atrasados mentais.

      Eliminar