Gil Canha desmascara o demagogo Marinho Pinto
PND diz que Marinho e Pinto "canta de galo"
Marinho e Pinto "tem que se explicar melhor aos madeirenses para não ficar a ideia no ar de que o senhor doutor é um troca-tintas". O conselho é do Partido da Nova Democracia, numa posição assumida ao DIÁRIO pelo secretário-geral Joel Viana a propósito de declarações contraditórias feitas pelo agora responsável pelo Partido Democrático Republicano. De acordo com o PND, Marinho e Pinto contradiz-se de forma clara quando se refere à Madeira. Isto porque após ver confirmado pelo Tribunal Constitucional a inscrição do seu novo partido, o eurodeputado eleito pelo MPT disse ao DIÁRIO que "nasceu agora a verdadeira oposição ao PSD da Madeira" e que "o PSD nunca teve oposição séria e credível, agora vai ter" e acrescentou ainda que "são décadas sem alternativa na Região que têm impedido o progresso". São estas declaraçõe que o PND rejeita categoricamente. "O senhor 'canta de galo", diz a Nova Democracia que não aceita que só agora Marinho e Pinto afronte o poder regional, "depois da dituradura jardinista estar agora em agonia, porque quando ela estava forte e poderosa, só um pequeno grupo de corajosos políticos regionais se atreviam a contestá-la. E nessa altura de luta, quando precisávamos de apoio e solidariedade nacional, o sr. Marinho Pinto fez precisamente o oposto e teceu os maiores elogios à ditadura jardinista", recorda Joel Viana. O PND não esquece que na campanha para as eleições europeias, Marinho e Pinto disse que Portugal tinha "muito a aprender com a Madeira" e que a lição devia "ser levada para todo o país". Acrescenta a Nova Democracia que, nessa altura, o então candidato se mostrava "embevecido" com o que considerava "a evolução da Região ao nível das infra-estruturas". E pergunta: "Então, em que ficamos sr. Marinho Pinto?" Quanto ao facto de o advogado ter dito que a Madeira "nunca teve oposição séria e credível", o PND entende que a observação é direccionada para João Isidoro, o coordenador do novo partido de Marinho Pinto na Madeira. Isidoro sim, diz a Nova Democracia, "efectivamente fingiu anos e anos que fazia oposição enquanto saltitava de partido em partido. Aliás, no seu último poiso, o Tribunal de Contas acusa-o de ter ficado com um automóvel à custa de dinheiros públicos". A dura reacção do partido cuja candidatura é liderada por Gil Canha é explicada como forma de defesa daqueles que "lutaram abnegadamente contra 40 anos de regime jardinista", esforço que o PND não aceita que "alguém venha por em causa"
A cópia e o original
por Jorge Cordeiro
Em Marinho e Pinto mora quase tudo o que caracteriza o populismo em termos de demagogia e inconsistência. Ouvindo-o, ou lendo-o, julgar-se-ia ali residir um poço de virtudes. Para quem, a cada momento, proclama querer acabar com o carreirismo na política, é curioso registar que se disponha a tudo para fazer para garantir a sua «carreira política» – desde escolher o partido que lhe dê mais jeito, impor o lugar em que concorre, ou descartar o anterior para formar um onde mande; para quem enche a boca com a propagandeada postura de respeito pelos compromissos é interessante verificar a velocidade com que se dispõe a saltar do Parlamento Europeu para a Assembleia da República e desta para Presidência da República, numa ambição de poder entre o desmedido e a insensatez; para quem se desdobra em juras sobre a ética no exercício de cargos públicos, recorde-se que aquele que verberou os salários dos deputados do Parlamento Europeu é exactamente o mesmo que declarou que com todo ele fica por ter muitas despesas e necessidades; ou ainda, para quem, dizendo-se disposto a resgatar a democracia e reduzir a abstenção (declarando que o «seu eleitorado é aquele que já não vota»), se esqueça de ter sido precisamente ele que, no passado, incentivou a abstenção. Marinho é, politicamente falando, uma coisa a meio caminho entre uma caixa de ressonância do PS e um amplificador dos méritos da política de direita. Daí que papagueie as acusações do PS sobre as alegadas responsabilidades da inexistência de uma convergência à esquerda – segundo Pinto devido «à muralha de aço» do PCP – ou simplesmente a secundar as ideias principais que têm sustentado a política de direita. Nenhuma novidade para quem tem afirmado que «há questões em que estou mais de acordo com o PSD do que com o PS. Ideologicamente sou mais próximo do PS», ou para quem já confessou ter defendido um governo de salvação nacional. Quanto ao resto, conhece-se o posicionamento da criatura: assumido federalista, defensor do euro e da União Bancária, apoiante dos tratados europeus e fiel aliado dos que querem sufocar o País com a dívida. Perguntar-se-à, pois, por que razão precisa a direita de apoiar uma mera cópia tendo à mão o original que PS, PSD e CDS lhes faculta. (ver)
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