sexta-feira, 14 de outubro de 2016

António Carvalho camarada de armas de Coelho fala da sua passagem por Gago Coutinho, Angola

António Carvalho

O Útimo Pelotão na Pedreira do Nengo

Breves histórias do Batalhão 4910/74 
Domingo, dia 15 de Setembro de 1974, chegada ao Munhango, 08h45 da manhã, nova paragem, recomeço da viagem às 10h30. Pelas 18h20 minutos o nosso comboio movido a carvão, está a chegar finalmente à Estação da cidade do Luso. Segunda-feira dia 16 de Setembro, pelas 05h15 da manhã partimos em camiões civis, rumo a Gago Coutinho fazia um frio de rachar. A nossa Ccaç. está neste momento a entrar no aquartelamento de Gago Coutinho (11h35). Aqui será a sede do Batalhão onde ficará instalada a CCS (companhia de comandos e serviços). Ali estão instalados os Katangas, soldados congoleses partidários de Moisés Tchombé.
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Britagem na Pedreira do Nengo em final de 1973
Segunda-feira dia 23 de Setembro. A partida dum pelotão da 2º Ccaç. para o destacamento da Pedreira do Nengo 30 kms a sul de Gago Coutinho, o Alferes Antunes comanda o pelotão do qual faço parte (somos 22 homens). Temos aqui os furriéis Almeida e Martinho, o Nelson Enfermeiro, Rodrigues o machiqueiro, Furriel Pacheco o Açoriano, Dúlio o Condutor, Agostinho o Cabo Radiotelegrafista, Alberto o "mini-cabo", Cabo Clemente do Caniço, Cabo Esteves, Max o Cozinheiro, soldado Hilário, António "o Quinta Grande", Correia o "reguila" (condutor), entre outros. Aqui neste destacamento damos protecção ao pessoal civil que está a asfaltar a estrada de Gago Coutinho para Ninda. Fazemos escolta aos camiões cheios de brita que vão para a frente da obra todas as manhãs). A TECNIL é a empresa construtora. Segunda Feira dia 14 de Outubro, regressámos a Gago Coutinho para junto da nossa Companhia e fomos rendidos por outro pelotão. 
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Instalação de Britagem na Pedreira do Nengo em final de 1973
Sexta-feira 18 de Outubro,  fizemos uma escolta à comuna do Mussuma para levar víveres a 3ª Ccaç. do nosso Batalhão. Domingo dia 20 de Outubro, o Capitão Paulo está de oficial dia ao Batalhão em Gago Coutinho. Segunda-feira, entrego um texto escrito por mim ao 1º Cabo Cripto, Óscar da CCS afim de ser publicado no jornal do nosso Batalhão, o jornal era coordenado pelo 1º Cabo Escrit. Sidónio. A zona a vermelho, no mapa a esquerda, foi o nosso teatro de operações no leste de Angola em 1974/75. Tínhamos uma companhia operacional destacada no Mussuma Mitete, quase na fronteira com a Republica da Zâmbia, outra em Ninda. A sede do Batalhão era na vila de Gago Coutinho, onde estavam a C.C.S. e a 2ª Ccaç. Segunda-feira 11 de Novembro, o Coronel Baptista informa-nos que a 2ª Ccaç. à qual pertenço, vai para o Luvuéi e Lutembo.

Lago no rio a montante da ponte construída com troncos de árvores, pedra e laterite e a exploração de rocha granítica no outro lado do rio na Pedreira de Nengo em 1974
Previne que é muito perigoso andar lá a pé pelas redondezas por causa das minas anti-pessoal. Segunda-feira 18 de Novembro, o Coronel Baptista, ameaça na formatura geral, castigar os soldados que vão para o restaurante civil comer e depois saem sem pagar, como acontecia em Gago Coutinho, seriam expulsos do Batalhão acrescentou. Quarta-feira 20 de Novembro, a Companhia saiu para o Luvuéi, situada a 128 kms a norte de Gago Coutinho, partimos as 08h35 e chegamos as 11h30 a Berliet em que viajei era conduzida pelo Comes, cabo condutor, moço natural do Porto. Quinta-feira, dia 21 de Novembro, ás 9h00 recebemos no Luvuéi a visita Coronel Baptista, que veio de helicóptero afim de inspeccionar as nossas instalações. Aqui os africanos fazem uma aguardente de milho muito boa a qual chamam Cachipemba.
Noticias in do Blog: Pravda Ilhéu / Voz do Povo, de José Manuel Coelho, deputado parlamentar  da Madeira


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