Homenagem às mulheres da Ribeira Brava, presas na Revolta do Leite em 1936
Estas mulheres Ribeirabravenses além de ajudarem a destruir as máquinas de desnatar leite pertencentes a firma do "manipólio" Martins e Rebêlo, também participaram heroicamente no assalto e destruição da Repartição de Finanças da Vila da Ribeira Brava.
Elas tal como a maioria dos camponeses da época não queriam pagar as "décimas" impostas pela ditadura de Salazar. O povo do campo como tinha sido empurrado montanha acima pelos senhorios e fidalgos (durante o povoamento da Madeira) que tinham ficado com as terras mais férteis junto ao litoral da ilha; teve de construir tudo nas terras altas: Desde os poios com muros de basalto, às levadas e condutas de água, os "palheiros" para o gado, os caminhos e veredas,a plantação de vinhas e árvores, as eiras para a debulha do trigo e centeio, as juntas de bois para o transporte de lenha, canas de açúcar, vinho e outros produtos agrícolas, sem esquecer a plantação de "pinheirais" ou seja a sementeira de pinhais para a obtenção de lenha e mato verde para meterem nos regos abertos com ajuda de enxadas como adubo biológico pois nessa altura não havia guanos.Os fertilizantes eram o estrume das vacas e os galhos verdes dos pinheiros. Para toda esta épica obra dos camponeses madeirenses, não houve qualquer ajuda da parte do Estado fascista de Salazar. Por essas razões eles entendiam que nada tinham de pagar pela posse das suas terras; todas elas conquistadas à montanha à custa de muito trabalho, sangue e suor. Daí a sua revolta contra as imposições do regime fascista do Estado Novo salazarista.
Estas mulheres camponesas estiveram presas mais de um ano, na cadeia das Mónicas em Lisboa
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