segunda-feira, 26 de abril de 2021

Discurso inspirador e importante de Joana Amaral Dias no 25 de Abril ontem na cidade de Lisboa

Manuel Fernandes escreve com muita lucidez sobre o 25 de Abril

VIVA O 25 DE ABRIL DE 1974!!!
Viva o 25 de Abril que tornou possível a Liberdade para todos; mesmo para aqueles que no passado a combateram e os seus seguidores de hoje, que a continuam a combater. Como disse um dia Mário Castrim: FORAM AQUELES QUE NO PASSADO COMBATERAM O FUTURO.
Aqueles que hoje, acusam a Democracia e a Liberdade de serem a causa de todos os males: tem hoje a liberdade de poderem dizer mal dela e do governo. No tempo do ti António do Vimeiro, não se podia dizer mal do regime, por mais ligeiro que fosse. Se havia corrupção e também houve, não se sabia, e se se sabia, não se podia dizer. Falo com algum conhecimento de causa, pois no cumprimento do serviço militar obrigatório, fiz durante algum tempo a ligação entre o pessoal dos jornais e os censores. E garanto-vos: aquela gente, eram dos mais zelosos servidores do regime; não deixavam que se publicasse a mais leve informação que não fosse simpática para o regime. Quando o jornalista, no limite daquilo que seria tolerado pela censura, terminava com reticências, para que o leitor pensasse o que ele queria dizer; como nesse tempo, além de ser proibido falar, também era proibido pensar: os 3 pontinhos, eram vítimas do lápis azul do presidente e do delegado da Comissão do Exame Prévio (censura).
Aqueles que no passado, corajosamente, defendiam o futuro; eram cobardemente, presos e torturados, por aqueles que combatiam o futuro.
Uma das frases da propaganda do regime rezava assim: TUDO A BEM DA NAÇÃO, NADA CONTRA A NAÇÃO. Autor: o eminente sábio, Professor Doutor António de Oliveira Salazar. Mas já nessa época, havia quem dissesse, que era mais: TUDO A BEM DO REGIME, NADA CONTRA O REGIME.
Dizem aqueles que no passado combateram o futuro, que tínhamos muito ouro e não devíamos nada a ninguém. Isso era bom e era verdade. Portugal era como um pai, tão forreta e insensível, que tem uma arrecadação cheia de ouro e tem os filhos analfabetos e a passar fome. Porque se hoje há miséria, naquele tempo havia muito mais, e caladinha. Éramos um país calado e triste, como diz a canção do Rui Veloso, "um barquinho apagado sem prazer em navegar". Era mais suportável para um português viver num "bidonville" qualquer, do que viver em Portugal.
Aqueles que no passado combateram o futuro, enganavam-nos dizendo que Portugal era do Minho a Timor. E durante quase década e meia, mandaram-nos para África matar e morrer por uma causa perdida.
Hoje temos problemas sem fim. Corrupção, insegurança, justiça que funciona mal. Uma monstruosa dívida interna e externa: mas podemos falar disso e podemos despachar os políticos com a força do voto. O regime ditatorial de Tomás, Salazar e Caetano só saiu com a força das Forças Armadas.
Aos mais jovens que já não conheceram esse tempo, digo: não sabeis a sorte que tendes.
A Democracia é um sistema imperfeito, mas é o melhor que conheço, como disse Winston Leonard Spencer Churchill, antigo PM inglês.
Viva o 25 de Abril!!!




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