O Ministério Público (MP)
considerou ontem que a
antiga eurodeputada
Ana Gomes “visou atingir” o empresário Mário Ferreira
num tweet onde o apelidou de “escroque/criminoso fiscal”, pedindo
justiça. “Visou atingir a pessoa [Mário Ferreira] com aquele tweet”, disse a procuradora do MP durante as
alegações finais no Tribunal do Bolhão, no Porto.
Contudo, e pedindo justiça, a
procuradora entendeu que o tribunal deve ponderar se o juízo de valor feito por Ana Gomes era justificável ou podia ser evitado.
A 18 de fevereiro de 2022, Ana
Gomes começou a ser julgada por
difamação agravada a Mário Ferreira, na sequência de um longo
contencioso entre ambos.
Em causa estão considerações
sobre o empresário do grupo Mystic Invest/Douro Azul e da TVI, produzidas pela ex-eurodeputada na
estação de televisão SIC Notícias e
na rede social Twitter, na sequência
de investigações e buscas relacionadas com a subconcessão do Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) e com negócios de navios.
Reagindo a um tweet do primeiro-ministro, António Costa, após
participar em 7 de abril de 2019 no
batismo do MS World Explorer (paquete construído nos ENVC por
iniciativa do grupo Mystic Invest),
a também ex-candidata presidencial Ana Gomes lamentou que o
chefe do Governo tratasse como
grande empresário um “notório escroque/criminoso fiscal”, além de
classificar a venda do ferryboat
Atlântida como “uma vigarice”.
Para o advogado de Mário Ferreira, Tiago Félix da Costa, a ofensa
“escroque/criminoso fiscal” é séria
e, por isso, pediu a condenação da
antiga eurodeputada a uma “pena
pelo mínimo” e ao pagamento de
uma indemnização de 10 mil euros
ao empresário que serão, posteriormente, doados a uma instituição de solidariedade social.
“O seu objetivo era ofender e atacar Mário Ferreira”, reforçou.
Considerando que Ana Gomes
faz um “ataque sistemático à honra
das pessoas” nos seus comentários,
Tiago Félix da Costa vincou que “escroque” significa vigarista e, portanto, ela apelidou o empresário de
vigarista.
Por seu lado, o advogado da ex-
-eurodeputada, Francisco Teixeira
da Mota, assumiu que o uso do termo “escroque” é desagradável, mas
não crime.
Dizendo que Ana Gomes usou
aquela palavra baseada em dados
que tem quanto aos negócios de
Mário Ferreira, o advogado sublinhou que o objetivo deste processo
é calar os críticos. “Não cabe aos tribunais ser uma guarda pretoriana
aos poderosos”, alegou o advogado.
A leitura da sentença ficou agendada para 07 de julho às 14:30.
Imagine-se que era cá na Madeira e que tinha chamado escroque ao padre das esmolinhas e ao seu suserano
ResponderEliminarNa Mamadeira já ninguém é acusado por chamar de escroque aos escroques poderosos indígenas na RTP-M ou nos pasquims locais: é que nem dão o direito de opinião aos críticos dos escroques hà muito bem identificados
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